Coworking para o agronegócio
Muitas empresas e pessoas têm se beneficiado do formato de trabalho compartilhado chamado coworking. Nele, um espaço e seus recursos são utilizados por profissionais de diferentes áreas em um modelo de negócios que tem ganhado o mundo.
Além dos custos de manutenção do espaço serem rateados e pesarem menos no bolso de cada colaborador, um dos maiores benefícios está nas interações e troca de ideias. Dividir os desafios do trabalho com alguém de fora também pode levar a novos insights que resolverão problemas reais.
No Brasil, espaços de trabalho compartilhados são um sucesso, e nada melhor do que os números do último Censo Coworking Brasil para comprovar isso.
Em 2015, havia 238 espaços conhecidos; já em 2018, fechamos o ano com 1.194, o que representa um aumento de 400% durante o período. Variando de 50 a 5.000 m2, eles estão em pelo menos 169 municípios divididos em 26 estados, tanto em grandes capitais quanto em cidades menores do interior.
Outros números de 2018 também impressionam: 240 mil pessoas passaram por esses espaços, onde 7 mil empregos diretos foram gerados e R$ 127 milhões foram movimentados.
O agronegócio também ganhou representação nessa nova forma de trabalhar. O primeiro ambiente de coworking do Brasil especializado em atender empresas voltadas para tecnologia no agro foi o AgTech Coworking, localizado na cidade de Piracicaba, SP.
Fundado em 2013, ele inicialmente focou no mercado de profissionais que trabalhavam com cana-de-açúcar, mas logo ampliou seu escopo para as demais áreas. Já o segundo do país e primeiro do Paraná, o Forfarms Coworking busca aproximar empreendedores da comunidade de agronegócios para que, por meio das interações diárias, novos clientes e oportunidades sejam encontrados.
Recentemente, foi a vez da Bayer anunciar o Rede AgroServices Space, em sua unidade de São Paulo.
O local conta com uma sala de gravação de vídeos — voltada à criação de conteúdos por influenciadores que auxiliem os agricultores com os desafios encontrados no campo — e uma sala de coworking.
Mas esse modelo só pôde passar a funcionar a partir da nossa entrada no mundo digital. Com a Terceira Revolução Industrial, passamos de tecnologias mecânicas e elétricas para as tecnologias digitais, o que marcou o início da Era da Informação.
Nessa migração, a internet permitiu que a sociedade estivesse mais conectada e criasse novos valores e negócios, agora baseados em dados digitais, softwares e computação em nuvens.
Com isso, nossa dependência para fazer negócios no mundo físico diminuiu, ao passo que novas possibilidades se abriram para o profissional do século XIX.
É claro que não estamos falando que o mundo físico deixará de ter valor. Ainda precisamos de sementes, do solo e da água para que a agricultura e nossa sociedade existam.
Mas como muitos desses elementos podem agora ser transformados em dados, a forma com a qual os manejamos mudou nesse processo de transição da agricultura tradicional para a moderna.
O campo agora está equipado com sensores que geram uma quantidade impressionante de informação, disponibilizada em tempo real em tablets e smartphones.
As máquinas agrícolas agora são autônomas, permitindo que o especialista saia do campo e invista seu tempo em planejar decisões estratégias para a próxima safra ou criar um novo aplicativo junto com um programador.
Hoje, essas e outras atividades podem acontecer a partir de uma sala onde um agrônomo e um publicitário compartilham a internet, um café e ideias para a solução de um novo desafio.
Trabalhar de forma colaborativa e quebrar barreiras sempre foi a receita para o sucesso de muitos negócios.
Com o coworking, o agronegócio parece ter encontrado mais uma receita para continuar a escrever sua história de sucesso.
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