Cuidado com "Snap-Back"​
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Cuidado com "Snap-Back"

Existem múltiplos riscos para o pessoal que atua ou acompanha as fainas de atracação/amarração de um navio. De acordo com uma seguradora do Reino Unido, nos últimos 20 anos, 58% dos acidentes reportados a bordo, foram relacionados à atividade de amarração. 

Aos companheiros que atuam nos terminais marítimos e portos do país, gostaria de lembrar que não estamos livres disto, pois além de irmos a bordo, muitas vezes precisamos passar ou até permanecer próximos as áreas de amarração das embarcações (perto dos cabeços de terra). Desta forma é importante que tenhamos o conhecimento dos riscos envolvidos em nossas atividades e um deles, é um fenômeno chamado “Snap-Back”.

O “Snap-Back” ocorre quando um cabo de amarração está sob muita tensão, logo uma quantidade de energia armazenada enorme, e esta energia é libera pela (falha) quebra de um cabo, fazendo com que as pontas deste cabo recuem repentinamente como um chicote descontrolado, tanto para o lado de bordo como o de terra.

 Os motivos da quebra do cabo de amarração podem ser muitos, como ventos fortes por exemplo. Mas não são só o mau tempo potencializa este risco, pois um swell (ondulação/marola) causada por uma embarcação passante, por exemplo, pode ocasionar o rompimento de um cabo de um navio atracado.

 Nos navios tanque, por exemplo, o pessoal está ligado constantemente nos riscos do “Snap Back” e por isto, seguem procedimentos específicos e possuem treinamento para atuar nas fainas de atracação, desatracação dentre outras relacionadas. Alguns navios inclusive, possuem sinalização de “Snap Back Zone”. Mas o que me chama atenção, é que não vejo normalmente cuidado e preocupação semelhante por parte das equipes que atuam em terra, sejam elas na amarração ou em qualquer outra atividade realizada no cais/píer. Nas avaliações de risco das atividades desenvolvidas nos berços de atracação, normalmente aparecem insolação, esforço ergonômico, carga suspensa etc. Contudo é raro ver algo relacionado ao risco do “Snap-Back”, como amputação de membros, ferimentos graves e até fatalidade.

 Lembre-se! Quanto maior a energia armazenada, maior será o efeito “Snap-Back”, logo, evite ficar na linha de tiro. Não permaneça na área de amarração durante a atracação se não estiver diretamente envolvido naquela atividade. Evite permanecer próximo à cabos de amarração tensionados, procurando sair de perto assim que possível. Tome conta de você e dos seus colegas de trabalho.


Monique M. Bonilla Domingues

Business Sustainability Management | Sustainable Finance | Climate Change | Environmental topics | CSRD | EU Taxonomy

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Ótimo texto!

Rosemberg Alves

Operador de Produção Offshore | Production Operador Offshore | Operador de Sala de Controle Offshore | Control Room Operator Offshore | Técnico de Processo Offshore.

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Parabéns Aluizio Nascimento excelente conteúdo.

Adelita Dopazo Cordeiro

Land Logistic Manager at Neste Brazil

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Concordo Aluizio Nascimento que o "Snap-Back" tem que ser considerado na análise de risco do terminal. Muito bem citado.

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