Desabafo
Ser demitido de um emprego não é algo que a gente curta, por motivos óbvios. Mas demitir alguém - ou ser responsável por isso - é missão quase impossível. Acaba com a gente. Semanas atrás eu tive o desprazer de enfrentar essa situação, mas explico...
Todos no meu trabalho, com raríssimas exceções, têm uma rotina puxada: 12h, 14h de trabalho por dia. Isso por que todos sabemos nossas "missões" e queremos cumprir elas com excelência. Mas um colega, incluído nessa "exceção", parecia não estar encaixado no ritmo de toda a equipe. Mesmo com uma rotina, em média, mais tranquila que os demais, ele dificultava demais o trabalho alheio, sempre fazendo a sua parte da missão com desânimo e sem vontade. Até ai tudo bem, podia ser uma fase ou um processo de adequação por qual ele estava passando. Mas a coisa foi por água abaixo quando ele começou a negligenciar o trabalho. Deixava de fazer algumas coisas e escolhia como e quando fazia outras. Aí, como se diz, foi quando "o gato subiu no telhado".
Como falei no início deste texto, demitir alguém não é uma missão fácil. E isso ficou ainda mais claro quando os colegas envolvidos no processo passaram a reclamar da pessoa em questão, mas não tomavam qualquer atitude. Ninguém queria "sujar as mãos", afinal o cara tinha um emprego bom... Quem ia querer demitir o cara?
Enquanto isso, todos tinham que se esmerar ainda mais para tapar os furos que ele deixava. Alguns até, pra não se estressarem, pagaram do próprio bolso para cumprir o trabalho que o colega não o fazia! Dá pra acreditar?
Eu fui criado pensando que todos devemos fazer nossa parte. Estamos todos juntos nas "missões" de trabalho. Se um deixa a desejar em algo, por algum motivo pessoal, faz parte. Mas se esse alguém, por motivo qualquer resolve deixar de fazer o trabalho e ainda sequer presta satisfação, isso está errado. Muito errado. Para nossa "alegria", quem faz mal faz também muito errado e deixa furos no caminho. Foi assim que acabei tendo a infelicidade de flagrar uma grande mentira que resultou na demissão dessa pessoa.
Eu não me orgulho disso, mas escrevo aqui para erguer essa discussão: Você acha justo alguém se aproveitar da conivência alheia em benefício próprio? Eu, como servidor público, creio que tenho não só o objetivo, mas a OBRIGAÇÃO de não permitir que pessoas assim se mantenham prestando serviço para a POPULAÇÃO da forma "que quiser" e não como deve ser
Feito o desabafo!