DA DIFÍCIL ESCOLHA ENTRE A CARREIRA E A MATERNIDADE

O tema é muito discutido e só mesmo quem vive o dilema é capaz de entender o que se passa na cabeça da mulher quando ela decide realizar o sonho da maternidade.

Estudamos, nos formamos, buscamos sucesso profissional...então nos apaixonamos, casamos (ou não) e a vida parece não ter mais muito sentido. Então você se dá conta de que falta alguma coisa, ou melhor, alguém. E chega a hora de ter um filho.

São nove meses onde experimentamos muitas sensações únicas. Nove meses onde aquele serzinho pertence a você e a mais ninguém. Ninguém sente os enjoos, as tonturas, as dores nas costas e nas pernas. Mas também, ninguém é capaz de sentir o milagre da vida se movimentando lá dentro da barriga...ninguém, só você. Assim, antes mesmo do seu filho vir ao mundo, já está criado o vínculo de amor entre vocês. Inexplicável e intenso, muito intenso.

Mas durante a gestação você mantém sua rotina. Você tem o emprego que sempre sonhou, é muito bem sucedida e trabalha oito, nove, dez horas por dia. Você é uma super profissional. Mesmo com aquele barrigão, é capaz de dar conta das mais difíceis demandas e continuar sendo a profissional de sucesso de antes. Até aqui, tudo bem; afinal, seu bebê está com você 24 horas por dia, sendo cuidado e amado. E até aqui, você sequer pensou na licença maternidade.

Ele (ou ela) nasceu. Meu Deus, que momento sublime! Aquele bebezinho está em seus braços e todo o amor que você é capaz de sentir se reflete nele. Agora sim, você é completa! Estudou, trabalhou muito para conquistar sucesso profissional, encontrou o amor da sua vida e tornou-se mãe.

Os dias passam, você enfrenta algumas dificuldades para cuidar do bebê, mas supera todas. Você é mulher, foi criada por Deus para isso. Então, sua vida passa a ter outra rotina, você vive em função do seu filho. Seus horários passam a ser regulados por ele. Sua vida se resume a lembrar de amamentar de três em três horas, dar remedinho pra cólica, dar banho, levar pra tomar um solzinho pela manhã... você não tem mais oito, nove, dez horas por dia para se dedicar à sua vida profissional.

E quando a licença maternidade acabar?

Como você vai fazer?

Aqui chega o momento da dúvida. Algumas mães conseguem encarar esta situação tranquilamente: o bebe vai ficar na escolinha, com a vovó ou com a babá e pronto. Vida profissional, aí vou eu!

Mas muitas mães não são capazes de resolver a questão de maneira tão direta. Simplesmente não são mais as mesmas. Não serão capazes de deixar o bebê de 5 meses (às vezes menos) na escolinha ou aos cuidados de outra pessoa.

Eu me enquadro no segundo grupo. Precisei de um período para me dedicar aos meus filhos antes de romper de vez o cordão umbilical. E por muitas vezes me peguei criticando as mulheres que, mesmo tendo condições financeiras para se dedicar exclusivamente aos filhos, retomaram suas carreiras imediatamente, sem nenhuma culpa. Como será que ela consegue? Não se importa em deixar o filho na escolinha, de manhã, no frio e na chuva e só buscá-lo ao anoitecer? Como pode???

Depois de muita reflexão, atenta a todos os prós e contras que envolviam minha decisão, percebi que não existe certo ou errado. Você pode ser mãe 24 horas por dia e não ser feliz, transmitindo suas frustrações aos seus filhos, tornando-os infelizes também. Cada mulher tem suas convicções e deve buscar o equilíbrio entre as múltiplas funções que exerce.

Se você vai deixar a carreira de lado para se dedicar aos seus filhos, porque isso te fará feliz, pronto, está certo. Se você vai retomar a carreira logo após a maternidade porque entende que sua realização profissional te fará feliz e você transmitirá felicidade aos seus filhos, pronto, está certo também.

Errado é se frustrar diante das escolhas. Se você se sente culpada, infeliz diante da escolha que fez, pare e pense. Seus filhos precisam da sua segurança para serem seguros também. Você é o espelho dos seus filhos e tudo o que faz, reflete diretamente na felicidade deles.

Não existe certo ou errado. O que existe é a necessidade de ser feliz!

Um abraço e até a próxima!

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