Ponto de Equilíbrio #09 Gestão e Finanças

Ponto de Equilíbrio #09 Gestão e Finanças


Comportamento do dólar nas últimas duas semanas.

15-18 de novembro

  • Ajuste técnico e realização de lucro Após um período de alta no câmbio, investidores realizam lucros, resultando em uma leve queda do dólar frente ao real. Esse movimento é comum em momentos de alívio temporário nas tensões macroeconômicas ou quando há estabilização dos mercados.

20-21 de novembro

  • Escalada na guerra entre Rússia e Ucrânia A intensificação do conflito gera maior aversão ao risco global, favorecendo moedas consideradas seguras, como o dólar. Esse aumento na cotação reflete a fuga de capitais de mercados emergentes como o Brasil.

22-25 de novembro

  • Expectativa com anúncio do pacote fiscal Aguardando o detalhamento do pacote fiscal, o mercado adota uma postura cautelosa. O dólar sobe gradualmente, refletindo incertezas sobre o impacto das medidas no equilíbrio fiscal.

26-27 de novembro

  • Anúncio de isenção de IR para determinada faixa salarial A medida, embora benéfica para a população, levanta preocupações sobre perda de arrecadação e desequilíbrio fiscal. Isso pressiona o câmbio, resultando em alta do dólar.

27-29 de novembro

  • Reação negativa ao pacote fiscal anunciado Após o detalhamento do pacote fiscal, a percepção do mercado é negativa. Falta de medidas eficazes para conter gastos e equilibrar as contas públicas intensifica o movimento de alta no câmbio, levando o dólar a atingir um novo pico no período analisado.


Na sexta-feira, 1º de novembro de 2024, o dólar fechou cotado a R$ 5,86, o maior valor desde maio de 2020. No entanto, parece que estamos brincando de bater recordes. Na última semana de novembro, o dólar atingiu a marca de R$ 6,10. Esse movimento reforça a pressão sobre a economia brasileira, evidenciando o impacto de fatores como o aumento dos juros globais e a incerteza fiscal doméstica. Continuar monitorando os próximos passos da política econômica será crucial para entender a direção da moeda nos próximos meses.


Produto: Estruturação de CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio)

A estruturação de CRA é uma solução financeira que vem ganhando cada vez mais destaque no mercado brasileiro, especialmente no setor do agronegócio. Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio são uma alternativa de captação de recursos para empresas do setor, oferecendo uma forma eficiente de financiar operações e expandir negócios com custo reduzido.

O Que é um CRA?

O CRA é um título de crédito lastreado em recebíveis originados de transações realizadas no setor do agronegócio, como vendas a prazo de produtos agrícolas, financiamentos ou até mesmo contratos de prestação de serviços relacionados à produção rural. Esses recebíveis são utilizados como garantia para o pagamento do título, que é oferecido no mercado de capitais.

Como Funciona a Estruturação de CRA?

  1. Identificação de Recebíveis: O primeiro passo na estruturação de um CRA é identificar e selecionar os recebíveis que irão lastrear o título. Estes podem vir de contratos com produtores rurais, indústrias do setor agropecuário ou empresas de distribuição.
  2. Securitização dos Recebíveis: Após a seleção, os recebíveis são securitizados por meio de uma instituição financeira especializada, que cria o título (CRA). Esse processo oferece mais liquidez aos créditos, transformando-os em ativos negociáveis.
  3. Oferta ao Mercado: O CRA é então oferecido aos investidores, que compram os certificados em troca de uma rentabilidade preestabelecida, atrelada ao risco do agronegócio.
  4. Vantagens para as Empresas: As empresas do setor ganham acesso a uma linha de crédito mais barata e com prazos mais longos, o que pode ser crucial para o financiamento de grandes projetos, como expansão de produção, compra de equipamentos ou até mesmo para a captação de recursos em momentos de sazonalidade.

Vantagens da Estruturação de CRA

  • Custo de Captação Competitivo: O CRA oferece uma alternativa de financiamento com taxas de juros geralmente mais atrativas em relação a outras formas de crédito.
  • Acessibilidade ao Mercado de Capitais: Com a securitização, empresas do agronegócio, mesmo as de porte médio, podem acessar o mercado de capitais, permitindo uma diversificação das fontes de recursos.
  • Facilidade na Gestão de Fluxo de Caixa: O CRA possibilita à empresa um gerenciamento mais eficiente de seu fluxo de caixa, uma vez que a captação de recursos está vinculada aos recebíveis futuros e à operação do negócio.

A estruturação de CRA é uma excelente opção para empresas do agronegócio que buscam otimizar sua gestão financeira e expandir suas operações com mais segurança e menores custos. Ao utilizar esse mecanismo, é possível não apenas aumentar a liquidez da empresa, mas também abrir portas para novos projetos, sem perder a estabilidade financeira.

O Brics, Trump e a Briga pelo Dólar: Uma Comédia Econômica em Atos


O dólar americano, essa entidade quase divina da economia mundial, reina absoluto como um "deus de papel". Protegido por ameaças de tarifas de 100% e frases grandiloquentes postadas na Truth Social, agora tem um novo defensor: o sempre sutil Donald Trump. O presidente eleito dos Estados Unidos já deixou claro: mexam com o dólar e enfrentem a fúria da economia "maravilhosa" dos EUA. Ou, nas palavras dele, “procurem outro otário”.

De um lado, temos o Brics, esse bloco que é quase uma sala de terapia grupal para nações emergentes com sonhos de grandeza e economias com personalidades conflitantes. Do outro, Trump, encarnando um misto de comerciante medieval e xerife global, prometendo queimar economicamente qualquer tentativa de independência monetária. Parece uma novela barata, mas é só mais um capítulo do teatro político internacional.

Uma Moeda para Unir o Caos (ou Não)

A ideia de uma moeda do Brics não é exatamente nova. Dilma Rousseff, agora no comando do Banco dos Brics, tentou essa conversa há uma década, e adivinhem só: ainda estamos falando sobre ela. E por quê? Porque, como qualquer pessoa que já tentou organizar um churrasco com cinco famílias sabe, unir interesses tão diversos é pedir para acabar com alguém chorando no canto.

China e Índia, parceiros e rivais, trocam farpas enquanto calculam como minimizar seus próprios custos. Brasil, no papel de mediador, assume a presidência do bloco em janeiro, provavelmente sonhando com uma medalha de paciência no final do mandato. E a Rússia... bem, a Rússia está ocupada tentando garantir que suas exportações não sejam sufocadas por sanções, enquanto finge que desdolarizar o comércio é algo mais que uma fantasia geopolítica.

Trump e o Manual do Bullying Econômico

E aí vem Trump, com sua sutileza de um elefante em uma loja de cristais, lembrando ao Brics e ao resto do mundo que o dólar é uma arma, não uma moeda. “Weaponize interdependence”, dizem os acadêmicos. “Faça o que eu mando ou fique sem sobremesa”, diz Trump, com tarifas punitivas que, na prática, podem machucar tanto os países do Brics quanto os próprios consumidores americanos. Porque, claro, nada grita “América Primeiro” como preços mais altos para sua base eleitoral.

As tarifas, ele promete, virão para todos que ousarem desafiar o “poderoso dólar”. E por que não? Afinal, na cabeça de Trump, o protecionismo sempre funcionou, não importa quantos estudos mostrem o contrário. Ele está até disposto a contrariar as próprias promessas de reduzir o custo de vida dos americanos, porque, aparentemente, coerência é para fracos.

O Futuro da Moeda do Brics: Realidade ou Ficção?

Os analistas são claros: mesmo que o Brics consiga, milagrosamente, superar suas diferenças e criar uma moeda comum, o mercado ainda precisa confiar nela. E confiança é algo que se constrói com estabilidade, não com discursos retóricos e reuniões anuais que terminam com declarações vagas.

No fundo, o Brics quer se livrar das amarras do dólar, mas sem perder o acesso ao mercado americano. Trump, por sua vez, quer manter o dólar como rei absoluto, mesmo que precise arrastar os consumidores americanos para uma guerra econômica global. É o clássico dilema do “quem perde menos”.


Gestão Empresarial Durante o Período de Férias: Estratégias para Manter a Eficiência


O período de férias é um momento importante para os colaboradores recarregarem as energias, mas também pode trazer desafios para a gestão da empresa. Ausências simultâneas, redistribuição de tarefas e continuidade das operações exigem planejamento estratégico para garantir que o desempenho da organização não seja impactado.

1. Planejamento Antecipado é Essencial

Uma gestão eficiente do período de férias começa com um planejamento detalhado. O ideal é criar um cronograma anual, onde os gestores e colaboradores possam programar suas pausas com antecedência. Isso evita conflitos entre setores críticos e permite que a empresa se prepare para períodos de menor força de trabalho.

Dica: Utilize ferramentas digitais de gestão de pessoal para organizar as datas de férias e visualizar os impactos em cada equipe.

2. Definição Clara de Prioridades

Antes que um colaborador entre de férias, é importante revisar as responsabilidades dele e identificar tarefas críticas que precisam ser concluídas antes do período de ausência. Para isso:

  • Estabeleça prioridades claras.
  • Realoque tarefas não urgentes para datas posteriores.

Essa prática evita sobrecargas e mantém o foco no que é essencial.

3. Redistribuição Inteligente de Tarefas

Delegar responsabilidades temporárias é fundamental. Envolva a equipe no processo de transição, garantindo que todos compreendam suas funções e tenham acesso às informações necessárias para executar as tarefas adicionais.

Dica: Crie um manual ou checklist com as atividades do colaborador em férias, facilitando a adaptação de quem irá assumir essas responsabilidades.

4. Fortaleça a Comunicação Interna

Manter uma comunicação clara e aberta é indispensável durante o período de férias. Reuniões regulares e atualizações podem ajudar a alinhar expectativas e garantir que as informações fluam sem interrupções.

Ferramentas úteis: Plataformas como Slack, Microsoft Teams ou WhatsApp podem ser usadas para atualizações rápidas e comunicação direta.

5. Automatize Processos Sempre que Possível

Automatizar tarefas operacionais é uma excelente forma de reduzir a dependência de pessoas durante períodos de menor força de trabalho. Processos como emissão de relatórios, envio de e-mails e gestão de estoque podem ser gerenciados por softwares, liberando a equipe para atividades mais estratégicas.

6. Crie Políticas Flexíveis para Períodos Críticos

Durante períodos críticos, como finais de trimestre ou temporadas de maior demanda, pode ser necessário limitar ou escalonar férias para garantir a continuidade operacional. Essas políticas devem ser claras e comunicadas com antecedência para evitar conflitos.

7. Use o Período para Revisar e Otimizar Processos

Com menos pessoas na equipe, o período de férias pode ser uma oportunidade para avaliar processos, identificar gargalos e implementar melhorias. Essa pausa na rotina permite testar novas abordagens sem interromper o fluxo normal de trabalho.

8. Incentive o Retorno Produtivo

O retorno ao trabalho após as férias deve ser tratado como uma oportunidade para reintegrar o colaborador e aproveitar sua energia renovada. Promova reuniões de boas-vindas e atualize-o sobre os projetos em andamento, valorizando a sua presença e motivação.

Gerenciar uma empresa durante o período de férias exige planejamento, comunicação e flexibilidade. Com estratégias bem definidas, é possível garantir a continuidade das operações, evitar sobrecargas e aproveitar o momento para revisar processos e incentivar o desenvolvimento da equipe. Uma gestão eficaz durante as férias não só mantém a produtividade, como fortalece a confiança e a colaboração entre os colaboradores.

Agradecimento aos Leitores da Newsletter

Tenho a sensação de que pisquei e, de repente, lá estão as decorações de Natal. Parece que o tempo passa ainda mais rápido quando estamos tentando lidar com o fechamento do ano e, ao mesmo tempo, planejar o próximo.

Após esta nona edição, faremos uma breve pausa, mas em 2025 retornaremos com novos conteúdos e ainda mais novidades para o próximo ciclo.

Este ano, tive o prazer de dar início a essa newsletter, um projeto criado para compartilhar insights, estratégias e reflexões sobre gestão e finanças empresariais. Cada edição foi pensada com cuidado para trazer conteúdos práticos e relevantes para o seu dia a dia no mundo dos negócios. Gostaria de agradecer imensamente a você, que tem acompanhado nossas publicações, interagido e contribuído para essa troca de conhecimento.

Desejo a todos um excelente Natal, com a esperança de que os desafios de 2024 fiquem para trás e que, em 2025, possamos desfrutar de mais lucros, menos crises e, claro, a paz que só um bom relatório financeiro pode proporcionar.


Nos vemos em 2025!



SEGUROS FINANCEIROS | CÂMBIO | CRÉDITO | PERFORMANCE DE EXPORTAÇÃO


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