Conflito Organizacional: negociar é preciso
O conflito encontra-se presente nos grupos de trabalho em diversas situações e sua gestão revela-se necessária, administrando-o e por meio da negociação, atuar de maneira construtiva, apoiando os objetivos da equipe.
O conflito pode ser definido como uma disputa, desacordo ou desentendimento e consiste numa “oposição de interesses entre duas ou mais partes, cuja solução poderá surgir através de medidas de violência, negociações ou intermediações de uma terceira pessoa” (CHALVIN, Dominique; EYSSETTE, François).
Geralmente os conflitos recebem uma conotação negativa, mas o conflito em si não deve ser considerado nem bom nem ruim, pois é a sua administração que pode ou não gerar resultados negativos e é possível considerá-lo como necessário para o funcionamento saudável dos grupos sociais, porque oferece oportunidade de encontrar caminhos construtivos para equilibrar a satisfação das necessidades das várias partes envolvidas.
Por outro lado, quando não tratados de forma adequada, os conflitos podem ter consequências desastrosas, como:
Tipos de conflitos
Os mais importantes tipos de conflitos que impactam nas organizações de forma geral são:
Atitudes diante dos conflitos
A gestão de conflitos segundo Eugênio do Carvalhal, consiste em escolher e implementar as estratégias mais adequadas para cada tipo de situação e há cinco tipos de atitudes que podem ser tomadas diante delas:
Negociação
Ao buscar administrar e resolver as diferenças tem-se procurado estabelecer procedimentos que atendam aos interesses das partes envolvidas, minimizando o desgaste e os gastos desnecessários e maximizando relacionamentos e resultados, como é o caso da negociação.
Para tanto, ela surge como um instrumento gerencial imprescindível, um processo cíclico de caráter decisório e é ainda o modo mais eficiente de conseguir algo que se deseja.
De acordo com Fisher, Ury e Patton, “negociação é um processo de comunicação bilateral com o objetivo de se chegar a uma decisão conjunta” e o uso da informação e do poder com o intuito de influenciar o comportamento dentro de uma “rede de tensão”.
Existem duas formas de se ganhar uma negociação. A primeira é à custa da outra parte e a segunda, chamada de negociação ganha-ganha que é considerada a ideal, visto consiste em se chegar a um acordo para que os interesses de ambas as partes sejam atendidos.
Os interesses comuns é que mobilizam as pessoas para resolverem seus conflitos e a negociação passa a ser a competência de buscar e construir acordos que os atendam da forma mais ampla possível. É importante aprofundar o entendimento de conceitos como: necessidades e interesses; objeto e escopo; objetivos e posições; moedas de trocas; valores e argumentos; limites, ponto de recuo e MACNA (melhor alternativa em caso de não acordo).
O objeto da negociação caracteriza o que é considerado importante, o que gera conflitos e é em torno desse objeto que as partes manifestam seus interesses, sendo mobilizadas a confrontar e discutir propostas, pois o objeto em questão refere-se ao escopo do que está e do que não está em jogo.
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Uma vez definido o objeto, o negociador deve deixar explícito o que se deseja em relação a ele, focar em suas necessidades e posteriormente em seus objetivos, porém são nesses momentos que geralmente ocorrem os conflitos. Por isso é importante dispor de objetivos alternativos.
Segundo Eugênio do Carvalhal, “a argumentação é essencial ao processo do negociador, ora sondando, ora questionando (arguindo) ou dispondo de elementos persuasivos para sustentar um ponto de vista e levar a outra parte a sair de sua posição.”. A finalidade da argumentação nas negociações é fazer com que a outra parte se movimente, faça concessões e é nesta essência que os negociadores farão uso de moedas de troca que poderão ser palpáveis, tangíveis, concretas ou emocionais que possibilitem saídas para momentos críticos.
Etapas da negociação
As negociações ocorrem em três etapas: planejamento (planejamento e preparação), execução (preliminar, abertura, exploração e encerramento) e controle (controle das condições e avaliação).
Como toda negociação, três fatores estão seriamente envolvidos de acordo com Paulo Antônio Alves de Almeida: informação, tempo e poder.
Existem algumas táticas de negociação quando o fator é tempo:
Quando se fala no fator informação, geralmente utilizam-se as táticas:
As estratégias no fator poder englobam:
Seja qual for o objetivo final de uma negociação, o negociador deve ser capaz de identificar, em cada situação específica, a abordagem mais conveniente; formar diferentes públicos promovendo relações interpessoais positivas e um ambiente de confiança, bem como estimular as pessoas a um processo reflexivo, que visa elevar a maturidade emocional proporcionando uma redução nos conflitos internos e/ou externos à organização.
Considerações finais
A conduta a ser utilizada pelo negociador diante de uma situação conflituosa, vai depender da sua postura, das suas habilidades pessoais no processo de negociação e da utilização da estratégia mais adequada para solucionar ou reduzir os conflitos que acontecem no ambiente organizacional, pois cabe a ele entender claramente como ocorrem as interações sob sua responsabilidade, elaborar métodos de motivação e metas para sua equipe e que atendam aos interesses de todos. Para tanto, fica aqui uma sugestão de intervenção na negociação e gestão de conflitos:
Não basta apenas levar em consideração as táticas utilizadas em um processo de negociação. É necessário que o negociador busque aprender sempre, diversificando e aprofundando, ouvindo e observando para fortalecer a habilidade de percepção.