Crianças autistas; é preciso falar delas com muito amor, mas também é fundamental falar nos bons hábitos alimentares
O que é o autismo?
Geralmente, os portadores do autismo apresentam dificuldades em relação à fala, comportamentos repetitivos e falta de interação social.
Porém, vale ressaltar que o autismo é um transtorno comportamental e, desse modo, não afeta o desenvolvimento físico.
A boa notícia é que os sintomas do autismo podem ser minimizados por meio de medidas terapêuticas eficazes.
Antes, o autismo era classificado em cinco categorias distintas, de acordo com o grau da deficiência e as características comportamentais.
Essa antiga divisão englobava desde a síndrome de Asperger (grau mais leve) até o espectro mais grave.
Porém, o acesso dos profissionais a novas informações sobre esse transtorno favoreceu a identificação diagnóstica e a adoção de condutas mais efetivas.
Com mais esclarecimento, houve a necessidade de alterar a classificação.
Tais modificações objetivaram identificar o autismo e classificá-lo segundo a gravidade dos sintomas, facilitar a avaliação diagnóstica e direcionar o tratamento para terapias mais eficazes.
Assim, as modalidades do distúrbio foram inseridas em um protótipo conhecido como Transtorno do espectro do autismo (TEA).
À medida que se foi ampliando o conhecimento sobre o transtorno do autismo, esse conceito foi modificado.
No entanto, as causas do autismo ainda não foram completamente estabelecidas, ainda que os estudos nesse campo sejam bastante intensos.
Alguns sinais são considerados marcadores desse distúrbio, porém, a precisão diagnóstica exige vários testes específicos e avaliações detalhadas.
Na verdade, esse distúrbio afeta pessoas de todas as idades, muito embora, desde os primeiros meses de vida, as alterações comportamentais típicas do TEA podem ser percebidas pelos pais.
Há indícios de que o autismo surge como consequência de uma combinação de fatores.
Alimentação e autismo: bons hábitos alimentares ajudam no tratamento
Uma dieta individualizada pode ser uma ótima forma de melhorar os sintomas de autismo, especialmente em crianças, existindo vários estudos que comprovam este efeito.
Uma boa alimentação, saudável, equilibrada e repleta de nutrientes, é de suma importância para o tratamento do autismo, em seus mais variados níveis.
Saiba como eles agem no organismo, favorecendo e melhorando a qualidade de vida dessas pessoas.
Uma boa alimentação, saudável, equilibrada e repleta de nutrientes, é de suma importância para o tratamento do autismo, em seus mais variados níveis.
Observe como eles agem no organismo, favorecendo e melhorando a qualidade de vida dessas pessoas.
Você sabia que a alimentação também está diretamente ligada ao tratamento de autismo?
A ciência nutricional (nutrigenômica) comprova, cada vez mais, a eficácia de bons hábitos alimentares no desenvolvimento cerebral, equilibrando as funções neurológicas, que acentuam esse transtorno.
O autismo, em seus mais diferentes estágios, atinge cerca de 500 mil pessoas no Brasil. Considerado um desequilíbrio neurológico, ele gera uma desordem nas atividades cerebrais que afetam na interação e na comunicação social.
Ainda não há um fator comprovado de sua causa, mas leva-se em consideração desde a genética e o ambiente de criação, à poluição do ar, complicações na gravidez e infecções causadas por vírus.
Nutrigenômica
O genótipo, que representa todos os genes de um indivíduo, mais a ação do meio ambiente, é o fenótipo.
O meio pode mudar ao longo do tempo, e assim, a sua ação sobre os genes também muda, altera numa alteração do fenótipo, conhecido como a variabilidade genotípica e fenotípica. A nutrigenômica é o estudo estas mudanças aplicadas à nutrição.
O impacto ambiental pode ser externo e / ou interno; o efeito externo é determinado pela temperatura, quantidade de luz, umidade, quantidade de gases de efeito estufa, pressão atmosférica, entre outros.
O efeito interno é determinado principalmente pela dieta.
A dieta tem efeitos diferentes em diferentes, e o estudo desses efeitos conduziu ao desenvolvimento da ciência aplicada a nutrição conhecida por nutrigenômica.
A Nutrigenômica envolve a compreensão de como os componentes alimentares afetam a expressão de genes.
E nos permite a melhor compreensão de como a nutrição influencia como vias metabólicas e o controle homeostático.
A Nutrigenética é a compreensão de como genes diferenciação frente uma dieta especial, tendo em conta a variação da população e, especialmente individual.
Neste ponto, levando em conta o papel que o polimorfismo de nucleotídeo único e os efeitos epigenéticos em segundo lugar, o que certamente afetará todos os níveis, ou seja, transcriptômica, proteômica e metabolômica.
Como a alimentação pode ajudar no autismo
Segundo a nutricionista Laura Uzunian, os cuidados com a ingestão de nutrientes para os pacientes autistas é fundamental, uma vez que, dada tal importância, certos ajustes alimentares favorecerão os comportamentos e a sociabilidade do indivíduo, prevenindo e ou amenizando as crises:
A alimentação equilibrada e adequada para autistas pode proporcionar melhora da interação do paciente com os familiares e amigos; melhora do foco, concentração e atenção; melhora da comunicação e maior contato visual; controle de crises de raiva e reações de pânico a lugares desconhecidos; incremento da linguagem oral e função intelectual, destaca a especialista, ressaltando que a alimentação dos autistas, no entanto, devem ser determinadas individualmente, já que é de extrema relevância a individualidade bioquímica do paciente.
Ela analisa os nutrientes mais importantes para esse processo:
Diversos nutrientes são necessários para compor a alimentação saudável do paciente, dentre eles, podemos destacar as vitaminas do complexo B, a N-Acetilcisteína (NAC), a coenzima Q10, a vitamina D, o selênio, cálcio, zinco e magnésio, além do ômega 3, completa a especialista.
A importância de restringir alguns alimentos para autistas
A instabilidade da flora intestinal, também chamada de disbiose, dificulta o processo de digestão, uma vez que as proteínas do glúten como o trigo, centeio e cevada, por exemplo, quando chegam a corrente sanguínea, afetam os sistemas de neurotransmissores que agem diretamente no comportamento do indivíduo.
Sendo assim, devem ser evitados o consumo de alimentos industrializados que aumentam as toxidades no organismo, leite e seus derivados e aditivos como corantes que são associados à alterações do comportamento e a hiperatividade.
A Laura Uzunian, salienta a importância de seguir um cardápio saudável e, principalmente, equilibrado no dia a dia:
Com a alimentação equilibrada, nota-se diminuição de sintomas gastrointestinais como gases em excesso, estufamento abdominal, cólicas intestinais e regularização do funcionamento intestinal.
A ajuda da alimentação no dia a dia na dieta SGSC
A sigla SGSC significa uma dieta sem glúten e sem caseína.
Entretanto, o primeiro cuidado a ser tomado pela mãe ou responsável pela criança autista, é consultar o seu médico e a sua nutricionista.
Vale aqui um reparo: A nutricionista, ou O nutricionista!
Além de uma alimentação equilibrada parecida com a população em geral, muitas vezes utiliza-se a dieta sem glúten e sem caseína para crianças autistas, que também é conhecida pela dieta sigla SGSC.
Repito uma orientação que sempre deixo nos meus artigos: Para as crianças, idosos ou portadoras de qualquer necessidade, só os profissionais da saúde podem prescrever dietas especiais e diferenciadas.
Portanto, se for o seu caso, busque orientação médica e nutricional com profissionais qualificados para este fim.
Apesar de ser trabalhosa a implementação de qualquer dieta, obviamente é muito mais fácil do que os problemas que seus filhos (ou um membro da sua família) enfrentam lutando contra os machos que uma dieta sem limitação fornece.
A dieta sem glúten e sem caseína é uma parte extremamente importante no tratamento do autismo.
Enquanto as respostas para a implementação da dieta ainda são variadas e complexas, a razão mais importante para fazê-la.
Essencialmente, caseína e glúten são proteínas muito parecidas.
A forma com que o corpo processa essas proteínas e até mesmo outras, podem afetar uma pessoa violentamente.
Há muitas teorias e verdades sobre a ingestão dessas proteínas.
Caseína é proteína encontrada no leite e derivados. Glúten é uma proteína encontrada no trigo, aveia, malte, centeio, cevada e semolina.
Qualquer coisa feita nesses elementos é suspeita.
Entretanto, o trigo é muitas vezes utilizado em outros alimentos, por ex., fermento e corante ou calda de caramelo, que são só apenas alguns ítens que contém glúten.
A melhor maneira de se certificar se os alimentos consumidos não contém essas proteínas é lendo muito bem a embalagem, é participar de grupos que usam uma dieta, e principalmente buscar a orientação médica adequada ao caso de um ente querido da família.
Como dizem os especialistas neste tipo de dieta, devem ser retirados todos os alimentos que contenham glúten, como farinha de trigo, cevada, centeio e alguns tipos de aveia, e alimentos que contenham caseína, que são todos feitos a partir do leite ou que contenham leite ou derivados na preparação.
No entanto, é importante destacar que a dieta SGSC só é eficiente e só tem recomendação de uso nos casos em que existe alguma intolerância ao glúten e ao leite, sendo necessário fazer exames com o médico para avaliar a existência ou não desse problema.
Como a alimentação pode melhorar o autismo
Como fazer a dieta SGSC
Na dieta sem glúten e sem caseína deve-se retirar todos os alimentos que contenham essas duas proteínas:
Glúten
É a proteína do trigo e, além do trigo, ela também está presente na cevada, no centeio e em alguns tipos de aveia, devido à mistura de grãos de trigo e de aveia que normalmente acontece nas plantações e nas fábricas de processamento de alimentos.
Assim, é preciso retirar da dieta alimentos como:
- Pães, bolos, salgados, biscoitos e tortas;
- Macarrão, pizza;
- Cerveja e whisky (consumidos por maiores de idade);
- Qualquer alimento que seja feito a partir de cevada, centeio e trigo.
É importante olhar no rótulo dos alimentos para ver a presença ou não de glúten, pois pela legislação brasileira o rótulo de todos os alimentos deve conter a indicação de contém ou não contém glúten.
Alimentos com caseína
A caseína é a proteína do leite, e portanto está presente em alimentos como queijo, iogurte, coalhada, creme de leite, requeijão, e todas as preparações culinárias que utilizam esses ingredientes, como pizza, bolo, sorvete, biscoito e molhos.
Além disso, alguns ingredientes utilizados pela indústria também podem conter caseína, como caseinato, fermento lácteo e soro do leite, sendo importante sempre verificar no rótulo antes de comprar um produto industrializado.
O que comer
Na dieta para autismo deve-se fazer uma alimentação rica em alimentos como vegetais e frutas em geral, batata inglesa, batata doce, arroz integral, milho, cuscuz, castanhas, nozes, amendoim, feijão, azeite, coco e abacate.
A farinha de trigo pode ser substituída por outras farinhas sem glúten como a de linhaça, de amêndoas, de castanha, de coco e a farinha de aveia, quando o rótulo da aveia traz a indicação de que o produto é sem glúten.
Já o leite e seus derivados (que contém caseína) podem ser substituídos por leites vegetais como leite de coco e de amêndoas, e pelas versões veganas para queijos, como o tofu e o queijo de amêndoas.
Porque a dieta SGSC funciona
A dieta SGSC ajuda a controlar o autismo porque esta doença pode estar ligada a um problema chamado Sensibilidade Não Celíaca ao Glúten, que é quando o intestino é sensível ao glúten e sofre alterações como diarreias e sangramentos quando o glúten é consumido.
O mesmo vale para a caseína, que é má digerida quando o intestino é mais frágil e sensível. Essas alterações intestinais podem levar à piora dos sintomas do autismo e podem provocar problemas como alergias, dermatites e problemas respiratórios, por exemplo.
No entanto, é importante destacar que nem sempre a dieta SGSC vai funcionar para melhorar os sintomas do autismo, pois nem todos os pacientes têm o organismo sensível para glúten e caseína.
Nesses casos, deve-se seguir uma alimentação saudável geral de rotina, lembrando que sempre deve ser feito o acompanhamento com o médico e com o nutricionista.
Saiba um pouco mais sobre Glúten e caseína
Glúten e a caseína são transformados em peptídeos.
Estes peptídeos são denominados gliadinomorfina (a quebra da proteína do glutén) e caseomorfina (uma quebra da proteína da caseína).
Esses peptídeos são complexas cadeias longas de aminoácidos e cuidados um bom funcionamento da produção enzimática pra serem devidamente quebrados e absorvidos pelas funções orgânicas.
Ambos os peptídeos agem como a morfina no corpo.
Isto é admitido acontecer quando substâncias são capazes de atravessar uma barreira intestinal e entrar na corrente sanguínea.
Substâncias que não são completamente digeridas, podem entrar no fluxo sanguíneo e partir chegar até o cérebro.
Vários estudos médicos-científicos, demonstrando que o autista tanto tem sérias deficiências de produção enzimática com pouca ou nenhuma produção da enzima DPP IV responsável pela quebra desses peptídeos, quanto o desequilíbrio da flora intestinal, provocando o intestino permeável e deixando que essas substâncias entrem na corrente sanguínea e se liguem aos receptores opiáceos no cérebro.
A deficiência na sulfatação, também muito encontrada em autistas, é outro fator que contribui para o intestino permeável.
Os glucosaminoglucanos, polissacarídeos responsáveis por manter a integridade celular da mucosa intestinal e da barreira hematoencefálica, são dependentes de sulfatação.
Sem sulfatação, os glicosaminoglucanos não podem lançar o seu papel de manter a integridade celular.
Isso provoca o intestino permeável e ainda mais grave: enfraquece uma barreira cerebral fazendo com que qualquer material danoso que caia na corrente sanguínea (peptídeos opóides, metais pesados, transformados) atinjam o cérebro em cheio.
Caseína e glúten podem induzir a uma intolerância alimentar com produção de diar, como na doença celíaca.
Embora os celíacos tenham sintomas variados, existe uma corrente de pensamento que as crianças autistas podem estar experimentando sintomas parecidos.
Isto pode incluir náusea, gases, distenção abdominal, diarréia, febre etc.
Na grande maioria dos autistas essa intolerância alimentar só pode ser percebida no comportamento.
Rotina na alimentação
A refeição não é apenas ingerir alimentos, vai muito além disso.
A introdução de alimentos novos deve ser pequena e simples, para que aceitem.
Um exemplo é começar mudando a marca ou formato de um alimento que a criança gosta.
A criança deverá estabelecer uma relação boa com os alimentos.
Para que uma criança com TEA passe a comer alimentos mais sólidos, o processo deverá ocorrer de forma lenta e gradual, no qual toda família estará envolvida.
Algumas regras importantes
· Comer sentado à mesa nos mesmos horários, sem distrações de músicas, TV ou brinquedos. O ideal seria, que todos da família pudessem realizar juntos as refeições
· Os pais são o modelo para criança. Dar o exemplo de como utilizar os talheres, colocar pouca comida na boca e mastigar com a boca fechada
· Um alimento novo deverá ser oferecido pelo menos 8 a 10 vezes para dizer que não gosta. Não levar em conta algumas caretas, pois são expressões das sensações. Não quer dizer que não gostou, pode ser apenas, que seja diferente
· Oferecer o alimento novo na textura que a criança gosta, como purê ou chips, e modificar gradativamente
· Quando a criança não gostar de um alimento, poderá utilizá-lo no preparo de algo que gosta. Exemplo: se a criança gosta de panqueca, deve-se cozinhar a massa com espinafre, colocar pouco espinafre no início e ir aumentando gradativamente
· Os alimentos devem ficar separados no prato, sem misturar, deixar a criança explorar o alimento, cheirá-lo e tocá-lo
· Não demonstre ansiedade e expectativa durante a refeição da criança. Faça com que as refeições sejam um momento tranquilo e agradável, sem pressionar a criança. Alguns dias serão melhores que outros, mas ansiedade não ajuda nunca.
Desejo aos meus leitores um ótimo Domingo!!