Dados: A pedra angular da
transformação digital e da IA

Dados: A pedra angular da transformação digital e da IA

Omnicanalidade, CRM e Inteligência Artificial são incríveis, mas não funcionam sem alguns recursos estruturantes

Estamos vivendo um período de mudanças importantes no varejo brasileiro e mundial. Nessa transformação, impulsionada pela digitalização dos negócios, as empresas têm deixado de ser “movimentadoras de produtos” para se tornar verdadeiros ecossistemas de coleta, gestão e análise de dados. Com essa imensa capacidade analítica, têm o potencial de atender melhor seus clientes nas categorias em que já atuam, além de expandir sua participação para outros mercados.

Pense, por exemplo, em uma operação de e-commerce. O varejo brasileiro movimentou quase R$ 300 bilhões em 2023, segundo dados da dos diversos institutos que acompanham o setor. Embora uma parcela dessa expansão venha de novos consumidores, cada vez mais o caminho para o crescimento é gerar mais negócios com os atuais clientes. Um caminho mais rentável, eficiente e barato, por sinal.

Diminuir o Custo de Aquisição de Clientes (CAC) é uma necessidade estratégica para rentabilizar não só o e-commerce, mas qualquer negócio. Quem não tem um CRM eficiente, um e-commerce produtivo ou um marketplace que gera boas experiências para os clientes acaba elevando seu CAC e se tornando menos competitivo.

O fato é que, hoje, nenhum negócio sobrevive (e menos ainda cresce) sem utilizar intensivamente os dados para gerar inteligência. O que nem sempre fica claro para os executivos das empresas é que, para que essa inteligência seja colocada a serviço dos negócios, é preciso fazer um trabalho de alicerce que não é glamouroso e nem gera notícia, mas é fundamental.

Onde tudo começa

Considerando que os dados estão cada vez mais integrados ao longo dos sistemas das empresas e que têm sido trabalhados com ainda mais intensidade na alimentação das plataformas de Inteligência Artificial, fica claro que ter dados de qualidade é um aspecto básico de qualquer negócio. Quem tem problemas com suas bases de dados fica sem combustível para fazer suas vendas acontecerem – simples assim.

Na origem da potencialidade do varejo como um gerador de receitas, de bom atendimento e de experiências relevantes para os consumidores está um cadastro correto dos produtos. Quando bem-feito, o cadastro vai refletir positivamente em várias facetas do negócio:

• Pedidos de compra podem ser feitos automaticamente, dando mais agilidade aos processos de backoffice;

• O consumidor tem facilidade em comparar os produtos de sua loja com os concorrentes;

• Torna-se muito mais fácil integrar o negócio do varejo aos marketplaces, a partir de uma base de dados única;

• Os sistemas de vendedores e compradores entendem que o mesmo produto está sendo transacionado, evitando inconsistências de estoque e facilitando o planejamento de iniciativas em conjunto, como campanhas de marketing e ações promocionais.

Por isso, contar com padrões de dados é essencial para que varejistas e indústrias acelerem suas relações comerciais. Um bom exemplo é o Número Global de Item Comercial (GTIN), o conhecido número do código de barras, uma chave de identificação única e inequívoca de itens comerciais desenvolvida e controlada pela GS1 Brasil. Na verdade, existem vários GTINs, que são atribuídos a produtos ou serviços que possam ser precificados, pedidos ou faturados em qualquer ponto da cadeia de suprimentos.

Eles funcionam como “blocos fundamentais”, os tijolos sobre os quais as bases de informação das empresas são desenvolvidas.

Ter um cadastro de produtos bem-feito começa na adoção do padrão global de identificação GTIN. É por meio dele que um produto com o código “7898357410015” (exemplo hipotético apenas) é identificado na indústria, no varejo e nos marketplaces como sendo o mesmo telefone celular, barra de cereal ou garrafa de suco de uva. E é a partir daí que se torna possível saber quantos desses itens são vendidos por mês, dia ou hora em cada ponto de venda em qualquer lugar do Brasil.

Evidentemente, é possível ir além. Por isso, a GS1 Brasil conta com o Cadastro Nacional de Produtos, uma plataforma que centraliza os atributos dos produtos, permite a geração dos GTINs e a gestão de cada item. O Cadastro Nacional de Produtos simplifica o compartilhamento dos dados com parceiros de negócios e mantém uma base unificada de informações, evitando duplicidade, desperdício de tempo em pesquisas e oferece mais controle e segurança no acesso aos dados.

Mais ainda: como a Secretaria da Fazenda (Sefaz) de cada estado utiliza o Cadastro Nacional de Produtos para validar as informações dos itens presentes em cada nota fiscal eletrônica (NF-e), a ausência de um produto cadastrado no sistema pode dificultar sua venda em todo o país.

Atualmente, mais de 83,4 milhões de produtos estão inseridos no Cadastro Nacional de Produtos. Uma base de dados prática, segura e que facilita a integração dos negócios. Para um marketplace ou e-commerce, essa é uma forma muito mais prática de alinhar seus dados com os parceiros do que solicitar planilhas para cada fornecedor e inserir as informações manualmente.

Iniciativas como o GTIN e o Cadastro Nacional de Produtos fazem com que as empresas tenham uma base higienizada de dados, estruturando uma única fonte de informações, otimizando processos e levando a uma forma muito mais eficiente de fazer negócios. Do ponto de vista da estratégia das empresas, criam uma base de sustentação sólida para transformação digital dos negócios. Não é algo que ganhará manchetes na imprensa, mas é uma condição essencial para que sua empresa consiga se posicionar no mercado em qualquer mercado.

Andreia Cardoso Krolikowski

Head de Projetos e Missões Técnicas Internacionais

6 m

"It's all about data" 👏 👏 👏

Excelente matéria. Obrigado Eduardo Terra por compartilhar. Não há inteligência sem dados! Os cadastros de produtos e materias formam a base para associar dados e transformá-los em informações.

Roberto Arruda

Chief Revenue Officer (CRO) na Skyone | Desbloqueio o potencial dos dados nas empresas, aumentando a eficiência operacional, fortalecendo a estratégia e impulsionando o crescimento

6 m

"O fato é que, hoje, nenhum negócio sobrevive (e menos ainda cresce) sem utilizar intensivamente os dados para gerar inteligência." Excelente ponto. Obrigado por compartilhar.

Eliane Honel

Ativista da Longevidade / Economia Prateada / Diversidade e Inclusão Etária / Influenciadora Senior / Palestrante / Consultora

6 m

Excelente abordagem Eduardo Terra pois quanto mais a empresa conhecer do seu negócio e seus consumidores, melhor poderá orientar seus processos e produtos. Só tenho uma preocupação: no rastro de dados o lado humano do relacionamento com o cliente está se perdendo... minhas últimas experiências pessoais com falhas em atendimento demonstraram que as empresas não estão mais tão assim preocupadas com a opinião do cliente, com sua fidelização. Enfim,tomara que dos dados tragam as mentes decisoras de volta ao básico.

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