Criatividade na Gestão (parte 3)
artigo anterior : "A Gestão e a criatividade inerente"
Exemplos de criatividade e como a desenvolver
Resumindo os artigos anteriores, verificámos que a criatividade é um processo com várias fases e que é possível utilizar esse mesmo processo na Gestão. Aliás, uma empresa com criatividade será uma empresa inovadora com novas soluções. A importância deste assunto cresce com a evolução exponencial do aparecimento de novos métodos de gestão, novos mercados, novos produtos, entre outros acontecimentos do mundo real e digital. Mostro desta vez a teoria "conceptual blending" formulada por Gilles Fauconnier e Mark Turner, dois cientistas cognitivos. Tal como no primeiro artigo, trata-se do processo que o cérebro realiza ao misturar vários cenários "recolhidos" ao longo do dia para gerar novas ideias.
Falando em empresas, bons exemplos em se esforçarem por serem mais criativas será o exemplo da BlackBerry que contratou a cantora Alicia Keys e da Intel que contratou o cantor Will.I.Am para "Creative Directors".
Será óbvio que os gestores mais criativos serão aqueles capazes de identificar e pensar algo que ainda não existe tal como fez Taylor, Weber, Kotler, entre muitos outros que estão na história da gestão e que aconselho a estudarem os seus acontecimentos e os seus casos para percebermos como chegaram com novas teorias (quase sempre ligadas com o aumento e mudança do funcionamento dos mercados e dos consumidores).
Como tornamos uma empresa creativa ?
Um gestor que não está envolvido nas artes e na criatividade terá que exercitar e ter um maior foco no "conceptual blending". Durante o dia numa empresa, será importante reter os problemas que encontrou durante as suas tarefas, estudar o problema e ser atencioso em coisas banais mesmo que não tenham a haver com o problema porque o resultado poderá vir da mais absurda coincidência. Semanalmente realiza-se um encontro semanal em que se juntem os gestores e outros elementos com os seus problemas e possibilidades de soluções. É importante nunca retirar uma ideia de cima da mesa por mais estúpida que seja, tal como se deve fazer num bom brainstorming, quem sabe se não poderá ser a solução para um outro problema ? Depois dos problemas identificados será hora de encontrar aqueles que prestarão um melhor desempenho internamente na empresa e arranjar soluções que poderão vir apenas com o tempo. Noto que o processo começa em cada um dos indivíduos e acaba no grupo, com a partilha.
É de realçar que absorver conhecimento tal como a leitura e pesquisa por temas é mais uma ferramenta, porque estamos desta forma a aumentar o nosso catálogo mental de cenários possíveis de se misturarem para a obtenção de futuras ideias. Entre os entendidos, acredita-se que a auto reflexão e a meditação traga um aumento no número de ideias que são geradas pelo cérebro, tal como a prática de uma actividade artística seja ela música, pintura ou outra. Há ainda a vertente pessoal, em que cada um de nós é diferente e que por tentativa e descoberta iremos achar por certo uma tarefa que nos faça sentir bem mentalmente para novas ideias.
Como tudo, a prática destes pequenos exercícios e o contínuo foco nos problemas irão trazer vantagens para si e com o tempo irá tornar-se melhor em obter novas ideias e identificar problemas, garantidamente ! (Quase que pareço um daqueles astrólogos que prometem coisas boas, mas não é nada disso que se trata).
Acaba por ser desgastante e muito facilmente nos esquecemos dos exercícios com o tempo, mas com vontade e determinação não é nada que não se passe.
Existem muitos outros exercícios para a fomentação da criatividade, o que falei neste artigo é o mais básico e complementar com qualquer actividade que não seja directamente ligada à criatividade.
Teria todo o gosto em receber comentários da vossa parte para discutirmos outros métodos de "exercício criativo".