Crônicas do Software Livre no Brasil - o primeiro FISL

Dizem que quem conta um conto aumenta um ponto. Como minha memória nunca foi das melhores, é mais provável que eu diminua os pontos nessa crônica que, talvez, seja a primeira de uma série que, com certeza, será bissexta e desobedecerá totalmente a cronologia.

Então já vamos combinar o seguinte: se eu esqueci de algo ou se você quiser saber algo mais, usa e abusa dos comentários! Também vou evitar reescrever histórias que já contei, mas vou usar links para que as pessoas leitoras possam alimentar sua curiosidade. Por exemplo, antes de chegar na minha participação nesse primeiro Fórum Internacional de Software Livre eu havia tomado contato com o Linux e participado da primeira Linux World Conference and Expo.

Em algum momento no final de 1999, a Conectiva Linux, então a maior empresa brasileira de Linux, lançava e investia na divulgação de sua versão "Server". Em Porto Alegre o evento aconteceu na sede da FIERGS. Eu coordenava a equipe de desenvolvimento e infraestrutura da Universidade do Vale do Taquari, Univates, junto com o Fábio Wiebbelling, ambos nos reportando ao professor Eloni Salvi e, como já usávamos Linux, fomos participar do evento da Conectiva.

O mundo sempre foi pequeno, o da tecnologia da informação menor ainda e, dentro dele, especialmente antes da virada do milênio, o do software livre era praticamente uma família. Dentro dessa família, praticamente todos sabiam, naquele evento da Conectiva, que eu e o Fábio acabávamos de voltar da Linux World e muita gente veio conversar conosco. Dentre eles o Mario Teza, na época na PROCERGS, que nos contou que estavam planejando um grande evento de Software Livre em Porto Alegre e nos apresentou para o presidente da empresa, o Marcos Mazoni. Como eu conhecia bastante gente da comunidade internacional, coube a mim organizar essa parte do temário, que incluiu gente como Jon "maddog" Hall, Timothy Ney (então na Free Software Foundation), Larry Wall (perl) e Rasmus Lerdorf (php).

Antes do primeiro FISL a gente tinha organizado, na Univates, o SAGU Workshop (que merece uma crônica à parte) e experimentado o formato de minicursos. Uma das coisas que lembro bem desse evento é que alguém estava ministrando um minicurso de perl (me ajudem aqui para eu editar, dando o devido crédito). Aí chega o Larry Wall, o criador da linguagem, e pergunto para ele se ele gostaria de assistir ao curso. Ele quis, claro! Quando ele chegou na sala, o ministrante do curso não o reconheceu imediatamente (estamos falando de 2000, época em que a gente mais lia do que olhava fotos) e ficou gago quando eu pedi a palavra e apresentei o aluno atrasado.

Claro que tem muito mais histórias dessa e de outras edições do FISL. Mas por hoje deu, né?