Depois de um dia exaustivo de trabalho a comida ou uma garrafa de vinho te salvam?

Depois de um dia exaustivo de trabalho a comida ou uma garrafa de vinho te salvam?

Depois de um dia exaustivo de trabalho a comida ou uma garrafa de vinho te salvam?

Minha experiência de 23 anos como especialista em aconselhamento de carreira, lidando com muito sofrimento e infelicidade nas relações de trabalho, me fez compreender que a forma que encontramos de fugirmos da dor e do sofrimento é uma escolha (geralmente inconsciente) muito particular. Muitos executivos, ao final de uma jornada de trabalho, fazem qualquer coisa para não caírem em si mesmos. A pressão ditada pela assertividade e o alto desempenho, leva-os a buscarem alívio para dor e para a solidão.

O cálice de vinho e um bom prato de comida se apresentam para muitos como uma forma de aguentar o tranco da carreira executiva.

É aí que, muitas vezes, percebo que a comida, as drogas lícitas (álcool, cigarro) e ilícitas (maconha, cocaína, ansiolíticos, hipnóticos e anfetaminas), sexo, celular, redes sociais, compras e, por vezes, compulsão por relações tóxicas e abusivas, entram na vida de um executivo bem-sucedido. E este hábito, na medida que se torna regular e única forma de satisfação ou fuga, pode resultar no desenvolvimento de uma compulsão.

Eu sempre me diferenciei profissionalmente por me conectar com a dor dos profissionais que atendo. É para entender como se dá esta dinâmica tão comum nos dias atuais, que uma especialista em aconselhamento de carreira se “mete” no meio de um bando de psicanalistas numa jornada sobre Adições.

A dinâmica do mundo do trabalho tem nos tornado dependentes de metas, e, quando estas não são alcançadas, sentimos, muitas vezes, a sensação de ruína. E é muito comum vê-los desenvolver alguma forma de adição para aliviar ansiedade, tristeza e frustração, desencadeadas por exigências extremas.

O trabalho também pode, como qualquer outra droga, trazer problemas para os vínculos pessoais; por ele, se abre mão da família, de amigos e de um tempo consigo mesmo; por ele, alguns vão até o ponto da exaustão. O trabalho pode, sim, tornar-se uma cachaça!

Fico impressionada em ver o quanto é frequente executivos não conseguirem parar de trabalhar. Há os que têm vergonha de sair no horário combinado da empresa e nem cogitam a ideia de um final de semana sem trabalho; férias, então, nem pensar! As ditas "patologias do trabalho" também se inserem num contexto de adições. É o caso do “workaholic” e do "Burnout".

Conhece algum colega que, ao chegar em casa depois do trabalho, come, joga, bebe, tecla, compra, fuma, posta, transa compulsivamente? É para eles este artigo.

As adições são próteses que eliminam a dor, mas também nos impedem de dar sentido a vivências, falhas e faltas que são inerentes à vida.  Buscamos rotas de fuga, sim. Somos todos potencialmente adictos! E não há nada errado nisso, pode ser até saudável. A questão é quando o uso desses recursos se torna crônico, deixam de amortizar nossas dores e começam a gerar problemas, perdas e passam a fazer sentido mais que nossa própria vida.

Então, como lidar com as frustrações, perdas, faltas e vazios na vida profissional?

Esse é, sem sombra de dúvida, o maior desafio de quem escolhe a carreira executiva.

Usem e abusem de algumas dicas que incorporei em minha própria rotina e que também sugiro aos meus clientes.

1-      Tome consciência de quais são suas necessidades emocionais, identificando-as; a vida fica mais prazerosa, sendo mais fácil nos autocuidarmos.

2-      Movimente-se, pode ter certeza de que sua vida física e emocional agradecerá. Não nascemos para a inércia.

3-      Durma bem, o descanso proporciona qualidade aos nossos pensamentos.

4-      Adquira hábitos que sejam saudáveis e que te permitam relaxamento.

5-      Brinque, crianças e adultos que não brincam, adoecem.

Como diz a personagem de Quino, Mafalda, “A vida é linda, o mal é que muitos confundem linda com fácil!”

Luis Eduardo Mendes

Gerente Regional | Operações | Liderança de equipe | Negócios | Franquias | Foodservice

1 a

Excelente texto Luciana Saldanha. Buscar esse equilíbrio fisico, mental e espiritual nunca foi tão importante como nos dias atuais.

Simone Macedo

Advogada Cível-empresarial Contratos Proteção de Dados Pessoais

1 a

Ótimo tema, Lu, com excelente abordagem! 👏

Thais Lopes Del Pino

Especialista em Pesquisa e Desenvolvimento no Sindilojas Porto Alegre

1 a

Sem dúvida uma taça de vinho depois do trabalho me salva. É muito fácil adquirir esses hábitos de má alimentação e bebidas alcoólicas para aliviar o estresse e a pressão do ambiente profissional. Neste momento, estou buscando equilíbrio através da prática de exercícios físicos e uma alimentação mais saudável. Ótima reflexão a tua Luciana Saldanha!

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