Correlacionando a Neurociência com Gestão de Pessoas

Correlacionando a Neurociência com Gestão de Pessoas

No mês de setembro/2024, conclui o primeiro módulo (Estresse e Resiliência) da pós-graduação em Neurociência e Comportamento. Por sinal, namorei o tema por dois anos, antes de mergulhar nele de fato! 🧠

Eis que tive alguns insigths. 💡

Consegui já nas primeiras aulas, conectar pontos, correlacionando neurociência e gestão de pessoas. Além disso, consegui compreender meu próprio momento de vida profissional e aproveitar a neuroplasticidade do cérebro aprendendo coisas novas. Já valeu a pena a escolha do tema!

Dito isso, venho aqui compartilhar com vocês algumas questões científicas que embasam as ações promovidas pelas áreas de Recursos Humanos das empresas e que deveriam ser base para qualquer liderança. Ou ainda, para aqueles que não fazem ou não “acreditam”, fica aqui o empurrão para começar a fazer!

Nota: Compartilharei meus insigths, sinapses ou correleções entras áreas de neurociência e gestão de pessoas (minhas áreas de especialização), em diferentes artigos, para poder externalizar melhor o assunto e usar os caracteres que julgar necessário para expressar o que eu gostaria. ☺️

Vamos lá!

Primeiro Insight

Confirmação da importância dos relacionamentos, dinâmicas grupais e coesas num ambiente corporativo e a correlação direta da capacidade de resiliência dos indivíduos e por consequência, das organizações em situações de estresse e momentos de maior instabilidade.

Bom, sabemos que como seres humanos, somos intrinsecamente sociáveis.

A vida em grupos não apenas garantiu nossa sobrevivência ao longo da história, mas também desempenha um papel crucial na nossa adaptabilidade e sensação de pertencimento. A conexão com os outros proporciona um senso de segurança fundamental para o nosso bem-estar emocional e mental.

Quando nos sentimos parte de um grupo, temos acesso a redes de apoio que nos ajudam a enfrentar desafios e a lidar com o estresse de maneira mais eficaz. Desta forma, a coesão social reduz o estresse ao proporcionar um espaço seguro onde as pessoas se sentem valorizadas e compreendidas. Esse ambiente não apenas minimiza a ansiedade, mas também fortalece nossa capacidade de resiliência. Colaboradores que se sentem apoiados e conectados são mais propensos a se adaptar às mudanças e a enfrentar adversidades com uma mentalidade positiva.

Se a necessidade de “coesão grupal é essencial para amortecer o estresse” frase dita pelo professor e psiquiatra em aula, fica visível e validado que: é crucial, que nós, gestores de pessoas, devemos fortalecer nossas relações no ambiente profissional e buscar um espírito de equipe e cooperação. Promovendo e incentivando dinâmicas de integração e a construção de vínculos seguros e confiáveis.

Enquanto gestores de pessoas e líderes, devemos promover um ambiente de pertencimento onde todos se sintam parte do grupo, pois a coesão grupal é fundamental para amortecer o estresse, pois ativa mecanismos neurobiológicos que promovem bem-estar e resiliência.

Na neurociência, sabemos que ambientes colaborativos estimulam o sistema límbico do cérebro, particularmente áreas como a amígdala e o córtex pré-frontal, responsáveis pela regulação emocional e pela tomada de decisões racionais. Quando indivíduos se sentem apoiados em um grupo, há uma diminuição na ativação da amígdala, reduzindo a resposta ao estresse e maior propensão a usar o cortex pré-frontal, podendo tomar decisões mais assertivas e menos impulsivas [5].

No sistema endócrino, a interação social positiva estimula a liberação de ocitocina, um hormônio associado à confiança e ao fortalecimento de laços interpessoais. A ocitocina também contrabalança os efeitos do cortisol, o hormônio do estresse, ajudando a regular respostas fisiológicas ao estresse. Além disso, a coesão grupal reduz os níveis de adrenalina, estabilizando o sistema nervoso autônomo [3].

Em termos emocionais, a sensação de pertencimento e aceitação em um grupo, ativa emoções positivas, que por sua vez estimulam neurotransmissores como a serotonina e a dopamina. Esses neurotransmissores são essenciais para o equilíbrio emocional e para amortecer os impactos de fatores estressantes. Coletivamente, essas interações neurobiológicas e emocionais criam um efeito de proteção contra o estresse, aumentando a resiliência individual e organizacional [2].

Em contrapartida, sabe-se que um ambiente tóxico, que não promove a sensação de bem-estar, segurança, pertencimento e reconhecimento, caminha na contramão da resiliência.

Portanto, promover coesão grupal é uma estratégia cientificamente embasada, propiciar um ambiente e resiliente, capaz de melhorar a saúde, bem-estar e o engajamento das equipes.

Compartilho com vocês, algumas ações para promover o coletivo, estimular o senso de comunidade/grupo, viabilizar a possibilidade de criar relacionamentos de nível 2 e 3 - Baseado na literatura “Liderança Humilde” e criar um ambiente propício para resiliência e amortecedor de situações de estresse.

 

  • Dinâmicas de Integração: Organizar eventos de team building, como retiros, jogos colaborativos ou workshops, para promover a interação e a confiança entre os membros da equipe.
  • Grupos de Suporte: Criar grupos informais onde os colaboradores possam compartilhar experiências e desafios, promovendo um espaço seguro para conversas.
  • Reconhecimento em Grupo: Implementar um programa de reconhecimento que celebre conquistas coletivas, reforçando o sentimento de pertencimento.
  • Dinâmicas de check in e checkout semanal;
  • Cultura de Saudações ou happy hours – times remotos;
  • Espaço nas agendas para minutos de descontração e conexão;
  • Encontros do time fora do ambiente de trabalho;
  • Grupos de estudos, grupos de cursos de idiomas, Programas de Desenvolvimento de Lideranças, Clube do Livro, Comitês Internos entre outros;

Dica final, mas não menos importante:

Você, diretor, C-level, empreendedor e LÍDER, apoie as causas e ideias de seu RH.

Aja a favor da sustentabilidade humana e a favor do engajamento.

Esteja aberto, aprenda e dedique-se à promoção de ambientes e relações saudáveis. Pois, há um embasamento pautado na neurociência, na psicologia organizacional, nas áreas de recursos humanos, que explicam o motivo das ações propostas pelas áreas de Recursos Humanos e especialistas em gestão de pessoas.

Promova o bem, seja o bem, seja a leveza e a segurança que seu time precisa!


Fontes:

·        ncbi.nlm.nih.gov - Affective Neuronal Selection

·        sciencedirect.com - The neuroscience of positive emotions and affect

·        dergipark.org.tr - Hormonal Underpinnings of Emotional Regulation

·        sanaross.com - Neuroscience Insights for Enhancing Team Cohesion

·        ncbi.nlm.nih.gov - What is resilience: an affiliative neuroscience approach



 

Claudia Rocha

Organizational & Digital Transformation / Business Agility / KCP / Kanban Coach / Lean-Agile Coach / Trainer / Gestão de Mudança / Chief Happiness Officer (CHO)

1 m

Obrigada por compartilhar. 😉

Alessandra Becker

Sócia na FALE Consultoras, professora, palestrante e facilitadora de processos e pessoas.

1 m

Sensacional! Grata pela partilha e insights!

Luana Tybucheski

Engenheira de Solução | Mudanças Hidroclimaticas | Inteligência de gestão de desastres | Hidrologia | Hidráulica | Previsão | Monitoramento | Inteligência Operacional de Reservatórios

1 m

Conteúdo que esta se tornando cada vez mais essencial para as empresas. Parabéns pelo conteúdo Natálie Berka Borges !

Paulo César Fonseca

Analista de Treinamento e Desenvolvimento / Instrutor Master/ Facilitador de Aprendizagem/ Desing Instrucional

1 m

Excelente texto. Insights de extrema importância para uma equipe unida, produtiva e emocionante, saudável. Parabéns

Raphaela Berka

Planejamento Estratégico | Comunicação | Branding | Gestão | Processos | Mercado

1 m

Muito bommm! Conteúdo super relevante!

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