As decisões que não te ensinaram a tomar
Heitor Amaral Ribeiro, sou advogado especializado em empresas de base tecnológica, sócio de um escritório e compartilho todas as segundas desafios, tropeços e achismos genuínos sobre a experiência da gestão de negócios.

As decisões que não te ensinaram a tomar

Não importa muito o tamanho da empresa, é fato que a crise das decisões estratégicas afeta a todos. Talvez pelo simples fato da imprevisibilidade do mercado, mas, acredito mesmo, que o pior é a responsabilidade pelas consequências dos erros. No mercado das novas empresas, talvez o peso tenha sido diluído, muito em decorrência do capital, em algumas delas, não ser próprio, profetizou o poeta popular que

 não tem nada mais fácil do que dar tiro com a espoleta dos outros.

Falo por mim, nas empresas pequenas, existem três momentos, para tudo:

1. Você não sabe que precisa!

Seja por pré-potência ou por ignorância, você negligencia que vai precisar de alguém mais capaz do que você no marketing, nas finanças, no rh... Olha para os indicadores, se é que eles existem, e não consegue enxergar que a falha está na peça entre o computador e a cadeira.

2. Você sabe que precisa, mas não tem capital.

O processo de capitalização nas pequenas empresas, na maioria das vezes, acontece justamente por planejamento. Ao contrário das empresas mais estruturadas que tomam crédito facilmente ou, aquelas que tem algum tipo de investimento externo, grande parte das empresas até pequenas, terá de renunciar para conseguir emplacar algum projeto que fuja do seu fluxo habitual. Não por mal, quando o custo é calculado, a margem já é enxuta e, nesse ponto, geralmente, a parte pessoal dos sócios precisará ser sufocada. E aqui há um dos maiores entraves para o crescimento e desenvolvimento! Abrir mão de um padrão de vida ou dos seus ganhos para emplacar um projeto incipiente na empresa é bem legal nos livros de quem venceu, mas na prática, é algo traumático e desgastante. O meu primeiro livro finalizado do ano, foi o "Na Raça", escrito pela Maria Luíza Filgueiras. O livro conta a estória, em simbiose, de Guilherme Benchimol e a XP. Em várias oportunidades, mesmo quando a empresa já tinha valorização milionária e capital externo, os sócios deixaram de ter vencimentos e salários, apostando em projetos e . Apesar das floreadas que precisam fazer parte de um livro dessa natureza, algo pra mim fica claro: a vida dos fundadores praticamente se confunde com a da PJ. E no mundo fora das linhas de uma biografia não é diferente. Mas a pergunta é: Quem toparia?

3. Você sabe que precisa e percebe que esteve, por todo tempo, perdendo dinheiro pela sua ignorância, quando, na verdade, o capital estava dentro da sua empresa e você jogava fora com várias coisas que não tinham a menor importância.


Uma empresa respira basicamente pela capacidade que tem de gerar caixa, principalmente, em razão, de, no início, a parte financeira ser uma balbúrdia. Se você não vende, não há santo que dê jeito. Todavia, quando você começa a enxergar os projetos a longo prazo, percebe que existem canais que drenam seus recursos sem gerar impacto no resultado e você começa a perceber que o capital sempre esteve lá e era uma questão de realocação e prioridade.

Sem conceitos, até porque minha faculdade de administração é a rua, várias coisas podem minar seu capital, mas listei as principais que enxergo:

a) Funcionários com baixa produtividade (isso pode incluir você, querido sócio): muitas vezes enxugar os setores te dá a condição de remunerar melhor quem já carrega o piano e evitar desgaste de cobrança e re-trabalho, quando um dos funcionários não abraça o "pojeto".

b) Falta de controle, orçamento e fluxos: "manda o e-mail pro rapaz que encaminha pro cidadão, que volta faltando informação que o outro não tinha pedido para o sujeito anexar o documento que não precisava. Entendeu? Eu sei que acontece aí também.

c) Sócio/Gerente/Coordenador/Funcionário Tiú. A espécie não tem a menor chance de ser ameaçada de extinção. Você esbarra todos os dias com um, as vezes por intermédio do espelho! Escute o que as pessoas tem para lhe dizer! Você não sabe tudo, nem nunca saberá!

Poderia enumerar várias, mas essas decisões, de direcionar capital não há livro que dê jeito. Olha bem pro seu negócio, coloca em um papel tudo aquilo que desagrada, racionalmente, e faça algo por isso. Não é a virada de ano que vai dar jeito, mas, se ela pode te encorajar de algum modo, mal não faz.


Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos