Adeus licença maternidade
Antes de mais nada preciso dizer em alto e bom som: EU SOBREVIVI!
E sim, se você está lendo esse texto, saiba que você também irá sobreviver a esse episódio que todo mundo diz ser tão traumático (e para algumas pessoas realmente é).
Estou prestes a concluir minha terceira semana de volta ao trabalho. Agora já consigo falar com tranquilidade sobre meu filho de quatro meses estar em um berçário enquanto eu passo o dia todo cuidando da minha parte profissional.
Que também merece atenção, diga-se de passagem!
Mas nem sempre foi assim. Antes de voltar ao "batente", o assunto era um peso e eu me sentia como uma condenada. O título de pior mãe do mundo vai para...
Custou para o meu campo de visão ampliar um pouco mais. Mas para você entender melhor meu dilema (e de muitas mães por aí), vamos aos fatos.
Foram 4 meses intensos de cuidado e presença 24h com meu bebê. Um vínculo intenso, inexplicável, surreal. Desde aquela madrugada do dia 30 de setembro de 2019, voltei para casa a Pâmela mãe do Benjamin, o resto ficou muito bem guardado e esquecido em qualquer canto.
Preciso confessar que antes mesmo de ter um filho sempre desejei ser dona de casa e cuidar dos meus filhos em tempo integral. Entretanto, hoje vivendo na prática essa experiência posso dizer que tenho outra visão e sentimento também por que não?
Ah tá. Mas para você ver até onde essa bipolaridade é capaz de me levar.
Até o início desse mês, euzinha aqui, chorei horrores por ter que deixar meu bebê de 4 meses no berçário. E apesar de querer muito voltar ao trabalho, vou continuar chorando até a Pâmela profissional voltar completamente a ativa.
A verdade é que passado o susto inicial, comecei a me sentir feliz por ter um lugar para onde retornar. Voltei a pensar na profissional que sempre lutei para ser e no quanto ainda posso conquistar dentro da comunicação.
O coração segue dividido entre a vontade de ter meu filho debaixo da asa e os planos para desenvolver minhas habilidades.
Uma loucura! Mas uma loucura importante e necessária para mim.
Escrevendo esse texto, já não me sinto menos mãe por ter voltado e estar alegre por essa escolha.
Durante as visitas aos berçários é possível ver quantas mulheres confiam naquelas profissionais (e muitas delas mães também) para deixar seu bem maior.
Muitas dessas mulheres deixam porque não tem jeito e outras porque querem viver a maternidade e também a correria do mercado de trabalho. Além disso, têm as mulheres que escolhem viver integralmente para a família.
Precisamos julgar alguma delas? Não!
Precisamos nos julgar? Não!
A nossa voz interior nos julga demais e precisamos aprender a domar essa tagarela. Passou da hora de entendermos que não somos menos mãe porque trabalhamos durante 6h, 8h em home office ou viajando.
Chegamos em casa com o mesmo amor, uma saudade gigante e uma vontade imensa de mostrar para o nosso filho a grande mãemulhesprofissionaldonadecasa que somos.
E a minha vez chegou! Recomecei a minha rotina em uma empresa que preciso dizer: me acolheu mãe!
Sim, Benjamin já crescia na minha barriga quando iniciei na Multimídia do Magalu.
Acha mesmo que eu quero ser uma profissional melhor apenas por mim?
Claro que não!
Além do crescimento da minha carreira, do exemplo profissional que quero passar para o meu filho e da ajuda financeira na minha casa. Quero ser uma das inúmeras mulheres que faz o Magalu ser o que é: uma empresa que gosta de gente!
E antes de me despedir um recado especial para você mãe que decidiu voltar ao trabalho.
Vá com fé e quando estiver com seu pequeno invista no tempo de qualidade.
Ele entende!
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Pâmela Sardinha
Curiosa por natureza buscou na comunicação uma forma de sanar suas dúvidas. Esbarrou com o jornalismo impresso e fez de páginas em branco sua verdadeira paixão. Através da Pós-graduação em Linguagens Midiáticas evoluiu e encontrou um amplo espaço para divagar sobre pensamentos do cotidiano.
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Publicado originalmente no blog blocodenotasbr.com! Acessa lá!