Seja você a tentar o primeiro passo certo #DaquiPorDiante

Quando tudo for pedra, atire a primeira flor.

Nós temos um papel nessa crise e que não se resume em sermos os (ir)responsáveis diretos por escolher presidente, vice, governadores, prefeitos, deputados e vereadores incompetentes, quando não, mal-intencionados. 

Nós temos um papel nessa crise que mastiga a autoestima da nação e nos cospe novos capítulos desse folhetim de terror todos os dias, todas as horas, pela TV, rádio, jornais, portais, LinkedIn, Facebook e pelo WhatsApp.

Nós temos um papel nessa crise e ele é muito mais central do que supõe a nossa vã filosofia de rede social.

Como brasileiros, temos por obrigação, neste momento difícil e histórico, de sermos os agentes da transformação do ambiente em que queremos viver ou, melhor dizendo, do ar que queremos respirar.

Isso não requer nenhum grande esforço físico nem investimento financeiro, mas sim posturas pessoais e corporativas que, se bem policiadas, tendem a aliviar bastante a pesada atmosfera que tem tomado conta de escritórios, fábricas, comércios, restaurantes, bares, padarias, estádios e até de nossas casas.

A crise chegou e por aqui ficará por um bom tempo. Então, #DaquiPorDiante, como lidar com ela?

Se tudo parecer escuro, acenda você a primeira luz

Comecemos pelo óbvio: estaria você dando 200% de sua capacidade no trabalho ou na busca de um? Não falo em chegar cedo e sair tarde, se mostrar pró-ativo, coisas básicas, mas em criar um networking consistente, atualizar-se por meio de cursos e seminários (há muito material gratuito na web), dormir e comer melhor, planejar e executar approachs inteligentes a empresas e gestores.

Ser um profissional que transmite um alto grau de produtividade, excelência e, ao mesmo tempo, espírito de equipe, é saudável e um ativo basal nesses tempos.

Fora do ambiente corporativo, ser percebido como sendo uma pessoa que passa valores positivos, enquanto parte considerável do seu convívio vive se digladiando por políticos e personalidades que só conhece pela TV (mas que trata como se fosse de sua família), faz toda diferença. Liberta.

Ofereça sua mão primeiro para levantar quem caiu

Outra palavra que nesses tempos bicudos é esquecida em casa, quando não banalizada, é “gentileza”. Síntese do tripé “compreensão, compaixão e respeito”, a gentileza é um poderoso antídoto contra ambientes envenenados. Gentilmente,  quando nos colocamos no lugar do outro ou simplesmente decidimos ouvi-lo atentamente, entendemos melhor o porquê de algumas reações e comportamentos. 

Se a gentileza vier acompanhada de bom humor (eu disse bom), então, você ainda cuida de uma questão bem mais séria: a sua saúde mental. O humor produz endorfina, nosso “antidepressivo natural”, além de contribuir para aguçar a criatividade e a produtividade.

Quando tudo parecer caminhar errado, seja você a tentar o primeiro passo certo

Reconhecer quem apresenta esses valores positivos é outra tarefa importante na crise. Ser elogiado é bom e todo mundo gosta. Portanto, se você é gestor, como eu, considere o reconhecimento, a apreciação e a gratidão como motivadores tão essenciais quanto bônus, aumentos de salário e promoções.

Se o seu problema é dinheiro, invista em almoços colaborativos, uma alimentação mais saudável, cursos in company, auxílio-creche, lixos recicláveis, vale-cultura, day offs... Mostre que você se importa – de verdade – com o seu time de colaboradores. 

Se a porta estiver fechada, de você venha a primeira chave

Ainda está muito arraigada na cultura corporativa brasileira a imagem de sucesso ligada a promoções, altos salários e cargos pomposos. #DaquiPorDiante, meu conselho é você usar a crise para repensar tudo isso. Esteja você empregado ou em busca de, saiba que não ter um bom salário, o cargo dos sonhos nem estar relacionado na lista de promoções pode mais te ajudar que atrapalhar.

Desse aparente revés nasce em nós uma raiva, uma força criativa e mental que raramente temos quando estamos prostrados em nossa zona de conforto.

Lembre-se que para transformar ambientes, seja em casa, no trabalho ou até em sua comunidade, você precisa focar mais em soluções do que em problemas.

E que uma pessoa só, e esta pessoa pode ser você, basta para iniciar uma grande transformação na vida de milhares.

Quando tudo for espinho, atire a primeira flor.

* Todas as frases em destaque que pontuam esse texto foram extraídas do inspirador poema Atire a Primeira Flor, de Rosemary Sadalla.

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Marc Tawil

Sou jornalista e radialista com 15 anos de experiência em grandes grupos de mídia. Fui editor de Mundo da Rádio Jovem Pan AM, subeditor de Internacional e de Cultura do Jornal da Tarde (Grupo Estado), âncora e repórter da Rádio BandNews FM. Publiquei os livros Trânsito Assassino (Ed. Terceiro Nome), Haja Saco, o Livro (Ed. Multifoco) e editei a biografia do advogado Abrão Lowenthal (Ed. Quest). Há seis anos dirijo a Dialoog/Tawil Comunicação, agência de comunicação corporativa que fundei em 2010. Tenho MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e hoje curso o MBA em Marketing pela Universidade de São Paulo (USP).

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