Consórcio vem para Bater forte em 2021.
Se mesmo em um ambiente de forte recessão como ocorreu no ano de 2020 o segmento de consórcios bateu recordes, para 2021 as projeções são ainda melhores. Além da retomada econômica, a expectativa de alta da Selic tende a beneficiar a modalidade, uma vez que torna os juros dos financiamentos mais caros e, por consequência, as taxas de administração dos consórcios mais atrativas. Mudanças no comportamento da população provocadas pela pandemia, que passou a trabalhar em casa, também podem favorecer o segmento de imóveis.
Mesmo com as medidas de isolamento, que provocaram fortes quedas nas vendas em março e abril, os grandes participantes se recuperaram e acreditam que no próximo ano os consórcios terão ainda mais fôlego.
Segundo o Itaú que declara nos veículos de imprensa nos últimos meses atingiu patamares históricos de produção, com níveis superiores ao período pré-pandemia. De agosto a outubro deste ano, a instituição teve uma médla mensal de venda de 13,4 mil cotas alta de cerca de 55% se comparado com osprimelros três meses de 2020. "Nossa produçãO vai fechar o ano mais forte do que no início da pandemia", afirma Danilo Caffaro,diretor de crédito imobiliário e consórcios.
No Banco do Brasil, todos os segmentos de consórcio apresentaram recuperação no segundo semestre de 2020, dos quais destacaram-se, particularmente, os de automóveis e motocicletas, com performancede vendas superior a 150% quando comparada ao período do início da pandemia. "Os dados gerais do setor de consórcio indicam forte recuperação em 2020 e as perspectivas para 2021 são ainda melhores, haja vista que,mesmo com a crise econômica em virtude da pandemia, o setor vem mostrando força e solidez", afirma o presidente da BB Consórcios,Fausto Ribeiro.
O Santander diz que foi bastante beneficiado pelo segmento imobiliário em 2020, algo que deve continuar no próximo ano. "As pessoas ao verem uma nova forma de trabalhar em casa buscam um novo perfil de imóvel, procurando comprar fora dos grandes centro urbanos. Além disso ,como a renda fixa está pouco atrativa devido aos juros baixos, comprar um jmóvel voltou a ser considerado uminstrumento viável de renda'", afirma Vagner Rodrigues, superintendente de consórcios do banco.
Caffaro diz que o ltaú está focado em aumentar sua atuação no mercado. A instituição pretende expandir seus produtos no ano que vem para consórcios de serviços(algum tipo de procedimento cirúrgico, por exemplo)e eletrônicos (como compra de computadores).
Na Porto Seguro, o cenário é semelhante. Em setembro a companhia lançou um novo consórcio de bens duráveis, para a aquisição de placas de energia solar. "Acredito que o setor de consórcios vai continuar com forte desempenho em 2021. A atividade vai se recuperar, os juros podem subir - o que torna oconsórcio mais atrativo - e ainda tem as mudanças no modo de vida trazidas pela pandemia", explica Paulo Calderón, diretor daárea de consórcios da seguradora.
No Sicoob, a oferta de consórcios é relativamente nova, começou em 2012, com a aquisição da Ponta Administradora, e desde então cresce em um ritmo superior ao do mercado. "Nós temos uma capilaridade muito grande, com mais de 3 mil pontos de atendimento, então este ano sofremos um pouco com as medidas de lockdown, mas ainda assim teremos um crescimento de 35% em 2020. O agronegócio está voando e, com o otimismo se desenhando, as pessoas querem recompor seu patrimônio", afirma o gerente nacional de consórcios, Itamar Cardoso Filho.
O banco cooperativo fez uma campanhaespeclal de marketing e só na semana da Black Friday vendeu R$ 2,8 bilhões em cotas deconsórcio, com crescimento de 40% nacomparação com a mesma data em 2019.
Calderón, da Porto Seguro, lembra que o Brasil tem quase 11 milhões de microempreendedores individuais, que fazem parte de um público que não tem acesso a produtos de crédito mais complexos. "O brasileiro tem sentido uma maior necessidade de educação financeira e o consórcio é um produto extremamente democrático", diz.0 executivo diz que a seguradora foi ágil em reformular produtos, como o consórcio imobiliário, que ganhou parcelas reduzidas até a contemplação.
Além do maior interesse dos grandes bancospelo consôrcio, o rigor da fiscalização do Banco Central nos últimos anos reforçou as boas práticas entre as administradoras independentes e acabou tirando do mercadoaquelas que não atendiam as regras. O BC garante que atua preventivamente para identificar problemas, permitindo o tempestivo tratamento egarantindo o regular funcionamento do mercado. "Ao longo dos últimos anos, essa atuação contribuiu para uma depuraçāão do segmento de consórcio. Entre dezembro de 2013 e junho de 2020, houve uma redução de 289% no número de administradoras autorizadas", Grifo meu . Hoje, o país tem 139administradoras de consórcio.
E Desde 1992 está o Consórcio Magalu que falarei num artigo próprio.