CONTROLEMOS O FAZEJAMENTO

CONTROLEMOS O FAZEJAMENTO

Não adianta: o brasileiro tem uma tendência ao “fazejamento”. O que é isso? Acredito que muitos já se depararam com situações assim em suas empresas, ou mesmo já leram vários artigos a respeito, ou, pelo menos, já podem imaginar do que se trata por simples interpretação da palavra.

Sou completamente adepto à máxima do “dê o primeiro passo”, o que é completamente diferente. Os exemplos de sucesso pós-crises são comprovações disso. Empresas como Uber, Airbnb, dentre outras, souberam a hora de estabelecer o primeiro passo, mas nunca o conseguiriam sem um planejamento anterior.

Muitas vezes, a ânsia do brasileiro em agir ultrapassa a necessidade do mínimo de estratégia por detrás da ação. Quantas medidas que geraram retrabalho, ou custos extras, ou efeitos contrários, ou foram em vão, ou desagradaram mais do que agradaram, ou não atingiram as expectativas de quem deveriam atingir, já tomamos conhecimento? Muitas! Isso vale para o meio público, privado e para nossas vidas pessoais também. O engajamento do time, tão importante durante o ciclo de vida de um projeto, fica totalmente prejudicado. E pense em “time” como algo amplo: podem ser eleitores, pode ser um corpo de Ministros, pode ser uma equipe de um projeto de TI, pode ser seu(sua) cônjuge, pode ser sua família que está em quarentena neste momento.

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Há uma linha tênue entre o plano e a ação. O plano é dinâmico e deve ter iterações constantes durante o projeto, a partir de uma mínima linha de base – elaboração progressiva. Em uma linha de prioridade, os itens vão sofrendo mais ou menos refinamentos, a partir de interações constantes com as partes interessadas, com os meios interno e externo, com informações confiáveis entrando continuamente para serem transformadas em conhecimento e em tomada de decisão.

Linha tênue: vírus e crescimento. Quarentena, lockdown? Todos pra rua? Uma coisa é fato: algo precisa ser feito – a roda precisa girar! Mas que algo é esse? Já é o momento do “primeiro passo”? Tem que ser algo que venha de um mínimo planejamento, algo construído com informação, com consciência das diferenças regionais do Brasil, dos segmentos essenciais, das medidas de segurança que deverão ser tomadas, do que começa primeiro, do que começa depois e quando, de que subsídios precisarão ser dados e até onde podem chegar. Mas o primeiro passo terá de ser dado em breve. Confiemos nisso, tenhamos fé! Já basta a gestão de crise no Brasil não poder ser centralizada, e isso é muito ruim – essa diferença entre diretrizes federais, estaduais, municipais. Já basta o planejamento brasileiro ter longo prazo igual a 4 anos.

Em um momento tão delicado como esse, “fazejamento” não! Mas que o primeiro passo seja dado em breve. Assim espero.


Antônio Claret de Oliveira Júnior

Vice-Presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais

4 a

Interessante!!

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