De Departamento Pessoal para Gestão de Pessoas: A Evolução Necessária para Pequenas e Médias Empresas
Na minha atuação como consultora em gestão de pessoas, tenho observado um cenário recorrente: muitas pequenas e médias empresas ainda operam com uma visão limitada de suas responsabilidades em relação aos seus colaboradores. Elas se prendem a um modelo que já deveria ter sido superado, limitado apenas a um Departamento Pessoal (DP), setor responsável por garantir que a legislação trabalhista seja cumprida. Embora essa função seja, sem dúvida, crucial, os tempos modernos exigem bem mais que isso.
A metáfora dos "Tempos Modernos" de Charles Chaplin, onde o trabalhador é reduzido a uma peça de engrenagem na grande máquina da indústria, não poderia estar mais distante da realidade que vivemos hoje. Por isso, é tão preocupante perceber que existem empresas que ainda tratam seus funcionários dessa maneira, ignorando a importância de uma abordagem mais humana e estratégica. Elas ainda não se deram conta de que a competitividade no mercado atual não está apenas na eficiência operacional, mas na capacidade de atrair, reter e desenvolver talentos; o que exige uma mudança de mentalidade por parte da administração.
Essa mudança implica na evolução do seu modelo de gestão, passando de um foco operacional no Departamento Pessoal (DP), para uma abordagem estratégica em Recursos Humanos (RH), culminando em uma gestão de pessoas (GP) que valoriza e desenvolve os colaboradores como ativos essenciais para o sucesso organizacional.
Há quem considere esse processo de transição difícil, complexo e caro, mas não precisa ser assim. Como diz meu sócio Riberto Araújo, fazer o "arroz com feijão bem feito" é receita de sucesso para a melhoria. Acredito firmemente que, se as pequenas e médias empresas implementassem práticas básicas e essenciais de gestão de pessoas, resolveriam grande parte dos problemas relacionados aos seus colaboradores.
O Arroz com Feijão Bem Feito: O Básico que Transforma
O que seria esse "arroz com feijão bem feito" na gestão de pessoas? Em termos simples, trata-se de garantir que os funcionários sejam tratados com respeito e dignidade, que tenham clareza sobre suas responsabilidades, que sejam reconhecidos por seus esforços e que lhes sejam ofertadas oportunidades reais para seu desenvolvimento profissional. Esse básico envolve:
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Por que isso é importante? Porque investir em boas práticas de gestão de pessoas não só melhora o ambiente de trabalho como também exerce um impacto direto na produtividade, afinal são as pessoas que fazem a engrenagem rodar. Pequenas e médias empresas que adotam essa mentalidade são capazes de criar equipes mais engajadas, motivadas e dispostas a contribuir para o sucesso do negócio.
Por boas práticas, entenda aqui "fazer o básico bem feito”. Quando o "arroz com feijão" está bem feitinho, bem preparado, estará criada a base sólida que permitirá à empresa crescer e evoluir.
Em síntese, a evolução de um Departamento Pessoal, que apenas cumpre a legislação, para uma Gestão de Pessoas que valoriza e desenvolve os colaboradores, é não apenas necessária, mas vital para a sobrevivência e crescimento das pequenas e médias empresas.
Para aquelas que ainda não enxergaram essa necessidade, é hora de abrir os olhos para a importância de ver as pessoas não como peças de uma engrenagem, mas como o motor que impulsiona a empresa para a frente. Comece pelo básico, faça-o bem, e você verá a diferença que isso fará na sua organização.