DE NOVO, A CRISE NAS CONTAS DOS ESTADOS

DE NOVO, A CRISE NAS CONTAS DOS ESTADOS

Dessa vez o pedido de socorro financeiro dos governadores cairá no colo de Bolsonaro

Nos anos 1990, o País discutiu à exaustão a questão das contas dos estados brasileiros. Em situação pré-falimentar, os governadores bateram às portas do governo federal, que, depois de muita negociação, em 1997 fechou acordo com os estados e assumiu suas dívidas junto ao mercado. Os governos estaduais passaram a dever ao Tesouro Nacional e melhoraram os prazos e taxas desse endividamento, que seria pago em trinta anos à União. Em troca, os governadores privatizaram seus bancos, pararam de emitir títulos públicos, aceitaram os limites de gastos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (2000), inclusive de novo endividamento.

Renegociação, privatização, LRF

Tudo parecia bem, com o cumprimento das exigências impostas pela Lei 9.496/1997, no governo do PSDB. Vieram as gestões do PT e uma fase de bonança na arrecadação de tributos, decorrente do bom desempenho da economia. Mesmo assim, os governos estaduais contestaram na Justiça os critérios de reajuste das prestações e do estoque da dívida, por considerar elevada a taxa de juros e índice de correção da inflação. Hoje, 21 anos depois do comemorado acordo de refinanciamento da dívida dos governos estaduais com a União, os estados devem cerca de meio trilhão.

Vez de passar o chapéu para Bolsonaro

Parte deles não tem recursos em caixa para pagar salários dos servidores e aposentadorias dos inativos, muito menos o décimo-terceiro, e até mesmo a prestação de alguns serviços básicos à população está prejudicada. Depois de 2014, a crise econômica pegou em cheio as finanças de vários, especialmente Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, resultando em alívios adicionais há menos de um ano. Pelo que tudo indica, o pedido de novo socorro financeiro será apresentado ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) pelos governadores e que assumirão em 2019.

737 da Boeing poderá ser...

O novo acordo da venda da brasileira Embraer para a norte-americana Boeing promete contentar os discursos mais nacionalistas dos assessores do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), principalmente militares. Ele prevê que a demanda excedente do jato 737 da Boeing possa ser feita no Brasil neste primeiro momento, nas atuais instalações fabris da Embraer. Em quase 100 anos de existência, a Boeing nunca fabricou um só avião fora dos EUA. Essa família de jatos é finalizada, hoje, nas instalações de Renton, no Estado de Washington.

...fabricado no Brasil

A partir do ano que vem, no entanto, a produção seria alterada com a inclusão da marca Boeing nos aparelhos da Embraer, que deixará de existir para a avião comercial e executiva. Os gabaritos para a produção, usados na fábrica de Wichita, no Kansas, já estariam sendo preparados para serem enviados à sede da ex-estatal em São José dos Campos e para a fábrica de Gavião Peixoto, ambas em São Paulo. Hoje, Gavião Peixoto só se ocupa do cargueiro KC-390, avião militar feito em parceria com Boeing. O 737 é o modelo mais vendido na história da aviação comercial do mundo.


Liliana Lavoratti

Jornalista especializada em Economia

6 a

Leia mais na coluna Plano de Voo/Jornal de DCI https://bit.ly/2qxGw9u

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