Crepúsculo do líder: fatores que estão dificultando o governo do presidente
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Crepúsculo do líder: fatores que estão dificultando o governo do presidente

Deixando de lado os extremismos ideológicos, os dois fatores que dificultam a governabilidade do presidente: política, pois o governo está nas mãos do Centrão para aprovar qualquer proposta no Congresso; e na economia, pelo fato do crescimento estar totalmente dependente da evolução da pandemia. Uma queda rápida do número de contaminações e mortes dará um fôlego, mesmo assim, perdeu apoio da maioria do grande e médio empresariado. 

Uma das nossas jabuticabas, só tem no Brasil, é o fim do mandato presidencial. Ele pode terminar de duas formas: o de direito que termina em quatro anos e o de fato, que significa poder de mando, que termina a qualquer momento. Desde que FHC negociou (sic!) a reeleição com o Congresso, uma das maiores desgraças deste país na minha visão, todos os presidentes se reelegeram. Com exceção de Lula, todos terminaram antes do final oficial.

Vamos refrescar a memória:

FHC – A conta da reeleição comprometeu seu segundo mandato. Cuidou só do básico, até entregar a faixa presidencial.

(Des)governo Dilma - Acabou com as manifestações de junho de 2013. Mesmo assim, ela conseguiu a reeleição, com as calças (ou saias) na mão, carregadas pelo seu criador que acreditava que iria mandar nela. No início do segundo mandato, nomeou um banqueiro liberal para o Ministério da Fazenda, Joaquim Levy, perdeu apoio de parte da esquerda e foi ladeira abaixo até o impeachment em agosto de 2017).

O curto mandato do Temer (2 anos e 4 meses) para completar os quatro anos da impeachada, acabou de fato com a divulgação do áudio pelo açougueiro petralha, Joesley Batista. (Ver artigo Maldição Irlandesa, de 01/06/2017. Poderíamos retroceder mais com exemplos de Collor, Sarney e Figueiredo, cujos mandatos acabaram antes de terminar, mas falemos do futuro.

Bolsonaro foi eleito surfando na onda antipetista, prometendo mudar o sistema. Montou um gabinete com estrelas como Paulo Guedes e Moro e medíocres personagens negacionistas. A esdrúxula combinação funcionou até que investigações policiais começaram a chegar perto dos primeiros filhos. Isto tirou o equilíbrio do pai, que começou a atacar tudo e todos para defender a prole. Como não tem nada tão ruim que não possa piorar, veio a pandemia que ele preferiu ignorar como uma gripezinha. A partir deste ponto, começou a vender os anéis para não perder os dedos, os últimos dois anéis se foram recentes.

Duas frases dizem tudo: 

“Estou apertando o sinal amarelo para quem quiser enxergar... os remédios políticos no Parlamento são conhecidos e todos amargos... alguns fatais.” – Tradução: “muda ou nós te tiramos.”   ...”tudo tem limite, tudo. O limite do parlamento brasileiro é quando o mínimo de sensatez em relação ao povo não está sendo obedecido. Artur Lira – Presidente da Câmara - Tradução: chega de irresponsabilidade com a pandemia.

“A Marinha, o Exército e a Força Aérea se mantêm fiéis às suas missões constitucionais de defender a pátria, garantir os poderes constitucionais e as liberdades democráticas.” General Braga Neto – Ministro da Defesa – Tradução: Não apoiaremos aventuras golpistas. O Exército de Caxias não é teu.

Deixando de lado extremismos ideológicos, vamos aos dois fatores que dificultam muito a governabilidade do presidente:

Política: o Governo está nas mãos do Centrão para aprovar qualquer proposta no Congresso. Este grupo heterogêneo é movido por duas linhas: cargos que administram grandes verbas e instinto de sobrevivência. No primeiro já ganharam algumas tetas, mas a fome está longe de ser saciada. Quanto ao instinto de sobrevivência, Artur Lira deixou claro que não dá para esticar mais a corda. Para quem não lembra, foram eles que tiraram a Dilma, mesmo estando no governo.

 O governo Bolsonaro está por um fio. O Centrão tem a tesoura para cortar este fio quando quiser! 

Economia: o crescimento é totalmente dependente da evolução da pandemia. Uma queda rápida do número de contaminações e mortes dará um fôlego ao Governo. Mesmo assim, ele perdeu o apoio de parte do grande e médio empresariado. Uma eventual terceira onda enterraria (desculpem o trocadilho) a reeleição.    

Aviso aos navegantes mais radicais. Não estou pregando a saída de Bolsonaro, muitíssimo menos o retorno do desastre petralha, mas um mal não justifica o outro. Precisamos de racionalidade e gestão para sair desta calamidade.

Sou Ismar Becker, conselheiro, mentor, estudei na Harvard Business School, no curso de Owner and President Management Program. Sou especialista no mercado de cerâmica em mais de 70 países e acumulo experiência de mais de 40 anos de viagens pelo mundo.


 


Ismar Becker

Conselheiro | Mentor | Administração | Harvard | Insead | Indústria | Gestão | C-Level | Diretor Geral | Palestrante | Cerâmica | Vidro | Mercado Internacional | Gestão Estratégica

3 a

Obrigado Ildione. Faz tempo que nao falamos.

ildione Dogado

Head of Commercial | Head of Marketing & intelligence

3 a

Excelente texto caro Ismar . O que acha caro amigo Vanderlei de Arruda , e Tarsis Bianchini ?

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