Contratação de pessoas mais velhas
Segundo as previsões do IBGE, em 2030 haverá no Brasil mais pessoas acima de 60 anos do que jovens até 14 anos. Com isso, nós já estamos vivenciando o aumento da população definida como economicamente dependente, que é a soma das pessoas até 14 anos com as pessoas acima de 60 divididos pelo segmento etário potencialmente produtivo na população residente ( de 15 a 59 anos) em determinado espaço geográfico.
Além disso, devido às tendências de redução das taxas brutas de natalidade e mortalidade acarretarão, no início dos anos 2040, o início da redução no volume populacional do Brasil. Após alcançar um máximo de aproximadamente 228 milhões de habitantes, a população residente no Brasil passará a diminuir de tamanho. Isso até poderia não ser considerado ruim se fossem levados em conta os aspectos relacionados à diminuição da pressão sobre a produção e o consumo, bem como o reflexo positivo disso no ambiente. Mas esse cenário sugere que o país está diante de uma questão que diz respeito mais à qualidade do que à quantidade dessa população.
Por outro lado, o aumento da expectativa de vida no Brasil, fará com que em alguns anos, tenhamos uma população predominantemente de velhos. De acordo com dados de 2016 do IBGE, em 76 anos, de 1940 a 2016, a expectativa de vida dos brasileiros ao nascer aumentou em mais de 30 anos e hoje é de 75,8 anos.
Segundo uma pesquisa do Vagas.com de 2014, 62,2% das empresas resiste em contratar profissionais acima de 40 anos alegando principalmente:
- salários elevados : 56%
- perfil conservador : 40,6%
- pouco respeito à gestão dos mais jovens : 30,5%
- perfil pouco inovador (26,5%)
- idade (23%)
- conhecimento técnico defasado (19,7%)
Estamos portanto, diante de um eminente problema social. É preciso implantar ações afirmativas para criar oportunidades para o crescente número de pessoas acima de 40 anos no mercado de trabalho, combatento o preconceito de que são improdutivos, geram mais custos e não agregam valor.
Conforme dito por Balassiano, M em seu livro Gestão de Carreiras - Dilemas e Perspectivas, sobre o amadurecimento da força de trabalho, “a transformação da demografia do ambiente de trabalho pode forçar mudanças críticas na legislação trabalhista governamental e políticas de pensão, mas muito mais que isso. O ambiente de trabalho, estilos de gerenciamento, práticas de contratação, treinamento e promoção, terceirização, e o uso de trabalhadores em tempo parcial ou contingenciais – quase todo os aspectos sobre pessoas na condução de um negócio serão afetados pelo envelhecimento da força de trabalho.”
Enquanto isso, um levantamento do Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade Federal de Minas Gerais mostrou que, de 1997 a 2012, o consumo de antidepressivos por idosos passou de 8,3% para 23,6%. (Depressão é mais comum entre brasileiros de 60 a 64 anos – Correio Brasiliense).
O artigo da HBR de 26 de setembro de 2019 (ontem), destaca que o preconceito de idade no trabalho pode representar um dos mais problemáticos, comparado aos de raça, genero e cultura.
Leia o artigo da HBR na íntegra:
RexMundi Treinamento e Desenvolvimento
5 aMuito bom
Expert in Organizational Culture and Leadership Development, Professor at Fundação Getulio Vargas
5 aÓtimo artigo