COVID-9, trancados em casa. Esta é a nossa única opção?

COVID-9, trancados em casa. Esta é a nossa única opção?

Amigos, tentarei ser o mais breve possível pela urgência do momento, mas não é um assunto fácil.

Estamos todos preocupados com nossos entes queridos, movidos pelas notícias e números crescentes de uma doença até o momento desconhecida do público geral. Países estão implantando políticas de "lockdown", fechando todo o comércio não essencial, mantendo as pessoas em casa, inclusive com aplicação de penalidades. Essa é a implementação forçada da política de distanciamento social, a melhor forma de parar a infecção, segundo infectologistas e médicos. Peço que paremos para pensar um pouco no assunto.

Médicos e infectologistas pensam com cabeça de médico e infectologista, certo? A sua única preocupação é a mais importante de todas: salvar vidas.

Um ponto que tem passado por fora do radar de muitas pessoas é o tempo e processo de evolução da epidemia. Em um primeiro momento é legal ficar em casa com novas férias, mas depois percebe-se que não se deve sair à rua e que está demorando demais. Na Espanha, foi implantado o "lockdown" para um período de 21 ou 22 semanas, salvo engano. Isso quer dizer que as pessoas ficarão à priori, 5 meses trancadas em suas casas. Isso mesmo, 5 meses. Aqui em São Paulo, foi informado inicialmente por 15 dias. Por que? Certamente não será suficiente, mas há uma tentativa de todas as esferas do Governo de acalmar a população.

Os governos mundo a fora informam que não tem capacidade de tratamento para todos os doentes caso a velocidade de infecção seja mantida, e no Brasil não é diferente. A implantação de Distanciamento Social é feita para diminuir as oportunidades do vírus infectar novas pessoas, em suma, se você não tem contato com um doente, você não fica doente. A contrapartida é que, ao alongar a curva de infecção (figura abaixo), também é ampliado o tempo necessário para fechar o ciclo, ou seja, o período em que as pessoas ficam em casa e a economia praticamente parada também se amplia, e o que isso significa? Não vou entrar em detalhes, mas aumento de gastos dos governos já endividados, demissões em massa, aumento de criminalidade, fome, etc... um caos social. Será que não existe outra opção?

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Analisando dados sobre o COVID-19 até o momento, temos que a média de mortalidade é de 3,4%, mas na Coreia do Sul, por exemplo, está em torno de 0,9%. Porque os Sul-Coreanos são mais resistentes? Não, porque há uma quantidade muito acima da média de testes sendo feitos na sociedade. Isso tem dois efeitos positivos: 1 - Auxilia a remover os vetores de infecção do convívio social; e 2- Amplia o número de infectados (sem sintomas) na equação para calcular o indice de mortalidade, consequentemente diminuindo o mesmo.

O índice de mortalidade também não é constante para toda a população, como já é de conhecimento geral, a variação mais importante é por idade, conforme abaixo:

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Percebe-se pela tabela, que conforme a idade aumenta, diminui a nossa resistência à doença. Há ainda outra relação importante à certas doenças como a asma, pessoas com imunidade baixa por quimioterapia, por exemplo, essas também são menos resistentes.

Tomando por base que o índice de internação seja equivalente (esses dados não foram encontrados), podemos fazer o que sempre fazermos, otimizar processos e custos!

Propostas:

  1. Manter e extender o "lockdown" por 2 semanas, de forma a cobrir o período de incubaçao de até 14 dias para aparecimento dos primeiros sintomas;
  2. Indivíduos sintomáticos devem ser isolados, testados e tratados conforme resultado e criticidade;
  3. Indivíduos assintomáticos devem ser divididos:
  • Idosos e menos resistentes: Isolados
  • Crianças: Isoladas com um dos pais
  • Demais pessoas: Liberados para circulação, trabalho, etc

Dessa forma, conseguirmos diminuir drasticamente o índice de novos infectados (mantendo o efeito de achatamento da curva, sem um alongamento tão drástico) e dentre aqueles que retornarem às atividades normais é de se esperar que em algum momento sejam infectados pelo vírus e vivam normalmente, e uma pequena parcela precise ser tratada em casa ou hospital, talvez evoluam para uma situação mais grave e terão o tratamento adequado.

Dessa forma podemos retomar a economia em 3 semanas no máximo depois da execução de um plano similar. Se não o fizermos, estamos entre as duas opções na curva de infecção acima.

  1. Deixar o vírus correr: Segundo o Ministro Mandetta, um possível colapso seria na segunda quinzena de Abril. Não sabemos qual seria exatamente o pico de infecção nem mesmo por quanto tempo duraria. O que temos mais próximo disso é a Itália, onde os casos continuam a subir e não chegaram ao pico da curva (e por isso não sabemos até onde irá subir para fazermos um paralelo) depois de mais de 7 semanas. Estamos pelo menos 4 semanas atrás da Itália, ou seja, isso implica que teríamos um pico depois de 20 de abril (não se sabe exatamente quando), ou seja, não retornaríamos à vida normal antes de junho/julho, mesmo com inúmeras mortes.
  2. Achatar a curva de infecções: Essa opção salvaria vidas, mas duraria em uma estimativa grosseira, dobro da opção anterior, ou seja, até o quarto trimestre do ano! O que acontecerá com a economia até lá? Com os empregos, as empresas, as famílias!?

Devemos pensar ainda na possibilidade de se achatar a curva com imposição de medidas tão restritivas, o que faria que a população não fosse imunizada, trazendo reinciências (ondas) futuras da doença. Para exemplificar, a gripe espanhola (Grande Gripe) de 1918, que matou mais de 35.000 brasileiros, ocorreu em três ondas consecutivas e então cessou. Segundo informações de epidemiologistas, para se formar um "cinturão de imunidade" contra o vírus, devemos ter entre 50% a 65% da população imunizada!

Infelizmente não consegui encontrar dados que informassem o percentual de internação por faixa etária, esse sim o mais importante para continuar essa avaliação. Além disso, as estimativas foram feitas de forma grosseira (pela insuficiência de dados da realidade brasileira e Italiana) com objetivo de exemplificar os cenários, pois estamos ainda no início das curvas.

De qualquer forma, acho que analisar esta opção alternativa de lidar com a epidemia nacional seja promissora e deva ser analisada mais profundamente. Seria uma forma de não dar um remédio que no futuro vá matar o paciente.

Caso tenham mais dados importantes ou sugestões, por favor podem me contactar diretamente.

Obrigado e boa sorte a todos!


Ventura Castro

Líder Sênior de Desenvolvimento em Multiplataforma

4 a

Parabéns Alisson, excelentes colocações, apesar de discordar de alguns detalhes, eu concordo com a maioria do que foi dito. Continue informando a população, com dados reais e verdadeiros, e vamos acalmar o máximo de pessoas possível. Jesus, quando estava num barco com os apóstolos, percebeu que estava chegando uma tempestade e os apóstolos dormiam, quando eles acordaram, o Mestre fechou os olhos para ver o que eles fariam, e todos ficaram apavorados com a tempestade; Jesus logo disse. aquietai vos os vossos corações, homens de pouca fé. Isso tudo vai passar, Eu sou contigo, não temas. Amem?  Grande abraço.    

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