Criatividade na crise, será que é tão simples assim?
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Criatividade na crise, será que é tão simples assim?

Tenho visto muita gente se sentindo mal por não conseguir ser tão produtiva ou criativa quanto “deveria” (quem disse?) durante a pandemia que vivemos. Sofrem porque não estão dando conta de pensar em soluções ou reinventar sua atuação profissional na crise.

Se você anda sentindo essa frustração, o que eu posso dizer é que você não é o único. A maioria dos reles mortais está focada em sobreviver e cuidar dos seus. Empregando praticamente toda a energia disponível para dar conta do básico e, não, isso não é um fracasso.

Mas e toda aquela gente no Instagram “pivotando” geral?

Sei bem o que é rolar o feed e ver pessoas alardeando aos quatro cantos todos os planos sensacionais que estão conseguindo colocar em prática a despeito do vírus, da economia, do cenário social e político... Uau! Salvo algumas exceções, arrisco dizer que estão mais tentando convencer a audiência, ou a si mesmas, de que estão nadando de braçada no caos do que, de fato, estão.

Trabalho com criação no sentido mais estrito da palavra (sim, porque criar é inerente à qualquer atividade humana, mas isso é tema para outro post) e, para minha sorte, os jobs têm se mantido em volume bem próximo ao padrão pré-COVID. Sendo assim, sigo criando, cumprindo prazos e produzido bastante. Mas sempre rola aquela cobrança, externa ou interna para fazer mais.

Se agora estou em casa 7 dias por semana, por que não uso o tempo que gastava me locomovendo para reuniões, por exemplo, para produzir mais conteúdo autoral?

Porque posso estar com medo do futuro, passando nervoso com o noticiário, tentando manter as relações pessoais saudáveis durante o confinamento, lavando toneladas de louça... e por aí vai.

Nem todo limão vai virar limonada, às vezes é só um limão azedo mesmo.

É muito importante entendermos que não estamos fazendo um sabático da rotina por opção. Basicamente, estamos focados em não morrer.

Não se cobre tanto para ser supercriativo e produtivo nesta fase. Isso não quer dizer que você não deva tentar. Se sua atividade profissional ou seus anseios pessoais exigem novas formas de fazer, dê o passo que consegue dar. Movimento é premissa para ideias fluírem. Faça seu melhor PARA O MOMENTO, mas entenda que provavelmente não será o melhor, melhoooooor. Sabe? E está tudo bem. Nenhum projeto é mais importante agora do que criar a realidade mais saudável possível para seu corpo e mente.

Alice Kurihara Mori

Sourcing/Desenvolvimento de novos fornecedores de matéria-prima/Compradora de insumos produtivos | Eurofarma

4 a

Já disse que sou sua fã Luciana da Silva? Por hora, me sinto feliz em fechar o meu dia com as pequenas coisas que consigo fazer, e se não consigo, fica pra próxima 🤗

Luciana, você tem uma sugestão de “regrinha básica” ou um roteiro para pessoas que, como eu, não estão acostumadas a escrever? Mais ou menos como seguir a estrutura “introdução, desenvolvimento e conclusão”, mas considerando os aspectos contemporâneos de linguagem para redes sociais e SEO? Já estudei Storytelling onde até encontrei esses “modelos de estrutura”, mas acho que é uma ferramenta muito sofisticada e que demanda muita análise e planejamento para quem precisa escrever de forma mais corriqueira, frequente.

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