Debates municipais

Pensei muito se escreveria sobre este assunto.

Está em evidência em nossos jornais e nos diversos meios televisivos, nem vou falar do meio digital.

No final o barulho em todos é o mesmos.

Se existe uma uniformidade curiosa é esta nos meios de comunicação. Acredito que isto é por uma causa infalível. Somos todos homens e mulheres sujeitos ao meio em que vivemos e nos apresentamos. As mazelas sociais e humanas estão aí presentes e se não cuidarmos caímos na velha armadilha.

Discursos de baixo nível porque sabem que a maioria se interessa por um BBB ao vivo onde a conversa de boteco reina solta a sua mãe, não a sua e por aí vai.

Candidatos se deleitando em afirmar indiretamente coisas sobre o caráter do outro. Através de relações ou ideias que falaram ou disseram.

Todos indubitavelmente querendo prevalecer como os bonzinhos do pedaço. Ades e Zeus em discussão sobre quem é melhor depois de terem despedaçado cronos e todos terem seus filhos bastardos com semideusas menores, sobrinhas, filhas e com humanos.

Um discussão de mazelas daqueles que se querem vender como deuses da bondade e da compreensão. Naturalmente dando maior ênfase em vender a imagem para seus apoiantes e roubar um pouco do outro.

Neste coliseu mais do que um debate temos discursos eloquentes sem profundidade, que se satisfazem não por provar sua ideia ou por a prova no bastião da hipóteses e teses, mas em provar que o outro é errado, mas do que isto, que o outro é a encarnação do próprio mal.

O que deveria ser uma Ágora é um Coliseu com leões cruzes e sacrifícios.

Não há discussão de programas ou propostas tudo que há é uma troca de ofensas e quem é bom de resposta ou astúcia dela. Sobretudo um show sem valor algum que a comédia da distração, Sejamos francos ao dizer que é alimento para os instintos e não para razão. Um fortificante do emburrecimento coletivo.

Não é privilégio do Brasil parece que o mundo está sofrendo disto. O nível dos debates em todo canto virou um efeito de instagram ou face. Parece que todos estão pousando para o seu self do momento, mas preocupados com suas imagens no post do que em dar resposta ao que propõe para todos ou a comunidade local.

Em nossos debates municipais a característica marcante é o desconhecimento do limite de autoridade a atuação do prefeito ou câmara de vereadores. Os candidatos a prefeito parecem acreditar que são presidenciáveis ou até o legislativo para mudar a revelia da constituição e das instruções do modelo republicano seu munícipio de modelo politico e econômico ou até de governo.

Sejamos francos que o alvo da vez em todos os casos o ocupante em reeleição ou seu apoiado é a bola da vez, Talvez realmente o único que já saiba seus limites por ter estado lá.

A discussão não segue um curso de programas e ideias factíveis, até porque muito poucos a tem. Foram lá por sua capacidade de voto, E o que estão vendendo é a si mesmos, Maldito populismo que mata a verdadeira inteligência e pensamento e sem dúvida a escolha acertada.

Não nos contentemos em acusa-los a culpa é nossa. Assistimos, rimos, achamos que é um programa de humor e dali teremos de decidir quem irá governar nossas cidades. Sensatos escolheriam pessoas com programas sóbrios e factíveis dentro da realidade e limites da autoridade própria, sem ranço ideológico, com critério de caráter.

O preço a pagar por achar que é sonho a escolha dos sensatos é ganhar uma espécie de megalomaníaco, um semideus: Zeus ou Ades, um Cronos, uma Atena, um mercúrio. No panteão das mazelas mais do que no panteão da sobriedade e do caráter.

Tudo menos um ser humano.

Adamario Maximo dos Santos Filho