A CRUZ, instrumento e sinal cristão de libertação e santificação
Vaticano: Cruz de São Marcelo

A CRUZ, instrumento e sinal cristão de libertação e santificação


Sem dúvida alguma a cruz é um dos maiores sinais de identificação para os que professam a fé cristã. Ela é um dos primeiros símbolos a ocupar os espaços públicos ou privados para expressar a fé em Jesus Cristo, “crucificado sob Pôncio Pilatos”, como vem atestado na formula da oração do Credo. Em qualquer celebração ou ato litúrgico, a Igreja principia e conclui com a oração do sinal da cruz, vinculando-a ao mistério e à ação da Santíssima Trindade. Como sinal da vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, ela acompanha toda oração de benção pronunciada pela Igreja, manifestando o seu poder libertador e santificador. 

Entretanto, é com a crucifixão de Cristo que a cruz vem assim ressiginificada, uma vez que antes era entendida e utilizada como instrumento de ignomínia (vergonha pública) e condenação dos pecadores e malfeitores.   

Assim, em seu antagonismo, a cruz é, segundo a fé cristã, a árvore da vida através da qual o cristão renasce em Cristo ao participar no mistério de Sua morte redentora. Pois que em Cristo, a cruz torna-se sinal e símbolo da doação máxima a Deus e ao próximo.  Vista deste modo, a cruz não é realidade pontual na vida terrena de Jesus, mas expressão e manifestação máxima de sua missão libertadora; isto é, um caminho de redenção e salvação. 

De instrumento de condenação a instrumento de salvação, a cruz é a síntese da vida e da missão de Jesus Cristo. Ele mesmo diz: “Quem não carrega sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo” (Lc 14,27) ou “não é digno de mim” (Mt 10,38). Tal é a sua importância que a Igreja a introduziu solenemente no calendário litúrgico, celebrando festivamente a 'Exaltação da Santa Cruz' no dia 14 de setembro.  Ela é, então, a glória e a exaltação do Cristo, como Ele mesmo afirmou: “Chegou a hora na qual o Filho do Homem será glorificado. Eu vos afirmo e esta é a verdade: se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, focará só. Se, pelo contrário, ele morrer, dará fruto” (Jo 12,23-24)

Tão importante para a fé cristã católica, que seu lenho é adorado na sexta-feira santa por todos os fiéis na celebração do tríduo pascal. Porque Cristo ressuscitou, a cruz é para os cristãos instrumento glorioso de libertação e de vida, como atesta são Paulo: “Nossa glória está na cruz de Jesus” (Gal 6,14)

Para o cristão a cruz não causa medo e nem espanto, pois que nela é expressa a vida de muita gente sofrida que encontrou na cruz não um peso, mas um sólido apoio para compreender e enfrentar, à luz da fé, os momentos dolorosos que na vida experimenta. Bem expressou padre Zezinho em sua canção: “Se a dor algum dia Senhor me visitar; se o corpo algum dia Senhor não me obedecer; se a mente algum dia Senhor já não distinguir; pra saber carregar minha cruz, olharei pra Jesus”. Para quem não tem a fé cristã, a cruz é um escândalo, mas para quem a possui, a cruz se converte no maior gesto e prova de amor que nos é dado “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.  

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