DANTE
É muito ousadia de minha parte querer falar sobre Dante Alighieri. Mas como pela primeira vez consegui ler a Divina Comédia até o fim tomei coragem. Dante deu a sua obra o nome de comédia. Foi Giovanni Boccaccio, autor de Decameron, também italiano assim como Dante e seu contemporâneo, além de ser seu admirador, conhecedor profundo da obra de Dante, que acrescentou pela primeira vez o adjetivo de Divina ao título dado por Dante à sua obra prima Comédia.
Falo aqui do que senti ao ler a Divina Comédia. A obra de Dante é grandiosa. Ele coloca todos os seus inimigos no inferno, depois vai visitá-los. Como seu guia ele convida o poeta Virgílio, atendendo um pedido de Beatriz sua amada, amor da adolescência, que está no céu. Tendo Virgílio como guia ele passa por todas as fases do inferno, vai encontrando todos que estão ali pagando seus pecados. Dante vai relatando detalhes, conversando com alguns. São inimigos, conhecidos, gente de sua família, amigos, papas, reis, políticos, religiosos, figuras do passado da história da humanidade, ele faz um panorama histórico de tudo, da história, da filosofia, da religião, da política, enfim, de tudo, faz duras críticas a sua época pelos desvios, principalmente a igreja e ao poder político. Depois de passar por todas as fazes do inferno ele chega ao céu, aqui ele não tem mais como guia o poeta Virgílio mas sua amada Beatriz que está ali e ela conduz Dante pelo céu. Na verdade, a visão religiosa de Dante é baseada no pensamento teológico de Santo Tomás de Aquino, é claro, que Dante o encontra no céu. Além de encontrar outras tantas figuras de santos. Seu pensamento traz marcas profundas de seu tempo, como tem que ser, a idade média. Tem marcas também muito forte de sua vida pessoal, enfrentou muitos problemas políticos e foi exilado de seu país. Ele era um ator político importante de seu tempo. O exílio o marcou muito, profundamente, em certo sentido ele retrata isso em sua obra a Divina Comédia, não diria se vingando contra seus inimigos, mas fazendo justiça. Só que ele era um poeta genial. Ele canta também o amor, um amor espiritualizado, ideal. O seu canto é na verdade um remédio para o amor, um canto para sua Beatriz, que está no céu.
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A Divina Comédia é uma obra viva eterna, de uma poesia fina, genial, bela. Poema máximo da transcendência, mas também da vida terrena. É uma clássico eterno. Começa com coisas penosas(inferno) e termina com o paraíso, felicidade(céu).
Vale a pena ler.