Crescimento sustentado e competitividade da indústria de máquinas e equipamentos



O ano de 2018, assim como o anterior, foi um período desafiante para o mercado de bens de capital. Em função das repetidas previsões negativas do crescimento econômico mundial, somada à existência de ampla capacidade ociosa gerada pela crise econômica mundial de 2008, às políticas protecionistas do governo americano e pela crise econômica brasileira, houve impacto negativo nas decisões de investimentos produtivos.

A ABIMAQ defende um modelo de desenvolvimento econômico centrado na produção de bens complexos e serviços sofisticados, condição indispensável para garantir o crescimento sustentado. Para tanto, um ambiente macroeconômico ajustado e a contínua redução do ‘Custo Brasil’ até sua eliminação é essencial para a competitividade de bens e serviços brasileiros.

Temos também o entendimento de que exportar tem que ser um dos objetivos das empresas, não só em momento de crise. O hábito de exportação de uma empresa não deve ser praticado somente para resolver uma crise interna. Historicamente, as exportações representam para a ABIMAQ cerca de 30% do faturamento anual do setor. Em 2016 e 2017, esse percentual chegou a 41% e este ano, no acumulado até outubro, as exportações estão representando 47% do nosso faturamento. Hoje, em relação ao mesmo período do ano anterior, já acumulamos um crescimento de 10.3% nas exportações e acreditamos esse percentual deva e manter até o final do ano.

Entre os nossos 1500 associados, mais de 800 hoje são empresas exportadoras e, não há dúvidas que o Programa BMS tem sido ferramenta importantíssima nesse processo. Quando começamos o Projeto com a Apex-Brasil, nos anos 2000, tínhamos aproximadamente 200 empresas que exportavam. Com o Programa, conseguimos quadriplicar a nossa base exportadora entre os associados da ABIMAQ. São 18 anos de parceria e tudo o que fazemos em eventos e feiras no exterior, além de todo o trabalho de promoção de exportação de nossos produtos, são frutos dessa união.

Como exemplo, temos a recente participação na Feira Internacional de Mecanização Agrícola – EIMA 2018, ocorrida em novembro, na cidade de Bolonha, na Itália. Nela, o Programa BMS, com o apoio da Apex-Brasil, promoveu a participação de oito empresas do setor de máquinas e implementos agrícolas. Foram registrados negócios na ordem de US$ 3.73 milhões, entre vendas diretas e previstas para os próximos doze meses em transações feitas com compradores da Alemanha, Austrália, Áustria, Egito, Etiópia, EUA, França, Gana, Hungria, Inglaterra, Marrocos, Portugal, Quênia, Sérvia, Tailândia, Ubequistão e Ucrânia.

Na ocasião, a ABIMAQ participou de uma reunião para discutir o Agrievolution, programa que prevê a troca de informações entre entidades de vários países no sentido de promover o desenvolvimento tecnológico e a facilitação de certificações internacionais para o setor agro. Foi um intercâmbio proveitoso e necessário para propiciar maior inserção do nosso setor no mercado mundial. Também tivemos a oportunidade, durante a EIMA 2018, de nos reunir com o presidente da FederUnacoma, Alessandro Malavolti, e com Secretário de Assuntos Europeus, Marco Pezzini, como objetivo de desenvolver um memorando de entendimento e cooperação entre as partes.

Iniciativas e encontros como esses, bem como as feiras organizadas pela ABIMAQ e pelo Programa Brazil Machinery Solutions, com o apoio vital da Apex-Brasil, dão sustentação à nossa postura de cada vez mais mostrar ao mercado internacional a excelência e a competitividade de nossos produtos, bem como a força de nossa indústria, que vem resistindo e enfrentando desafios, em um país que hoje não oferece nem equilíbrio das contas públicas nem capacidade para investimentos em infraestrutura para a modernização e ampliação de produção de bens e serviços. 

Para 2019, penso que precisamos persistir na implementação das reformas estruturais: da previdência e tributária, pois serão elas, efetivamente, que irão fazer a diferença e dar à indústria isonomia e condições de voltar a investir e contratar, contribuindo para diminuir o desemprego no país, dando dignidade para um universo ainda superior a 13,7 milhões de trabalhadores que precisam voltar a trabalhar e contribuir com a construção de um futuro melhor a todos os brasileiros.

Fonte: Revista em Ação - Edição 70 - Dezembro 2018

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