Coringa & Neurociência: a melancolia por detrás da máscara sorrindo
coringa 2019

Coringa & Neurociência: a melancolia por detrás da máscara sorrindo

A sociedade está longe de compreender as doenças mentais.

Esquizofrenia, obsessividade, bipolaridade, depressão se camuflam em máscaras com um sorrisos forçados.

Para o doente mental rir é um esforço (que termina em choro, como no filme).

Por isso, é mais fácil pintar o riso na cara do que tentar explicar os sentimentos que estão em frangalhos. Mas, como ninguém vê a ferida que está do lado de dentro, então é melhor mascarar.

Andrew Solomon resume bem: "para a pessoa que está sentindo na pele, doenças psicossomáticas são tão reais quanto as cólicas de alguém com intoxicação alimentar. Elas existem no cérebro inconsciente, e muito frequentemente o cérebro está enviando mensagens inadequadas para o estômago; portanto, elas existem lá também".

Coringa (2019) nos permite observar essa dor no inconsciente mental, na cena que ele mata Randall.

Randall, que também é palhaço, presenteia o Coringa com um revólver. Então, ele visita a casa de Arthur (Coringa) junto com o anão, outro colega palhaço.

Num acesso de fúria, Arthur mata Randall na frente do anão, que entra em desespero, achando que também será executado. No entanto, o Coringa libera o anão, justificando que este é o único que sempre lhe tratou bem.

Eles estão num quarto e isso representa a mente do próprio Coringa (é a casa dele).

Randall significa o mal. O mal que está preso na mente - e que todo doente quer 'matar'.

O anão é o bem. Então, Arthur abre a porta para ele ir embora. É o lado que ele quer liberar para a sociedade.

Mas, há um contraste marcante. Randall (o mal) é gorducho e grande. O anão (o bom) é pequeno. E isso mostra a gravidade e a angústia que toma sua mente: ele tem mais coisas ruins do que boas guardadas na sua "casa".

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Prof. Roberto Claret | professor de Neuromarketing na pós-graduação



Elizabeth de Souza Lima Rocha

Buscando recolocação | Buscando recolocação

5 a

Perfeito, professor! Sempre potencializamos a figura do mal e vemos o bem/ bom como algo não significativo, talvez por  julgarmos não ser merecedores do mesmo. As cicatrizes internas são as mais dolorosas...

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