Conselhos em Empresas Familiares
Empresas familiares tem tanta importância que há uma vertente de conselheiros que se dedica especialmente para tema. E que tema!
Não se trata apenas de cuidar dos interesses de um empreendedor que um dia surgiu com uma ideia inovadora ou um serviço que não era feito por ninguém mais. Trata-se de suportar e orientar na continuidade de um legado, manter a chama acesa nas gerações seguintes.
De acordo com o que tenho vivido, a sucessão familiar deve começar a partir do primeiro dia. Isso mesmo, o fundador deve pensar quem vai seguir com seu legado no momento que começa a construí-lo. O conselheiro deve estar presente a partir deste momento também. No começo será um conselheiro consultivo, familiar, administrativo e fiscal, quase que nessa ordem na maior parte do tempo.
Arrisco dizer que mais de um integrante da família deve ser preparado para tal tarefa, e não precisa ser descendente direto do fundador, tomemos como exemplo o caso de Luiza Trajano que é sobrinha da fundadora do Magazine Luiza.
Mas nem sempre o céu é de brigadeiro no que tange a empresas familiares...
Em alguns momentos tensos decisões erradas ou não tão corretas são tomadas e a emoção prevalece sobre a razão. Neste momento entra a atuação do conselheiro, que terá o papel praticamente de um psicólogo, acalmando e principalmente escutando.
Mais uma vez a arte de escutar se fará necessária, analisar os acontecimentos, comparar cenários e sugerir e orientar para que as decisões sejam feitas de maneira temperada, de repente trazer alguém de fora da família para que haja uma renovação e um recomeço.
Esta solução de trazer alguém do mercado também é indicada quando não há sucessores, ou por falta de interesse ou por falta de talento. Os descendentes diretos podem atuar como orientadores, como fonte de informação sobre o legado da empresa, podem não ter voto decisivo, mas serão grandes influenciadores, nem que seja no almoço de família e fora do quartel general.
O mais importante no meu ponto de vista na atuação de um conselheiro em uma empresa, é sua idoneidade. Saber escutar o que não está sendo dito é uma arte em constante evolução. Saber se retirar quando seus valores estão sob risco. Saber usar da palavra forte quando necessário, mas sem perder o respeito. Ter uma visão para o futuro sempre, porém fazendo consultas ao passado buscando de boas práticas.
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Atuar em empresas familiares deveria ser uma passagem obrigatório para todos os que querem se tornar Conselheiros completos.
5 Pontos Chave:
1. Preparação desde o início: A sucessão deve ser considerada desde o primeiro dia da empresa. Isso implica em identificar e preparar potenciais sucessores, mesmo que não sejam necessariamente membros diretos da família fundadora.
2. Papel do conselheiro: O conselheiro desempenha um papel crucial, oferecendo orientação e suporte, tanto em questões administrativas quanto emocionais. Eles devem ser capazes de ouvir atentamente e ajudar a tomar decisões racionais, especialmente em momentos de conflito ou tensão.
3. Renovação e recomeço: Em alguns casos, trazer alguém de fora da família pode ser benéfico para trazer uma perspectiva fresca e novas ideias para a empresa. Isso pode ser especialmente relevante quando não há sucessores adequados dentro da família.
4. Idoneidade e respeito: A integridade e o respeito são qualidades essenciais para um bom conselheiro. Eles devem ser capazes de agir com honestidade, ética e respeito, mantendo sempre o interesse da empresa em mente.
5. Experiência em empresas familiares: Trabalhar em empresas familiares pode proporcionar uma valiosa experiência para aqueles que desejam se tornar conselheiros completos. Isso os expõe a desafios únicos e os ajuda a desenvolver habilidades específicas necessárias para lidar com essas situações.
Board Academy Br Udo Kurt Gierlich Marcelo Simonato, BOARD Eduardo Gomes, MBA, CCA IBGC Natalia Frascino
Gerente Tributária | Fiscal | Tax | Auditoria | Contabilidade
8 mExcelente texto, Aline do Nascimento Riquelme! Quem atua com empresas familiares sabe da importância de cada vez mais tais entes terem melhor estrutura para suas tomadas de decisões e como é importante se pensar na questão da sucessão do negócio. Parabéns pela reflexão.