Pare de contribuir, comece a Colaborar

Pare de contribuir, comece a Colaborar

Lembra a época em que tínhamos que fazer trabalhos em grupos na escola? Era mais ou menos assim: A professora passava o tema, prazo, número de alunos por grupo e nada mais. Um bom grupo era aquele tinha o maior número de amigos, assim a chance de escolher o que você mais gosta de fazer ficava maior, cada um decidia o que faria no trabalho, geralmente, na minha época, eu ficava com a capa e com a apresentação, ninguém gostava de falar na frente da sala de aula. Agora, um grupo ruim, era quando a professora inventava de sortear, a Lei de Murphy era aprendida desde então, pois eu sempre caia com quem tinha menos afinidade, mas ainda ficava com as mesmas tarefas. O CDF assumia a pesquisa, a outra que tinha computador cuidava do conteúdo e assim por diante, e ainda tinha o “folgado”, que desaparecia no final de semana e só surgia na hora de colocar o nome na capa... E foi assim que aprendemos a trabalhar em equipe, cada um cumprindo a sua parte.

Hoje, acompanho meu filho com 12 anos, vi que pouco mudou, acho até pior, pois eles resolvem um trabalho inteiro pelo Whatsapp, mas ainda, cada um “contribuindo” com a sua parte. Quando peço a ele para me explicar o todo, ele responde: “essa é a parte do Vitor, essa outra do Marcos...”.

Estas crianças se tornaram adultas e hoje trabalham ao seu lado, ou ainda pode ser você e eu. Aprendemos que contribuir é o mesmo que trabalhar em equipe. E por conta disso ouvimos as seguintes falas dentro das organizações: “Faz a sua parte, que eu faço a minha.” – “Faço a minha parte, não tenho culpa que os outros não fazem a deles.” – “Ema, ema, ema, cada um com seus problemas.” - “Se eu for ajudar, não faço a minha parte.” – “Já fiz a minha parte, já posso ir embora.”.

Observando e gerindo equipes ao longo do tempo, posso afirmar categoricamente: contribuir não é a mesma coisa que colaborar. Aprendemos a contribuir, a competir, a dar resultados, a superar crises, mas não a colaborar. As pessoas contribuem (fazem a sua parte) para se livrarem o quanto antes, para não ficar de fora do “barulhinho”, ficar bem diante da plateia, para não causar mal estar, ou seja, em prol de si mesmas.

Contribuir tem mais a ver com esforço externo (talvez mais percebido), enquanto colaborar é mais interno (talvez menos percebido) mas com certeza com impactos transformadores para quem faz e para quem recebe. Contribuições são importantes, mas estamos carentes mesmo é de colaboração.

Colaborar é um ato de humanidade, é uma escolha com diversas renúncias, é a ação despretensiosa de reconhecimento, para colaborar é necessário exercer a empatia, escutar o outro, apoiar, se doar, estimular, compreender e aceitar as diferenças, querer o melhor do outro e para o outro. É o querer fazer parte e não apenas fazer uma parte. É ser parte do corpo e não adorno. É agir com compaixão pelo todo e com todos. Colaborar porque faz total sentido para com a sua vida e para as vidas que vamos impactar.

Contribuição ou Colaboração

Do que precisamos mais?? Qual ambiente é mais propício a geração de ideias? Qual é mais aberta a inovação? Em qual você gostaria de estar? E qual você é capaz de reproduzir? Agora que somos adultos, ainda fazemos o trabalho nos mesmos moldes de quando éramos crianças?

Percebo um mundo carente de Colaboração! E você?

Sou Fernanda Leite, coach e consultora de desenvolvimento.

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