Crédito deve crescer 1,2% em novembro e levar expansão anual a 11%

Crédito deve crescer 1,2% em novembro e levar expansão anual a 11%

O saldo total da carteira de crédito deve crescer 1,2% em novembro e, com o resultado, o ritmo de expansão anual deve passar de 10,8% para 11%, revela a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban. O levantamento mostra que o destaque deverá vir do crédito às empresas, que deve crescer 1,4% no mês, levando o ritmo de expansão anual a acelerar de 8,9% para 9,6%.

As projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam, a depender da linha de crédito, de 42% a 88% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional. O levantamento da Febraban é divulgado mensalmente como uma prévia dos dados oficiais, que estão programados para serem divulgados no dia 27 de dezembro, pelo Banco Central nas Estatísticas Monetárias e de Crédito.

Segundo a pesquisa, no crédito Pessoa Jurídica, a carteira direcionada deve crescer 1,6% no mês, novamente impulsionada pelos financiamentos do BNDES e pelos programas públicos, como o Programa Acredita. Já a carteira livre deve crescer 1,3% em novembro, liderada pelas modalidades de desconto de recebíveis e antecipação de faturas de cartão, beneficiadas pelas compras de fim de ano e pelas promoções ocorridas na Black Friday.

Já o crédito às famílias deve apresentar expansão de 1,1% no mês, mantendo o ritmo de crescimento anual da carteira praticamente estável e em elevado patamar, de  11,9% (ante 12%).

A carteira Pessoa Física Livre deve crescer 1,1% em novembro, mostrando novos avanços das linhas de financiamentos de veículos e cartão à vista, que seguem favorecidas pelo aumento do emprego e da renda (além dos impulsos das compras de fim de ano). Já a carteira Pessoa Física Direcionada deve avançar 1,0%, sustentada pelo bom desempenho dos financiamentos imobiliários e do crédito rural.

“Os números da pesquisa seguem indicando um bom dinamismo no mercado de crédito, reforçando a expectativa de que o segmento deve encerrar 2024 com um crescimento robusto, em dois dígitos, mesmo diante do aperto monetário mais forte do que o inicialmente antecipado. Vemos que o crédito às empresas continua impulsionado pelos programas públicos e financiamentos do BNDES, no caso das operações direcionadas, enquanto as operações livres seguem em trajetória de normalização após o estresse enfrentado no ano passado”, destaca Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

“O crédito às famílias, por sua vez, segue favorecido pelo aumento do emprego e da renda, que têm impulsionado as modalidades mais voltadas ao consumo. Os sinais, portanto, continuam apontando para uma trajetória positiva. A questão agora é como o mercado de crédito vai se comportar em 2025 diante da piora sensível registrada no cenário macro ao longo das últimas semanas. Parece que no segmento livre vamos ter uma acomodação ao longo de 2025, restando saber qual será a sua intensidade, o que dependerá justamente do quadro macro e mais especificamente do cenário fiscal”, complementou o diretor da Febraban.

Concessões

A Pesquisa Especial de Crédito mostra que as concessões devem recuar 1,7% em novembro. No entanto, a queda é influenciada pelo menor número de dias úteis no mês. Feito o ajuste, o volume de concessões deve mostrar crescimento de 13%. 

O avanço no mês (ajustado por dias úteis) deve ser puxado pelas operações com recursos livres (+16,1%), beneficiadas pelas compras de fim de ano e promoções da Black Friday, que impulsionam as modalidades de crédito ligadas ao consumo.

Por outro lado, as concessões com recursos direcionados devem recuar 7,9%. Nesse caso, a queda reflete o menor desembolso em programas como o Acredita e o Plano Safra, cujos desembolsos tendem a diminuir com o avanço dos programas.

O levantamento mostra que no acumulado em 12 meses, o volume de concessões deve seguir acelerando, passando de uma alta de 14,4% em outubro para 15% em novembro. A alta vem sendo puxada pelas operações com recursos livres, mais sensíveis às condições econômicas, que devem acelerar de 15,1% para 15,7%.

A íntegra da Pesquisa Especial de Crédito pode ser acessada neste link.

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