Intraempreendedorismo: um pote de ouro

Todo dia nasce uma nova empresa com ideias surpreendentes empreendedoras, um modelo de negócios diferente que promete revolucionar o mercado.  E isso pode soar como um sinal para empresas que já estão consolidadas no mercado, mas continuam a seguir uma cultura organizacional congelada em tradições. Ou, pode se tornar uma fonte de oportunidades quando observada pelo olhar atento de quem enxerga as pessoas por trás dessa realidade com ritmo frenético de inovações.

Quando falo em “fonte de oportunidade” para estas grandes empresas penso sobre vantagens que podem nascer da busca por profissionais intraempreendedores. Pessoas que vão além do que lhes é solicitado, que estão muito além do que o termo “funcionário” abrange. Essas pessoas trazem aquele “a mais” em sua essência, se sentem parte do negócio e contribuem ativamente com a equipe trazendo ideias inovadoras.

“Então, o termo certo não seria empreendedores, Afif?” Não.

Apesar de uma expressão ter nascido da outra, intraempreendedor compreende uma outra área. Enquanto o empreendedor – em sua maioria – possui ideias mas precisa investir nesses recursos para viabilizá-las (lê-se capital, equipe, estrutura), o intraempreendedor é aquele que trabalha dentro de uma empresa que pode lhe fornecer recursos para desenvolver ideias que possam beneficiá-la e potenciá-la de forma inovadora. Em outras palavras, é um profissional dentro da empresa, que além das responsabilidades do seu cargo, possui aptidões dignas de um empreendedor. E acredite ou não, essa característica é capaz de movimentar a companhia, direta ou indiretamente. 

Mas como identificar esse perfil?

Segundo o criador do conceito, Gifford Pinchot III, uma pessoa intraempreendedora é aquela que não tem medo de assumir riscos e está sempre em busca de novos desafios, sempre naquela inquietação de desenvolver algo diferente e ser proativa. E é claro que há também aquela grande pitada de criatividade, audácia e espírito empreendedor.

Mas não se desespere. Eu mencionei que esse é um perfil muito buscado pelas empresas, e é claro que a nova geração está mais inclinada a ter esse tipo de personalidade por ser sedenta por novidades e não gostar de rotinas burocráticas, repetitivas. Porém, isso não significa que a característica se aplica apenas aos jovens disponíveis no mercado. Talvez já exista um espírito intraempreendedor em sua equipe e você apenas não saiba disso. Dê espaço para que seus colaboradores se sintam confortáveis para expor novas ideias. Estimule novos pontos de vista, marque reuniões para brainstorming, crie projetos que possam inspirar as pessoas talentosas que estão ao seu lado.

Hoje, o intraempreendedorismo é o diferencial não só de um profissional, mas também de uma empresa. Valorizar essa nova modalidade é sair na frente dos concorrentes. É se desenvolver tecnologicamente. É sair do conforto de algo consolidado e alçar voo para um leque de oportunidades capazes de revolucionar o seu nicho de negócios.