Degradação Moral no Trabalho

Não sei apontar a origem, talvez a deteriorada situação econômica e política no país, fortemente ligada a aspectos éticos e morais, mas como gestor de uma equipe, tenho me deparado com lamentáveis situações de degradação moral no ambiente de trabalho.

São situações delicadas em que os trabalhadores se colocam, e que seriam facilmente evitáveis com o mínimo de bom senso e responsabilidade, como o envolvimento afetivo ou amoroso impróprio entre colegas de equipe que são casados com outras pessoas, ou a mera subtração de materiais ou bens de pequeno valor do escritório e de outros ambientes.

Mais do que oferecer o exemplo, o gestor hoje precisa impor energia para observar, detectar e aplicar medidas contra as pequenas contravenções que podem minar todo o clima organizacional.

Como pessoas com ficha limpa e histórico de bons serviços chegam a este ponto? Como um trabalhador se permite sair de casa inocente, ir para o trabalho e voltar para casa um pequeno contraventor, e não sentir nenhum remorso? De fato, estes pequenos transgressores até se sentem orgulhosos, pois perpetraram algo que, de alguma forma deformada, lhes deu alguma momentânea vantagem ou lucro ou prazer.

Na maioria das vezes, a empresa não tem grandes prejuízos - talvez o maior seja a degradação do ambiente corporativo e do clima organizacional - e o perpetrador não tem grandes lucros ou prazer, mas certamente estas pessoas acabam por perder o que um trabalhador tem de mais valor: a confiança de outros.

A confiança é um valor essencial para toda relação de trabalho. Ninguém pode ascender profissionalmente sem possuir este valor. Acredito até que ele supere em muito o valor do conhecimento técnico, pois este pode ser apreendido por meio do aprendizado, mas o indivíduo deformado pela degradação moral está condenado na carreira. Exigirá supervisão para sempre e jamais poderá liderar.