Dia da Educação
Neste dia da Educação, quero te convidar a uma reflexão sobre educação...
Se você fosse perguntado sobre o que preferiria que a escola proporcionasse para seu filho, se uma preparação para uma carreira, negócios e ganhos financeiros, ou uma preparação para uma vida mais feliz, com saúde e bem-estar, o que responderia?
Provavelmente, responderemos que uma carreira, os negócios e os ganhos financeiros são importantes, mas não se compara a uma vida feliz e com saúde. Se for possível unir as duas preparações, excelente!
A educação está relacionada ao desenvolvimento de pessoas em toda a sua plenitude! Como falar de educação, sem considerar a vida, as relações, as dificuldades, as perdas, os ganhos, a saúde mental e tudo o que é inerente ao viver. Todavia, o que parece é que a educação caminha a passos lentos e continua considerando a preparação para o mercado de trabalho, o desenvolvimento de competências técnicas e o conteúdo. As GRADES curriculares, aprisionam nossas crianças e jovens a um CONTEÚDO que deve ser reproduzido em provas.
Como Michael Young (2007) perguntou para que servem as escolas, podemos nos perguntar, como fez Adorno (1995) para que serve a educação? Young (2007) comentou sobre o “conhecimento dos poderosos” que são reproduzidos nas escolas objetivando a reprodução das desigualdades sociais, em detrimento do “conhecimento poderoso” que liberta e impulsiona o indivíduo ao desenvolvimento integral de suas potencialidades. Adorno (1995) vai nos convidar a refletir sobre uma educação contra a barbárie social, na qual as pessoas se agridem e se matam por uma simples desavença no trânsito.
Vivemos em uma sociedade machista, misógina, racista, desigual e muitas vezes desumana e a educação tem tudo a ver com isso e com a preparação de nossas crianças e jovens para a formação de uma sociedade mais justa e humana.
Morin (2000) quando escreve sobre “os sete saberes necessários à educação do futuro”, afirma que “todo desenvolvimento verdadeiramente humano significa o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e do sentimento de pertencer à espécie humana” (MORIN, 2000, p. 55).
O autor nos lembra ainda que o ser humano vive uma aventura comum que os conduz neste planeta. As pessoas devem reconhecer-se em sua humanidade comum e ao mesmo tempo reconhecer a diversidade cultural inerente a tudo que é do homem. Promover este entendimento pode minimizar ou extinguir preconceitos, discriminações, intolerâncias, violência e muitos outros desajustes sociais.
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A educação pode se preocupar com o desenvolvimento de competências técnicas, mas não pode perder de vista a necessidade do desenvolvimento de competências socioemocionais que auxiliem o indivíduo na gestão de suas emoções, na resolução de seus problemas com resiliência e perseverança, aumente sua esperança e otimismo, sua autoeficácia e autoconfiança, melhores suas relações interpessoais com empatia, tolerância à diversidade, amor e afetos.
Essa educação não prepara para o trabalho, essa Educação prepara para a VIDA!
REFERÊNCIAS:
ADORNO, Theodor Ludwig Wiesengrund. Educação e Emancipação. Trad. Wolfgang Leo Maar. In: Educação e Emancipação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.
MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. Tradução: Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
YOUNG, Michael. Para que servem as escolas? Educação e Sociedade, Campinas, v. 28. n. 101, set/dez. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302007000400002&lng=en&nrm=iso&tlng=pt Acesso em: 28 de abr. 2023.