Dia do Trabalho: o presente e o futuro do Trabalho
A Constituição Federal, de 1988, reconhece, logo no seu artigo 1º, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa como um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, estabelecendo a partir do artigo 7º os direitos sociais aos trabalhadores, visando à melhoria de sua condição social.
Antes mesmo da Constituição Federal, a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, de 1º de maio de 1943, estatuiu normas que passaram a regular as relações individuais e coletivas de trabalho.
Desde então, legislações esparsas e tratamentos mais específicos foram sendo destinados às relações de trabalho. Foram anos de conquista, aprendizado e evolução desde aquele dia 1 de maio de 1886, onde uma greve foi iniciava na cidade de Chicago, com o objetivo de alcançar melhores condições de trabalho, em especial a redução da jornada de trabalho diárias, que chegavam até 17 horas.
Mas a evolução do trabalho não parou por aí. E as leis não conseguiram e dificilmente conseguirão acompanhar esse progresso.
Enfim, o que vivenciamos hoje e qual será o futuro do trabalho?
Hoje executamos o nosso trabalho de qualquer localidade (teletrabalho), com ou sem controle de jornada, pleiteando não mais uma jornada reduzida, mas uma jornada de trabalho flexível.
Trabalha-se de casa (home office). Ambientes remotos e home office produtivo.
Muitas empresas já adotaram o conceito e a prática da gestão participativa, de modo que os trabalhadores se envolvem diretamente nos processos decisórios da organização.
Estamos falando de meritocracia. Mas também de diversidade e inclusão.
Equipes auto gerenciáveis e não mais firmada naquele conceito primário de hierarquia horizontal.
Área de saúde e segurança não se preocupa mais apenas com o ambiente físico do trabalho e a prevenção de acidentes típicos. Hoje o foco é também a saúde mental. A busca pelo equilíbrio entre o trabalho e qualidade da vida.
Percebíamos valor no conhecimento e comportamento técnico. Agora optamos por softskills, porque relações prósperas e genuínas baseiam-se em um bom relacionamento entre as pessoas.
Trabalhar por um propósito, através do engajamento por uma causa e não apenas por um valor (salário).
Profissões que não existiam começam a aparecer, outras somem.
Inteligência artificial, Internet das Coisas, Big Data, LGPD. Espaços de trabalho automatizados, compartilhados, coworkings.
Colegas de trabalho que são robôs.
Inovação. Indústria 4.0. Tecnologias emergentes.
Neste aspecto, a pandemia que nos atinge atualmente transformou e confirmou que a tecnologia é um forte aliado e ferramenta indispensável para o trabalho. Por sua vez, a habilidade digital teve que ser alcançada por todos (videoconferências, reuniões on line, convenções e treinamentos virtuais, conhecimento por meio de EAD, microlearning, dentre outros). Essa nova forma de trabalho não irá embora com o fim da pandemia.
A resistência que muitas empresas e colaboradores tinham na utilização de tecnologias foram dribladas pela impossibilidade total do trabalho presencial.
As vantagens encontradas nas dificuldades vivenciadas que serviram de motivação por conquistas de direitos no passado hoje também são fonte propulsora para uma evolução do trabalho, não somente em termos de conquista de direitos, mas sim do próprio conceito de trabalho, quem o faz e como ele é realizado.
A pergunta: o que vem pela frente? O futuro do trabalho, seus contornos, reflexos e condições só dependem de nós. Que esse 1º de maio, dia de homenagem e comemoração, sirva de reflexão sobre tudo que vivenciamos até aqui nas relações de trabalho e no que esperar do amanhã – já que as mudanças, tendências e inovação não mais acontecem de anos em anos. É atual, é imediato.
Fica a dica para os trabalhadores e para as empresas: preparem-se!