Cuidados de fim de vida em Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI)

A população mundial está envelhecendo e a necessidade de cuidados paliativos e de fim de vida em todos os ambientes de cuidados está aumentando. À medida que a população envelhece, também aumenta a demanda por cuidados para idosos em ambientes de cuidados domiciliares e residenciais.

Não existem dados sobre isso no Brasil, mas para se ter uma ideia, em 2010-11, 75% das 116.481 pessoas com pelo menos 65 anos que morreram na Austrália usaram serviços de cuidados para idosos em 12 meses antes de sua morte. Quanto mais velha uma pessoa era quando morreu, maior a probabilidade de ter acessado um serviço no momento da morte.

É importante que os idosos sejam apoiados para receber cuidados de fim de vida de alta qualidade no ambiente de sua escolha, seja em sua própria casa, em cuidados residenciais para idosos, em um hospital de cuidados intensivos ou em um serviço de cuidados paliativos dedicado. Muitas pessoas recebem cuidados paliativos em um hospital com unidade de cuidados intensivos, mas há um reconhecimento crescente de que as unidades de cuidados intensivos nem sempre são os ambientes mais apropriados para fornecer cuidados dedicados de fim de vida que promovam conforto e qualidade de vida.

Garantir a disponibilidade de serviços paliativos de alta qualidade e de cuidados de fim de vida em instalações de cuidados para idosos e nas próprias casas das pessoas permitirá que mais idosos tenham uma boa morte, os profissionais apoiem melhor as famílias e cuidadores durante os processos de morte e luto e facilitem a melhor alocação de recursos escassos de saúde.

Elementos Essenciais para Cuidados de Fim de Vida Seguros e de Alta Qualidade

Os princípios abaixo se baseiam na Declaração de Consenso Nacional: Elementos Essenciais para Cuidados de Fim de Vida Seguros e de Alta Qualidade,desenvolvida pela Comissão Australiana sobre Segurança e Qualidade em Cuidados de Saúde, particularmente:

• Morrer é uma parte normal da vida e uma experiência humana, não apenas um evento biológico ou médico

• Os pacientes devem ter o poder de direcionar seus próprios cuidados, sempre que possível. As necessidades, objetivos e desejos de um paciente no fim da vida podem mudar ao longo do tempo

• Atender às necessidades culturais, espirituais e psicossociais dos pacientes, suas famílias e cuidadores é tão importante quanto atender às suas necessidades físicas

• Reconhecer quando um consumidor está se aproximando do fim da vida é essencial para fornecer cuidados de fim de vida apropriados, compassivos e oportunos.

Cuide do fim da vida como você faz com o começo.

Cuidados paliativos e de fim de vida fornecidos de acordo com esses princípios ajudarão os idosos em cuidados residenciais para idosos a terem a melhor morte possível e a viver o restante de suas vidas ao máximo com dignidade e conforto. Também apoiará as famílias e cuidadores no cuidado de seu ente queridos e durante o período de luto e apoiará a equipe para fornecer o melhor atendimento possível.

O que é preciso fazer?

Existe a necessidade de:

• reconhecer quando um idoso está se aproximando do fim da vida

• avaliar, documentar e atender às mudanças nos requisitos de cuidados

• garantir acesso equitativo a cuidados de fim de vida de alta qualidade

• garantir que os serviços residenciais de cuidados de idosos tenham recursos adequados para fornecer cuidados paliativos de alta qualidade

• garantir que a equipe seja adequadamente treinada e apoiada na prestação de cuidados de fim de vida

• garantir que o cuidado seja holístico e contínuo

• respeitar a dignidade, privacidade e diversidade, incluindo diversidade espiritual, cultural e de gênero.

• entender e atender às necessidades dos consumidores com demência

• apoiar famílias e cuidadores em luto

• reconhecer adequadamente a contribuição do consumidor.

Fonte:

1. Smith, TJ., et al.American Society of Clinical Oncology provisional clinical opinion: the integration of palliative care into standard oncology care, Clinical Oncology; 10;30(8):880-7, 2012.

2. Temel, SJ., Greer, JA., Muzikansky, A. et al, 2010. Early palliative care for patients with metastatic non-small-cell lung cancer, The New England Journal of Medicine; 363: 733-742.