DESVENDANDO A FALSA URGÊNCIA: 5 ESTRATÉGIAS PARA TRANSFORMAR A DINÂMICA DE TRABALHO

Estamos imersos em um cenário onde a conectividade e agilidade atingem patamares sem precedentes, uma dança frenética para manter-se competitivo e acompanhar as crescentes demandas de trabalho. A sensação de urgência, de que o tempo é escasso, permeia cada dia.

Entretanto, boa parte desse frenesi nas organizações é uma falsa urgência, um redemoinho de atividades infrutíferas que não conduzem a avanços significativos. Seja pela pandemia, pela crescente conectividade ou pela expectativa de respostas instantâneas, a falsa urgência solidificou-se de maneira sorrateira.

Até os líderes exemplares, inadvertidamente, podem incitar uma falsa urgência, minando o moral, o bem-estar e o desempenho de suas equipes. Considere o caso de Ram, um profissional cujo zelo por alto desempenho o levou a impor prazos estranguladores. Ou Olga, cuja dedicação resultou em relutância para retroceder na liderança, sobrecarregando sua equipe. E Seb, cujo espírito competitivo gerou mudanças incessantes, deixando sua equipe à deriva diante de novas ideias e tendências.

É natural desejar que a equipe aja com autenticidade diante do que é verdadeiramente urgente. Contudo, a linha tênue entre a falsa e a verdadeira urgência pode ser confusa, ambas apresentando-se como iniciativas e atividades de alta intensidade. Com o estresse e exaustão elevados entre líderes e colaboradores, reconhecer essa distinção é crucial para erradicar a falsa urgência das equipes.

Reconhecimento dos Sinais

Líderes não forjam intencionalmente uma falsa urgência, mas esta pode enraizar-se sorrateiramente como norma da equipe. Inverter essa tendência começa pelo reconhecimento dos sinais: sua equipe está cronicamente sobrecarregada e reativa?

Você se pega constantemente se desculpando por simulações de incêndios?          O "trabalho real" só acontece em noites e fins de semana?             Feedback sugere a necessidade de priorização?

Se algum desses sinais se manifesta, a falsa urgência pode estar à espreita.

Entenda que, devido ao seu poder posicional, suas solicitações e reações inadvertidas podem acionar a ação de sua equipe, afastando-a do trabalho crítico. Identificar e corrigir esses comportamentos é essencial para evitar o esgotamento e estresse contínuos.

Identificação da Fonte da Urgência

A falsa urgência, embora enraizada no desejo genuíno de sucesso, muitas vezes brota da ansiedade. Por exemplo, Ram temia que a não entrega rápida resultasse em decepção dos clientes internos. Olga, por sua vez, temia que o recuo prejudicasse seu relacionamento com a equipe executiva. Seb, preocupado com a competitividade, gerava mudanças incessantes.

Questione a origem de sua urgência: está ela enraizada na ansiedade? Crenças limitantes podem perpetuar comportamentos improdutivos.

Desafiar essas suposições e reformular crenças é o caminho. Olga, por exemplo, reformulou sua crença sobre retroceder, transformando-a em uma perspectiva mais positiva. Líderes têm o dever de melhorar as coisas para suas equipes, independentemente da fonte da falsa urgência.

Priorização Implacável

A luta universal para priorizar o importante em detrimento do urgente é um catalisador para a falsa urgência. Pesquisas indicam que tendemos a priorizar tarefas com prazos mais curtos, mesmo que não sejam as mais importantes. Criar distância psicológica é uma técnica valiosa. Imagine-se em um futuro distante, questionando: "Se for daqui a um ano, qual é a coisa mais importante agora?" Ou ainda, "Se esta fosse a equipe de outra pessoa, como a aconselharia a priorizar?"

Enfoque nos benefícios de abandonar ideias e empreendimentos já investidos. Desafie a equipe a listar o que poderiam abandonar ou parar no próximo ano. A subtração, muitas vezes, é a chave para o avanço.

Procrastinação Estratégica

Embora a procrastinação tenha uma conotação negativa, sua utilização estratégica pode ser benéfica. Comece algo e não o termine até o prazo se aproximar, permitindo que você e sua equipe ponderem gradualmente, eliminando a corrida desnecessária. Isso propicia tempo para considerar ideias divergentes, resultando em maior criatividade, inovação e um produto final aprimorado.

Essa tática demanda a redefinição de expectativas e o reajuste de relações com partes interessadas. Ram, ao conceder mais tempo à equipe, gerenciou expectativas, comunicando proativamente os cronogramas. Com o tempo, isso redefiniu as expectativas e permitiu um ritmo mais sustentável.

Controle de Solicitações Externas e Proteção da Equipe

O dilúvio de solicitações pode ser avassalador, mas nem todas são verdadeiramente urgentes. Como líder, proteger sua equipe da falsa urgência externa é essencial.

Ao receber uma nova solicitação, não hesite em questionar as compensações necessárias antes de concordar. Demonstrar disposição é válido, mas os líderes muitas vezes desconhecem o esforço envolvido.

Capacite sua equipe para questionar prazos irrealistas e solicitações fora de sua competência. Reforce seus esforços, intervindo quando necessário para transmitir um "não" ou "agora não" às partes interessadas externas.

Criação de uma Cultura de Urgência Autêntica

Colabore com sua equipe para estabelecer normas que promovam um ritmo operacional razoável. Defina critérios claros para tarefas urgentes, agendando revisões regulares. Estabeleça canais de comunicação e expectativas de tempo de resposta baseadas na urgência.

Dê permissão à equipe para desafiar a urgência das tarefas e fornecer feedback sobre casos de falsa urgência, criando um ambiente de segurança psicológica.

Enfrentar os ventos contrários da falsa urgência pode ser desafiador, mas também promove uma cultura reativa.

Em um cenário onde tudo é urgente, as oportunidades para o trabalho criativo e profundo rareiam. Incorporando essas estratégias, você direcionará sua equipe para o que é genuinamente urgente, assegurando resultados sólidos e um alto desempenho a longo prazo.

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