Crescer: o segredo do mindset

Crescer: o segredo do mindset

Se você bater um papo com 10 empreendedores, os 10 dirão que o seu maior anseio para a sua empresa é o crescimento. E não só o anseio, mas a necessidade. Em um momento de mercado tão delicado quanto o que vivemos hoje, não crescer pode significar ser engolido ou expelido, afinal, como diz o ditado, camarão que dorme, a onda leva, né?

Muitas vezes o problema não está na falta de recursos, limitação de investimentos ou qualquer coisa do tipo, e sim em um mindset defasado tentando dar conta de desafios de uma nova era. E uma coisa é fato: resolver os problemas da Era do Conhecimento com ferramentas da Era Industrial não cola mais... Afinal, as relações e conexões evoluíram. E muito.

Vou te convidar para entrar no túnel do tempo comigo para entender melhor. Começamos na Era Feudal (1), onde tínhamos um grande senhor feudal que concentrava todo o poder, e, consequentemente, as tarefas; e os vassalos que apenas o obedeciam. Ou seja, era um processo de emissor para vários receptores "subordinados". Pulando algumas décadas, caímos na Era Industrial (2), onde o grande modelo era o fordismo. As conexões se ramificaram, mas não perdemos a centralização. Um exemplo disso era a relação das pessoas com grandes canais de mídia ou até com as empresas: o indivíduo era um mero receptor. Passando mais um tempinho, chegamos na atualidade, na Era do Conhecimento (3). Com a internet, cada indivíduo recebeu o poder de criar suas próprias conexões, ampliando as relações e colocando todo mundo com o mesmo peso nessa teia.

O indivíduo empoderado passou a ter mais acesso ao conhecimento e um grande poder de escolha - de produtos a empregos. E é justamente isso que vem exigindo uma transformação em como as empresas interagem com seus funcionários, parceiros, clientes e etc.

(1), (2) e (3), respectivamente

Vou exemplificar: pense em como você se deslocava para lugares desconhecidos até alguns anos atrás. Um jeito feudal de solucionar esse problema é através do mapa. Quem nunca utilizou um Guia Quatro Rodas para explorar novos destinos de uma cidade? Mas ele é soberano e centralizador. Você não discute com o mapa, você não o atualiza, você só segue o que está desenhado naquele pedaço de papel e pronto. Aí a gente evoluiu um pouco e nasceu o GPS. Um jeito industrial de resolver o problema: funcionava, entregava resultado, tinha um sistema perfeito na maioria das vezes, mas... Você já tentou atualizar um GPS? Ai, que nervoso. Horas e horas que a gente gastava para no fim se deparar com uma rua sem saída. Que frustração! Daí evoluímos mais um pouquinho e vem o Waze. Colaborativo. Aberto. Se dá o direito de errar para acertar e é incrível! 

Por muito tempo nós trabalhamos com ferramentas da Era Industrial, mas esse sistema se esgotou e se tornou parte do nosso problema atual. Mas temos que lembrar que estamos passando por um período de grandes mudanças. E elas nos forçam a questionar aspectos fundamentais da nossa sociedade - como nos educamos, como nos alimentamos, como nos mantemos seguros, etc. E nessa nova era, precisamos cada vez mais dessas novas escolhas, porque as soluções existentes estão ficando cada vez mais obsoletas.

Tá bom, mas o que eu quero dizer com tudo isso? A maioria das empresas estão com o mindset na Era Industrial, que pode ser que não entregue o que os usuários precisam para os dias de hoje. Muitos empreendedores ainda acreditam, por exemplo, que o erro é algo abominável, sendo que, na realidade, é o erro que nos permite adquirir conhecimentos importantes que impulsionam a evolução das empresas, e, muitas vezes, o erro também é responsável por ajudar as empresas a conhecer melhor seus usuários. Parece meio maluco, né? Mas prometo que funciona.

No Design Thinking, por exemplo, temos a etapa onde construímos um protótipo extremamente rudimentar, apenas para testar com os usuários e ver o que realmente funciona e atende suas dores. Não deu certo? Joga fora e começa de novo. Isso mesmo, tem que praticar o desapego! Aqui a ideia é o fail fast: se for pra errar, é melhor errar rápido e barato, né? Antes de construir um MVP bonitão, que vai custar mega caro e vai precisar de horas e horas da sua equipe, porque não algo mais simples para capturar esses requisitos?

Isso é um protótipo!

O UX e Growth Hacking nos evangelizam com os famosos testes A/B, onde temos uma opção que essencialmente irá falhar. E é ela que vai te ensinar muito sobre o seu público.

No Scrum, uma ferramenta de gestão de projetos do manifesto ágil, trabalhamos em formatos de sprints: dividimos os trabalhos em várias partes e temos uma interface recorrente com usuário e dono de projeto. Se algo der errado, você consegue identificar no meio do caminho, ao invés de gastar milhares de horas e descobrir que o produto não atende o usuário somente no final do processo.

Ou seja, hoje temos muitas metodologias e ferramentas focadas no mindset da nossa era, que ajudam a acelerar o crescimento das empresas de forma saudável, estratégica e assertiva.

Ciclo de inovação

Moral da história: não quero dizer que existe um mindset certo e errado, mas tente se mapear, olhar para si e refletir qual é o seu. Olhar para novas formas de trabalho e compartilhar mais conhecimento faz você e seu negócio crescer! E aí, concorda? :)

Muito obrigado, isso não foi simplesmente informação compartilhada, mas sim uma grande ajuda para mim, faz um tempo que estava sentindo que faltava algo, mas agora acredito ter encontrado, grande parte do que preciso.

Carolina Kia Takada

Co-Fundadora na weme & bud | Embaixadora Women in Tech no Web Summit • TEDxSpeaker | LinkedIn Top Voice | MIT Innovators Under 35 | EY Empreendedora do ano | Women to Watch 2023

7 a

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