Dólar mais alto ou mais baixo em 2017?
O Brasil vem passando por uma longa instabilidade política e econômica, fazendo o real se desvalorizar drasticamente ao longo dos últimos anos. Para aqueles que têm planos atrelados ao dólar em 2017, tenho certeza que tentar prever futuras oscilações seria de grande interesse.
Somente um rápido histórico, a cotação do real relativa ao dólar passou de R$ 1,76 em janeiro de 2012 para os atuais R$ 3,25, atingindo R$ 4,16 em janeiro de 2016. Isso significa quase 85% de aumento em 5 anos. Houveram forças externas na desvalorização nesse período, mas a grande influência foi a instabilidade política e fragilidade das contas do governo brasileiro. Conclui-se então que mais instabilidade política e demora do acerto fiscal será uma grande pressão interna de desvalorização do real em 2017.
Ao contrário dos anos anteriores, 2017 terá também uma forte influência externa pressionando a desvalorização da moeda local, e quase toda essa força virá de ações do novo governo Trump. Sua meta é atingir um crescimento do PIB de até 4% ao ano até o fim do seu mandato através de investimentos em infraestrutura e no setor militar, além da promessa de redução significativa dos impostos das empresas. Essa combinação colocará força na inflação, e por essa razão, o Fed (Banco Central dos EUA) já iniciou a escalada dos juros básicos antes mesmo da posse do novo presidente. O aumento dos juros americanos cria uma forte demanda de sua moeda buscando investimentos em dólar e estimulando sua valorização em relação a todas as outras moedas.
Claro que essa não será a única consequência da valorização do dólar, mas será bastante relevante e com tendência firme ao menos durante 2017.
Voltando para as influências internas no Brasil, a vitória da PEC do teto dos gastos foi bastante importante para atingir a estabilidade econômica e da moeda, mas ainda existem outras vitórias extremamente necessárias, como a reforma da previdência. Não menos importante, o governo ainda terá que enfrentar a explosão das delações da Odebrecht. Qualquer revés nisso tudo significará o aumento da pressão na desvalorização do real. Ou seja, se tivermos que apostar em um caminho da moeda brasileira em 2017, ele tende a ser a desvalorização, só não sabemos sua intensidade.
Além do real mais desvalorizado, também podemos esperar anos de lenta recuperação econômica, pois não existem milagres ou "atalhos" em economia. Empresas que buscam crescimento e diversificação de risco deveriam considerar a internacionalização, mas comece a se preparar com rapidez, pois uma possível desvalorização do real pode atrapalhar os planos.
Paulo Rossetti
Senior Consultant, Boston Innovation Gateway at IXL-Center
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Business Development Manager - China - Consultoria Internacional / Importação
2 aPaulo, Obrigado por compartilhar!! Grande abraço!
President / Owner at Vizcaino Asset Management
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