A CULPA É DO BRASILEIRO!
Como a grande maioria dos artistas, eu sou apaixonada por absolutamente tudo relacionado a artes. Sejam museus, ou dança, musica, livro ou qualquer outro movimento artístico. Eu apoio a arte, consumo arte, amo a arte. Sou do tipo que apoia os amigos artistas, e tento sempre me reciclar e aprender mais.
Dentro da minha dança, apesar de não ser cultura nacional, sempre tento buscar as ligações e como a cultura árabe se interliga de alguma forma com a brasileira. Já fiz aula de danças brasileiras, dança essa extremamente rica e cheia de cultura (e estou morta de vontade de fazer novamente) me interesso por conhecer melhor a minha cultura e sinto falta muitas vezes de conhecer mais.
Mas vamos à reflexão?
Nas escolas brasileiras há tempos o dia do índio, dia do folclore brasileiro estão perdidos no tempo. Muitas vezes fazem uma pequena lembrança e nada mais que isso. Paramos de ensinar nossas crianças sobre a cultura do nosso país. Será que as crianças sabem o que é o Maracatu? Carimbó? Frevo? O incrível festival de Parintins? As maravilhas do carnaval de Olinda e eu poderia continuar os exemplos eterna e certamente muitos adultos tampouco sabem do que se trata algumas das tradições que citei.
Quantas escolas promovem ainda visitas a museus realmente históricos? Hoje em dia muitos museus são mais tecnológicos, com realidade aumentada. Mas, e a história? Antropologia, etnologia estão cada dia mais sendo perdidas. Sem o interesse e a batalha da população, além de um governo errado e corrupto como o nosso que esquece, ignora, e tira verba para a manutenção da nossa maior riqueza. A cultura e o conhecimento.
A cultura e o conhecimento vão muito além da sala de aula. Falta para o brasileiro saber que se quiser educar uma criança, a cultura precisa estar presente. E aqui vem a valorização da cultura, do profissional que exerce uma função cultural. E isso é bem amplo. Posso citar historiadores, antropólogos, bibliotecários, professores. Ou até mesmo músicos, bailarinos, artistas plásticos, pintores. A lista é interminável.
Para concluir, o brasileiro chora pelo incêndio do Museu Nacional, mas menospreza o carnaval de rua. Se revolta com a destruição da história, mas fala para professor se ele trabalha ou só dá aulas. Pede uma resposta do governo sobre o incêndio, mas condena a Lei Rouanet, que apesar de beneficiar quem não precisa, ajuda diversos projetos sociais que tiram crianças das ruas para inserir a arte em suas vidas. A culpa, meus caros, não é só do governo. É nossa.