DESAFIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIOECONÔMICA

DESAFIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIOECONÔMICA

Ao trabalhar com comunidades, apresentam-se grandes desafios, como a heterogeneidade de saberes, de idades, de costumes. Mas estes mesmos desafios, podem ser a potência da troca de saberes, para um fortalecimento da identidade desta mesma comunidade, cada vez mais plural. 

Estes desafios foram enfrentados pela equipe da MONITORA que desenvolve Projetos de Trabalho Técnico Socioambiental (PTTS).  

Os PTTS, iniciados em maio de 2022 pela autarquia responsável pelo Saneamento Ambiental de um município do interior paulista, e executados desde então pelo OMI Consórcio (do qual a Monitora faz parte) conforme a Portaria 21/2014 do Ministério das Cidades, abrangem quatro eixos de desenvolvimento, que são: Acompanhamento e gestão social da intervenção; Mobilização e fortalecimento social; Educação ambiental e sanitária; e Desenvolvimento socioeconômico. (veja abaixo os links para os artigos sobre cada um dos eixos.) 

Em dois anos, os PTTS já haviam realizado cerca de 240 atividades voltadas à população em situação de vulnerabilidade social ou baixa renda. Nesse período, os projetos alcançaram cerca de 2.000 pessoas, sendo possível identificar padrões de dificuldades na execução das atividades de educação ambiental. Dentre elas, destacam-se: 

  • a dificuldade de compreensão dos conteúdos, considerando a variedade do perfil educacional dos participantes; 

  • a falta de engajamento em razão do desconhecimento do valor da educação ambiental no cotidiano dos cidadãos; 

  • tempo disponível escasso, visto que os participantes possuem outros compromissos; 

  • descontextualização do público nas temáticas abordadas, não identificando a sua real importância frente às questões ambientais e mobilização do público-alvo, uma vez que os perfis são diversos e o público-alvo inclui todas as regiões do município. 

Para superar as barreiras socioeducativas e de engajamento encontradas, a equipe passou a trabalhar com conceitos de educação popular no planejamento das atividades. Para Freire (1968) e Brandão (1986), a afirmativa de que uns sabem mais que outros é refutada, a partir do momento que existem saberes diferentes em cada indivíduo, possibilitando-o aprender não apenas em seu cotidiano, mas também no convívio social. Assim, a construção dos materiais que são apresentados nos PTTS aborda temas sobre educação ambiental extraídos da realidade social e ambiental dos participantes, proporcionando uma compreensão dos conceitos em sua realidade por meio de ferramentas variadas como vídeos, dinâmicas de grupo, diálogos, jogos pedagógicos, reflexões e trocas de informação, dando voz a cada presente, fortalecendo a criação de vínculos e debates sobre os problemas e soluções locais em relação a cada tema abordado. 


Técnico da OMI durante atividade de Educação Ambinetal.

A educação ambiental, aliada aos conceitos populares aplicados nas atividades dos PTTS, vem promovendo resultados significativos na práxis. Ao participar das atividades, os cidadãos desempenham papéis de sujeitos no trato ambiental, elaborando soluções para conter o desperdício no consumo de água e requalificar suas ações para que promovam um menor impacto ambiental, além de se tornarem proativos nos problemas ambientais de suas comunidades.   

Como resultados conquistados, destacam-se que, atingindo quase 2.000 pessoas (60% mulheres), os PTTS vêm sensibilizando o público-alvo para mudar as suas ações cotidianas, tornando-os disseminadores de informações, não apenas sobre conceitos ambientais como também de soluções efetivas para suas famílias e comunidades, exercendo sua cidadania.  

Este texto é uma adaptação do artigo apresentado no Congresso da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), em maio de 2024, escrito pelo engenheiro @Dheosmani Pereira e pela arquiteta e líder da equipe @Carolina Passos, com o objetivo de apresentar resultados do PTTS - Controle e Redução de Perdas e Esgotamento Sanitário (PTTS), abordando os desafios encontrados no desenvolvimento da educação ambiental. 


Referências  

Freire, P. Pedagogia do oprimido. Fac símile digitalizado (Manuscritos). São Paulo: Instituto Paulo Freire, 1968. 

Brandão, C. R. Educação Popular. Editora Brasiliense. São Paulo, 1986. 


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Autores: Carolina Passos e Dheosmani Sandro Marmo dos Santos Pereira

Arte e revisão: Daniel Faria Patire

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