Desisto de tentar convencer...

Ler diversas publicações como revistas, jornais e portais é um exercício diário para qualquer jornalista que tenha um mínimo de comprometimento como sua capacidade de análise dos Fatos. Faço isso há mais de 24 anos quase como um ritual, confesso que hoje é preciso ter filtros mais elevados e escolher uma área/segmento, pois são MUITAS publicações, MUITOS canais de imprensa. No meu caso, me foco em negócios, economia e agronegócio (meu amor mais profundo, tenho alma de produtor rural...mas a vida não me oportunizou essa opção).

E dentro dessa vivência foi na Comunicação Institucional que me forjei por mais tempo e com mais cases de sucesso. Mas os anos e a experiência como jornalista de redação em jornais, revistas, rádios e Portal de Notícias é – ainda hoje – um grande diferencial, uma grande ferramenta prática e, também, uma credencial para questionar com MUITO mais propriedade algumas escolhas da imprensa, ou de alguns veículos.

E cabe salientar que, o questionar com embasamento ou – simplesmente – sempre ter perguntas como princípio, é parte IMPORTANTE do Ser JORNALISTA... não é um diferencial, é uma OBRIGAÇÃO na essência e na postura ÉTICA.

Pois bem, um preambulo tão grande para posicionar uma decisão: “Desisto de tentar convencer”

Já vejo as caras e bocas... Tipo... “do quê ela tá falando?”

Explico... Mas já deixo BEM CLARO, que não vou tentar CONVENCER NINGUÉM da minha visão. Alço mão – APENAS – do direito de expressar minha opinião!! 

Sim... Desisto! Cheguei aos 24 anos de profissão, boa parte deles atuando na Comunicação Institucional ou em empresas de Assessoria de Imprensa, não vendo – ou melhor – não sentindo o devido respeito aos profissionais ou a própria Comunicação dentro das empresas. E olha que já atuei em MUITOS setores e segmentos do mercado.

Papo antigo esse. E o sentimento, ainda mais recorrente. A lógica e a estrutura das empresas ainda não optam por dar Valor à Comunicação Institucional. Isso é Fato, não tenho mais força para questionar os porquês dessa postura no Brasil. Todos os profissionais da área tem pelo menos alguns bons ‘cases’ de abusos, de indiferença ou de descasos (e para os que são funcionários tb). E tem os profissionais ‘salsichas’... aquele que parece de carne, mas pode não ser de carne... kkkkkk que fazem qualquer coisa a qualquer custo. Bem, isso não faço e já desisti de clientes ou fui demitida por não aceitar ‘me encaixar’ num Modis Operandi onde a Ética é LINDA no papel, na propaganda, mas na prática passa tão longe quanto os zeros depois da vírgula que a empresa ganha de faturamento por emitir uma IMAGEM FALSA da realidade de quem ‘são’. Isso mesmo... ‘são’... Uma empresa é um conjunto de pessoa(S)... Capiche!

Mas Fato é Fato! Estamos cada vez mais conectados e, com o OLHAR de especialista de Comunicação Institucional, me parece que na maioria das vezes as empresas estão longe ou preferem ser apenas reativas e não posicionadas ou com posturas não tão claras. E isso...NÃO FAZ QUALQUER SENTIDO!!!

Estamos vendo o CONSUMO – mais e mais – olhar as posturas e posicionamentos sobre Meio Ambiente e produção Sustentável. Claro que existe uma parcela de Pessoas (tanto consumidores como de empresas... que estão NEM AI... isso mesmo, nem ai para qualquer coisa que fale sobre ESG. Isto é também um Fato!).

Mas uma boa parcela das Pessoas no Mundo (aleluia) pensa ou se preocupa com o futuro da Vida no Planeta Terra. E só pra ser didática...ESG é: Environmental, Social, and Corporate Governance ou traduzido do inglês, Governança Ambiental, Social e Corporativa. E é – justamente – por conta dessa nova realidade com toda a sua importância, relevância e necessária atenção das empresas para entender suas RESPONSABILIDADES Sociais, Ambientais e de Governança, que DESISTO! E corroborando, ainda com mais força para a minha decisão, vem se juntar todo o Universo que descobri quando entrei no Mundo da Neurociência Aplicada aos Negócios... Dai que entendi que ‘vaso ruim não segura água’... ou outro Meme que adoro: “Onde há fumaça, há fogo” e ainda, “O fruto não cai longe do pé”. Tem mais, mas estes Memes já exemplificam muito bem os sentimentos que me tomam e tornam minha decisão uma postura assertiva e de DESAPEGO com consciência e SEM DOR.

Afinal, TODOS, sem nenhuma exceção querem ser entrevistados ou aparecerem em matérias ou reportagens no Jornal Nacional, na BandNews ou na CBN, no programa de Tv e/ou na revista Globo Rural, no jornal O Globo, Estadão, Valor Econômico, Folha de S.Paulo ou nas revistas Exame, Isto É, Dinheiro, ou Época...  E por ai... “não querem, mas se sair ADORAM; ou ... só ‘querem’ sair nesses veículos, mesmo que não tenham consistência para isso... Afê! E se não ‘sai’, qualquer nota ou o Bonner não comentar sobre a ‘tal mané da empresa que não tem – EFETIVAMENTE – nada de importante pra dizer ou não cabe no momento ou, ainda, porque não há NENHUMA relação da empresa com a Imprensa...pois é preciso construir’; mesmo assim, o PROBLEMA é a incompetência do assessor de imprensa. Cacilda! Senhor D-us, dai-me força!

Mas foi lendo o editorial da revista Época Negócios de Maio/2022, muito bem escrito pela diretora de redação, Sandra Boccia, que ficou ainda mais CLARO que não há como mudar algo que é ESTRUTURAL. É possível transitar, fazer algumas vitórias e conquistas. Mas na bem da verdade... vamos ser muito SINCEROS... há muita confusão e falta de conhecimento dos conceitos e operacional sobre o que é comunicação institucional, empresarial... assessoria de imprensa... e só piora com cada NOVA nomenclatura que algum mané acadêmico sem noção vai criando e confundindo ainda mais algo que deveria ser tão SIMPLES de entender e dar VALOR. Pronto! Falei!

E voltando, ao Editorial da Época Negócios, Sandra diz: “...certamente podemos medir em segundos o tempo que leva para perder tudo o que se conquistou.” Foi neste parágrafo que percebi que desistir de convencer era uma boa escolha para a minha alma a ‘quietar’ meu coraçãozinho maltratado.

Sempre defendi que... ter Imagem e Reputação depende de uma construção assertiva da COMUNICAÇÃO... Não é a Propaganda que faz isso, não é o planejamento de marketing que estabelece isso para a empresa. São as relações e a forma como essa empresa se COMUNICA com os formadores de opinião para formar uma Opinião Pública consistente. É isso! Ponto. Não tem mágica.

Mas quem ensina isso nos cursos de Administração, gestão, economia e etc!? Onde está isso no currículo das graduações que formam gestores!???? Onde está???? Não está...não existe, e não há interesse. Ponto. Fato. E o que tem...ainda é direcionado ao marketing. O que ao invés de ajudar, atrapalha.

E para tornar ainda mais o cenário digno da hiena pessimista Hardy do Cartoon de Hanna-Barbera, que só dizia: “ Óh vida! Óh céus! Ó azar!”; ou da melhor performance do 'Garoto Enxaqueca' (no original em inglês: Migraine Boy, tirinha do cartunista Greg Fiering, e publicada em MUITOS jornais e revistas, e que virou vinheta na MTV...

Me esforço, mas o cenário não muda! Óh vida. Óh céus... Daí alguém...ganhando milhões nas redes sociais...fica que nem uma perereca saltitando no palco e gritando: “sejam positivos”; “você é o que diz”; “não deixe que dizem quem você é”; ou ainda...“aprenda a usar a persuasão para convencer”.

E por ai vai... Cara!

Isso são estereótipos de uma triste realidade.

Mas sabe o que – realmente – torna esse cenário lamentável, e não tão fora da realidade do dia a dia...é ver se juntar... (a falta de informação sobre o que é Comunicação dentro das empresas que nas últimas 3 décadas perpetuam malfeitos na falta de estratégia para comunicação Institucional) ...a um novo perfil de profissionais que – por mais que se fale em empatia nas relações – uma grande ‘porção’ das últimas 2 gerações que estão no mercado e nas empresas em posições de influência ou de comando – tem como perfil a impaciência, conhecimentos só focado na sua área, baixa empatia, preconceito com profissionais acima dos 45 anos, só olha redes sociais como comunicação mais importante... e por ai vai o lamentável cenário. É fato.

Os Memes, mais uma vez explicam muito bem o cenário: “Faça o que digo, mas não faça o que faço”; ou “Casa de ferreiro, espeto de pau”. E tenho um Meme em particular... pra resumir os cenários, pois estamos cercados de muitas pessoas ‘acima de qualquer suspeita’... aqueles “Bonitinhos, mas ordinários”.   _ “Aaaaaa, mas a vida é isso ai mesmo. Nada é perfeito”; me disse uma pessoa que puxou o tapete do chefe e quem não foi demitido por ela, pediu demissão por não conseguir conviver com uma pessoa tão má. Mas é esse perfil de pessoa (num número impressionante) que está empregada, de carteira assinada e com todos os benefícios... cri-cri-cri ....

Mas este tipo de situação é apenas um dos DETALHES menores do Cenário dos malfeitos e desinformações sobre Comunicação dentro e fora das empresas e seus impactos que aumentam os Riscos à IMAGEM e REPUTAÇÃO nas organizações. Daí gastam milhões para construir ‘narrativas’ em propagandas e conteúdos nas redes sociais ao invés de dar a mão a palmatória e admitir que as relações são feitas por Pessoas para Pessoas. Ou seja, Opinião Pública se constrói na relação com os formadores de Opinião...e não com Propaganda.

Propaganda, aliás é muito importante para fomentar Venda, Consumo e lembrança de Marca. Mas não constrói Credibilidade de Imagem e nem gera Reputação... São as Relações, os Atos e Ações Corretos, a Interface com os formadores de Opinião e investimentos pontuais que alicerçam esses sentimentos e PERCEPÇÕES sobre as empresas.

É simples... Pessoas são Pessoas e – SEMPRE – vão agir como Pessoas. Ponto. Fato.

E retornando ao editorial da revista Época Negócios, a diretora de redação Sandra, disse:  ”...reputação se tornou um ativo extremamente caro, precioso, tema de Conselho, com impacto direto no balanço das empresas”.

E dito isso, onde está a NOVIDADE? Sandra apenas retratou a REALIDADE, tal como ela é, sem dizer nada mais do que a verdade dos Fatos. Ponto.

A novidade existe sim! Mudou a NOMECLATURA foco para explicar por que a COMUNICAÇÃO é importante.  Mas sem dar importância para a comunicação, nem investir como deveria ser feito. O típico e conhecido... ‘Papo de Louco’. Agora o foco das discussões é o ESG... Totalmente pertinente e importante para o Planeta! Mas ajudem-me...

Por qual estratégia e ferramenta se dará o melhor entendimento dos públicos, tanto interno como externo, nas empresas?   

Por qual instrumento conhecimento das ações internas e externas das empresas se fará chegar aos públicos de interesse?

Sob a ação de quais profissionais a Opinião Pública é acessada levando a mensagem da empresa aos formadores de Opinião sem que se perca credibilidade ou seja confundida com propaganda?

Quando se quer verificar a credibilidade de um fato procura-se 1º: as redes sociais, os sites das empresas, o boca a boca ou um veículo de imprensa? Por acaso, seria buscando nos posts, nas propagandas que a empresa faz ou nas matérias ou reportagens sobre a empresa?

Então, para acessar o resultado correto a estas perguntas... é a COMUNICAÇÃO Institucional que deve ser aplicada, promovida e desenvolvida como estratégia nas empresas, para ser acessada pela Opinião Pública da forma correta e pelos motivos certos.

Há 24 anos, preciso explicar isso sempre. Mas na faculdade, já ouvia professores e chefes nos estágios que fiz que – na época – eles reclamavam que há 20 anos ou mais antes – as empresas não conseguiam entender o que é COMUNICAÇÃO num quase LÚPIM ou como um tipo de ‘Efeito Bumerangue’... quando o objeto sempre volta ao mesmo lugar. Ou seja, nesse cenário já são quase 50 anos de discussões, debates, descasos, humilhações, mercado ‘prostituido’, sendo o ‘patinho feio’, ganhando menos e trabalhando sempre mais...

Pois bem...são estes os fatos que me fazem... Desistir - por fadiga - de convencer sobre a importância da Comunicação como estratégia e ferramenta à diminuição dos riscos à Imagem e Reputação das empresas. Se você não conseguiu virar um Pop Star da comunicação (no Brasil tem uns 9 com esse perfil. Você faz parte da turma do gargarejo que precisa gastar saliva pra convencer.

Mas me posiciono...

Desisto de Tentar Convencer!

Me contrate, faço meu trabalho, dou resultado, recebo e pronto.

Se ficar com MIMIMI... Demito o cliente! #cansei

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Kátya Desessards, jornalista, especialista em Comunicação Institucional e pesquisadora em Neurobusiness | katya.desessards@gmail.com