Contrate caráter, treine habilidades.

Contrate caráter, treine habilidades.

Essa semana em um almoço com amigos do trabalho, discutíamos sobre uma mensagem amplamente divulgada nas redes sociais, principalmente no Linkedin que diz: Contrate caráter, treine habilidades. Certamente você já leu isso em algum lugar.

O foco principal da nossa discussão era: como medir em uma entrevista o caráter de uma pessoa? Vamos combinar que não existe uma máquina nem uma métrica que faça isso! Ou se existe, por favor me apresente.

Caráter é algo plural, que só é possível ser conhecido após um tempo com alguém. Eu por exemplo já vi muito lobo vestido de cordeiro, e já entrevistei pessoas que eram pessoas incríveis, solidárias, parceiras, estudiosas e na prática mentiam, omitiam, desrespeitavam e não diziam um simples "bom dia" pra ninguém. Tem gente que diz que ama trabalhar com pessoas, que sempre desenvolveu pessoas, mas na prática não perde a oportunidade de pisar na cabeça delas. Não tem como contratar um desconhecido por meio da avaliação do seu caráter, simplesmente porque não tem como avaliar isso de forma tão simples e subjetiva (a não ser que você seja um psiquiatra, e mesmo assim acredito que pode haver lacunas nisso).

Já as habilidades ou competências, essas sim em um processo seletivo bem elaborado podem ser observadas e relativamente medidas (digo relativamente porque nunca participei de processos seletivos onde precisei comprovar por meio da execução de algo, aquilo que eu dizia saber fazer). E claro, somente após ser contratada, é que ao executar o trabalho pude comprovar se o que disse no meu processo de contratação era verdade, assim a coerência entre discurso e prática mostravam meu caráter. Meu relacionamento e comprometimento com a empresa, colegas de trabalho e subordinados mostravam quem eu realmente era. Não dá pra medir isso em um processo seletivo, desculpe!

Então sugiro a seguinte frase: Contrate pelo perfil, treine habilidades e demita pelo caráter.

Antes de sofismos com palavras bonitas pela rede, vamos pensar em como explorar o que temos de melhor e como "vender" nossos talentos e aptidões que fazem de nós bons profissionais, porque ser uma boa pessoa é obrigação e não diferencial.

Abraços ;)

Simone Cardoso de Moraes

Digital Transformation | Innovation | Partnerships | Strategic Growth

7 a

Gostei muito e compartilhei, Jessyca Nascimento! Parabéns!

Junior Boneti

Learning | Innovation | Co-founder at FAZ Educação

7 a

Nossa! Gostaria de ler mais artigos assim por aqui. Parabéns pelo artigo e pelo talento!

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