A crise veio mostrar que somos (ou fomos) ruins de jogo
2017 chegou e estamos ainda no segundo mês do novo ano. Portanto, é super natural para algumas pessoas ainda estarmos naquela fase de expectativas boas para os negócios que possam a vir surgir do novo ano que já se aprochegou. Ok.
Mesmo com o ano voando (esperávamos diferente?): esta semana "já é Carnaval, chegou Carnaval", como dizia àquela música da banda Timbalada, já sinaliza que o mês de fevereiro já acabou praticamente e março já está enxugando os pés sujos da rua no capacho de nossas portas. Ok.
O problema é que não paramos de escutar há anos- quatro ou cinco anos - que a crise está aí e que com ela você não pode viajar, comprar coisas para o seu bel prazer, ou até atirar no escuro, não é mesmo? Tempos de crise, parece que eu ouço uma bateria ambulante de tanto "bam-bam-bam" soado a cada email de futuros negócios não sendo feitos. (existe a porta da esperança? Alô, Silvio Santos, cadê você?)
O problema é que com a crise, esta bateção de portas a todo instante, as pessoas ficam temerosas e não querem ousar. E o pior de tudo: se tornam irredutíveis, azeitando o próprio e sonhado futuro negócio. Para ilustrar, contarei uma história que aconteceu comigo dias atrás.
Uma conhecida me indicou para um cliente em potencial que desejava divulgar um evento específico em seu museu. A mão de obra seria bem rápida, coisa de dois meses no máximo. Contatos trocados, conversas realizadas, pontos de vista embasados. Até aí tudo bem.
A situação encrencou quando a dita-cuja (cliente) me ofereceu um pagamento bem, mas bem abaixo do mercado pelo tempo de dois meses. E o melhor de tudo: ela querer, vamos dizer assim, o meu pacote completo, com todos os serviços (assessoria de imprensa, conteúdo especializado, mídias sociais), pelos míseros dinheiros que ela gostaria de pagar. Com a minha negativa (não diminuí meu preço em nada), a moça, inventou uma historieta dizendo que meu orçamento iria ser avaliado pelo conselho da diretoria do espaço e entrar em contato comigo. Mentira, ela era a responsável pela aprovação ou não dos orçamentos.
Assim, eu pergunto: por que as pessoas boicotam as outras ou elas mesmas no ambiente de trabalho? Ora, que ela queria divulgar o evento dela, eu não tenho dúvidas. Mas por que querer "mundos e fundos" por um preço que ela sabia que não tinha ou não queria pagar? Até porque, na crise, diz-se que as pessoas guardam mais e gastam menos. Será isso mesmo? Por que ela não pôde dizer: "Olha, eu tenho 1 real na carteira, será que eu poderia contar apenas com seu trabalho de divulgação com ele?" Seria mais claro e transparente. E não teria como pegar ninguém desprevenido. Aceitaria quem pudesse e quem quisesse.
Isso só me leva a crer que a crise nos mostra que somos muitos ruins negociadores ou que o éramos até agora. Que vexame! Bem, só nos resta mudar esta maré de azar e nadar contra ela. Afinal, como dizem, na crise, crie!