Conflitos entre gerações nas empresas geram perda de 12%, diz pesquisa

Conflitos entre gerações nas empresas geram perda de 12%, diz pesquisa

DHIEGO MAIA

DE SÃO PAULO

20/11/2016  02h00

Conflitos entre colaboradores de gerações diferentes têm causado impacto na produtividade das empresas, de acordo com uma pesquisa da consultoria norte-americana VitalSmarts.

Um em cada três (35%) dos 1.348 executivos de companhias globais pesquisados afirmaram que, pelo menos cinco horas de trabalho por semana são desperdiçadas em razão de diferenças de pensamento, que envolvem faixas etárias distintas.

O estudo concluiu que esse tempo gasto representa uma perda de 12% no faturamento dos negócios.

"Esse impacto acontece porque a maioria das empresas ainda é comandada por 'baby boomers' [com idades entre 45 e 65 anos]. Essa geração é apegada ao cargo e ao poder, o que bate de frente com os da Y[nascidos entre 1980 e 1995]", diz Josmar Arrais, sócio-diretor da filial brasileira da VitalSmarts.

O choque geracional está no fato de os jovens reivindicarem mais, afirma João Brandão, 72, especialista em estruturas organizacionais da Fundação Getúlio Vargas.

"Eles reclamam mais e transitam melhor entre o trabalho e a família. A minha geração era muito obediente e achava que a empresa representava tudo", diz Brandão.

'PILOTO'

Um desafio recente na Estante Virtual, plataforma on-line que vende livros usados, foi atender a um pedido inusitado de uma funcionária, uma designer de 30 anos: ela propôs fazer home-office todos os dias.

"É uma situação que não tem amparo nem na legislação trabalhista. Mas aceitamos a demanda dela e estamos fazendo um 'piloto'. Não queremos que ela saia", afirma o CEO Richard Svartman.

Permitir que um gerente de 32 anos assumisse o comando de um hotel de grande porte, com 330 quartos, em São Paulo, gerou um conflito, diz Chieko Aoki, 67, fundadora da rede hoteleira Blue Tree.

"Eu falei para o chefe direto dele que aquela indicação colocaria a sua reputação em risco. Não acreditava que um jovem na primeira gerência daria conta de uma operação como aquela, ainda mais nessa crise financeira", afirma.

"Mas ele tem dado conta do recado", completa Aoki, que lidera 1.500 funcionários, 70% deles na geração Y.

Mais informados e bem preparados. É assim que Vanessa Lobato, 47, vice-presidente de RH do Santander no Brasil, vê os profissionais da geração Y. Ela só acha que sobra um pouco de soberba.

"Eles pensam que dominam tudo, mas quando a gente coloca um desafio grande na mão deles para testá-los vemos que não é bem assim."

Ainda segundo ela, a fronteira que separa os mais experientes dos mais novos é a percepção sobre a carreira. "Um jovem executivo pode negar uma promoção por razões pessoais. Os mais velhos nunca recusarão."

A geração Y é disruptiva, explica a psicóloga Ágatha Alves, que comanda a área de desenvolvimento e gestão da consultoria Aon. "São profissionais que têm mais anseios pessoais sobrepondo os corporativos. Se eles não estão felizes, saem da empresa."

Por isso, diz Svartman, da Estante Virtual, não se pode submeter um "Y" a um trabalho "baunilha". "Sem sabor, com longas jornadas e sem desafios claros", ensina.

E o que também não se pode, segundo especialistas, é fazer de conta que os conflitos no ambiente de trabalho não existem. Para 80% dos executivos que responderam ao levantamento da VitalSmarts, as companhias não contam com programas para lidar com o problema.

"É o mais velho que precisa se reeducar para estabelecer um canal de ligação com o mais jovem. Mas é a empresa que precisa estruturar isso", diz Brandão, da FGV.

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Rafael Brunhera

Coordenador de Operações | Consultor em Telecomunicações | Atendimento Corporativo | Gestão de Pessoas |Liderança | ITIL4 | Metodologias Ágeis | White Belt | Yellow Belt

11 m

Ivan, obrigado por compartilhar!

Gustavo Rezler

Group CFO | Diretor Administrativo Financeiro | Diretor | Conselheiro | Investimentos | Governança Corporativa | Consultoria e Assessoria

6 a

Bastante coerente o texto. A diferença entre as gerações tem feito empresas buscarem alternativas criativas em seus modelos de gestão. E quem não se preocupou ainda com isso, terá problemas em breve.

Sabrina Anna de Souza

SubGerente Comercial e Relacionamento | Desenvolvimento de Negócios| Gestão de Pessoas | Gestão de Contas I Gestão de Projetos | Experiência do Cliente | B2B e B2C

7 a

que tem muito a contribuir para as empresas,cada um com seu perfil.

Sabrina Anna de Souza

SubGerente Comercial e Relacionamento | Desenvolvimento de Negócios| Gestão de Pessoas | Gestão de Contas I Gestão de Projetos | Experiência do Cliente | B2B e B2C

7 a

Peço desculpas,houve erro ao enviar mensagem incompleta. Como estava falando de um lado temos uma geração que era obidiente, trabalhava para a empresa sem reclamar,onde ela era sua vida. Hoje temos a geração cheia de energia, entusiasmo, ideias,e que não querem trabalhar se o ambiente de trabalho não for satisfatório. Acho muito importante,pois vejo que nas gerações passadas,as pessoas trabalhava vc gam pelo salário,se matavam dentro dá empresa e muitas vezes frustados, e não tinham coragem de tomar uma atitude. Pode ser por medo, por ter uma família a sustentar, pelo status. E muito importante engajar essas duas gerações

Sabrina Anna de Souza

SubGerente Comercial e Relacionamento | Desenvolvimento de Negócios| Gestão de Pessoas | Gestão de Contas I Gestão de Projetos | Experiência do Cliente | B2B e B2C

7 a

E preciso haver sinergia entre as duas gerações,de um lado temos uma geração

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