Covid-19, porque resolvi olhar de uma forma diferente!

O principal motivo de existência deste artigo foi a quantidade enorme de notícias enviesadas que a imprensa tem apresentado sobre a Covid-19, comparando números absolutos entre países de realidades diferentes, sem considerar fatores regionais e sazonais. A busca por manchetes só tem aumentado o medo e a desinformação. Uma vergonha!

Outro motivo foi o viés político. Venho aqui apresentar números, lógica e ser o mais “científico” possível. Então que se danem o Bolsonaro, o Ciro, o Covas, a Dilma, o Doria, o Lula, a OMS, o Trump e todo político que faz escarcéu sobre o momento que vivemos.

O terceiro, mas não menos importante, é o de apresentar minha solidariedade às famílias que perderam e ainda perderão entes queridos neste longo período e às equipes de saúde, que estão sob grande stress.

Se você chegou até aqui, que ótimo! Possivelmente você também busca ter um pouco mais de clareza sobre os fatos e assim como eu, olhar sobre uma outra perspectiva. Portanto, se quiser comentar este artigo, comente usando o cérebro e não o fígado. Isso tenho certeza lhe fará bem.

Minha ideia aqui é discutir se as políticas de saúde adotadas por governadores e prefeitos estão ou não funcionado. Não vou tratar neste momento da questão econômica, ela é fundamental, mas aí eu precisaria fazer uma “tese de mestrado” e não um pequeno artigo.

Será que o alongamento da curva está sendo efetivo? Lembrando que o mesmo tem a intenção de diminuir o número de casos ATIVOS e não o número de casos TOTAIS com vista a garantir que o sistema de saúde suporte a pressão e atenda a todos.

Sendo assim, o alongamento da curva fará com que a permanência no PICO seja mais duradoura e a descida no número de infecções também seja mais lenta. Em contrapartida, esperasse um número menor de mortes. Isso faz sentido?

Como fonte usei o Google para buscar os dados de PICO de novos casos em 24horas e novas mortes em 24horas. Entenda que normalmente isso ocorre em datas diferentes.

Usei os exemplos mais comuns de países mencionados por nossa imprensa para facilitar as coisas, portanto utilizei os dados da Espanha, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido.

Como moro em São Paulo, resolvi adicionar meu estado neste estudo e compara-lo com os mesmos países, afinal estamos no estado mais populoso da federação e “epicentro” da pandemia.

Finalmente resolvi comparar a performance do Brasil e do Estado de São Paulo caso tivéssemos as performances destes países. Veja o resultado:

Será que efetivamente estamos tendo uma enorme subnotificação de casos e uma “super-notificação” de mortes? Observem que quando colocados sobre perspectiva, os “grandes números” se deslocam rapidamente para os fatores que realmente importam, que são os números proporcionais em relação ao tamanho da população

Agora quando aplicamos as proporções de Casos e Mortes / Cem mil e aplicamos os números da população brasileira e do estado de São Paulo, vejam como estaríamos.

E se o Brasil fosse:

E se São Paulo fosse:

Como se vê nos quadros, apesar de termos uma taxa de transmissão equivalente à taxa espanhola, a taxa de letalidade tem se mostrado menos da metade quando comparado a quase todos os países estudados, exceção aos Estados Unidos.

E aí será que estamos bem? Será que o alongamento da curva está funcionando?

Por que desta discrepância entre alta Taxa de transmissão e “baixa” taxa de letalidade?

Essa deveria ser a questão que deveríamos buscar as respostas. Não sou médico epidemiologista para buscar estas razões, porém faço aqui um convite à imprensa para que vá atrás destes profissionais e confronte este fato e busque trazer para seu público a informação correta. Certamente dará trabalho, mas a boa informação é fundamental para que superemos esta crise da maneira mais rápida e segura.

Se puder fique em casa.