De que maneira a linguagem corporal pode te ajudar a ser um bom líder?

A comunicação é um elemento chave para o sucesso de qualquer negócio. É ela que vai sustentar o relacionamento com parceiros, clientes e funcionários. E embora o conteúdo que estamos comunicando seja fundamental para passar a mensagem,  a maneira “como” fazemos isso também importa. É aqui que entra algo esquecido por muitos executivos: a linguagem corporal. 

Falar e escrever bem são sim fatores de suma importância, mas gestores que sabem dominar as expressões faciais, usar o contato visual, gestos e tom de voz, por exemplo, conseguem transmitir mais credibilidade e firmeza no ambiente de trabalho.

Como é dito no filme Hitch — o conselheiro amoroso, 70% da comunicação humana é não verbal. O que quer dizer que 90% do que você diz não sai da sua boca. É uma ficção, é claro, mas nem por isso está longe da verdade.    

Albert Mehrabian, pioneiro em estudos sobre linguagem corporal, revelou que apenas 7% da nossa comunicação é verbal, por meio de palavras, enquanto 38% é vocal, o que inclui tom de voz, volume, velocidade e ritmo da fala. O restante, ou seja, 55% está relacionado à comunicação não-verbal, que diz respeito a postura, movimentos, gestos,  expressões faciais e tudo que engloba a nossa linguagem corporal.

Esse tipo de comunicação é tão importante que já é usado em tribunais e muitos processos seletivos. Por exemplo, uma pessoa que evita olhar nos olhos e assume uma postura curvada, de ombros caídos, pode ser tímida ou estar pouco interessada no que você tem a dizer. Da mesma forma, alguém que cruza os braços e inclina o corpo para trás pode estar indicando resistência em aceitar o que você está dizendo.

Mas afinal, como é possível tornar uma liderança organizacional mais eficiente através da utilização de técnicas de comunicação não verbal? É isso que vou responder logo abaixo.

Postura

Esse é o primeiro passo a ser observado. 

Em uma reunião com vários colaboradores, fique de pé para falar com a equipe usando uma postura ereta, cabeça erguida e ombros para trás, transmitindo confiança. Evite andar de cabeça baixa ou colocar as mãos no bolso ao apresentar uma ideia. Você pode usar essa postura quando precisa ouvir um colaborador e não quer inibi-lo. Utilize as mãos para acompanhar o discurso e fazer com que as pessoas prestem atenção no que você está dizendo.

Sorria

Um sorriso genuíno não só estimula o próprio bem estar, mas também sugere às pessoas ao seu redor que você é acessível, cooperativo e confiável. Ao sorrir, automaticamente o seu tom de voz muda e se torna mais agradável e gera empatia nas pessoas. 

Além disso, o sorriso reduz o estresse, passa a ideia de que você está bem humorado e que tem a situação sob controle. Mas não se esqueça, evite gargalhadas exageradas. Reserve-as para o happy hour ou a confraternização de final de ano. Líderes que gargalham dificilmente serão levados a sério pela equipe.

Tom de voz

Trabalhe seu tom de voz para que ele se mantenha constante e mais baixo. Evite falar alto. Nem grave e nem agudo demais. Alterações do tom de voz passam a impressão de uma pessoa nervosa e tendem a transmitir a imagem de descontrole emocional.

A fala calma — num ritmo brando — transmite confiança e favorece o entendimento por parte do outro. Então tente falar devagar, pausadamente e, se sentir que tem algum problema de dicção, busque a ajuda de um fonoaudiólogo. Em poucas sessões você já verá uma evolução e estará se comunicando melhor.

Contato visual

Procure manter contato visual ao falar ou ouvir, mas não exagere. Encarar pode fazer a outra pessoa se sentir intimidada. 

O contato visual cria uma conexão entre você e seu interlocutor e sugere a ele que você está interessado na conversa. Cuidado para não franzir a testa e unir as sobrancelhas. Acredite, fazemos isso instintivamente quando não estamos entendendo algo ou quando não concordamos com um pensamento da outra pessoa. 

Lembre-se que liderança é, sobretudo, inspirar e motivar pessoas. Ao comunicar-se da forma correta, você favorece um ambiente em que seus liderados têm espaço para expor opiniões e fornecer ideias, mantendo-os motivados a buscar o melhor resultado para si, para o gestor e para a organização.