Dia Internacional da Mulher: hoje e sempre
Hoje, 8 de março, é Dia Internacional da Mulher. Nesta data, oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1975, pleiteia-se a igualdade completa de direitos. Felizmente, avançamos muito em termos de representatividade e conquistas para as mulheres, mas essa evolução não é igual em todos os países do mundo.
Em muitos deles, as mulheres não gozam dos mesmos direitos dos homens, pelo contrário, são vistas como “inferiores” e “não merecedoras” de espaço e representação. É por esse motivo e por tantos outros que hoje é um dia tão importante: é preciso continuar discutindo e lutando pela igualdade de gênero, por mais respeito e tratamento igualitário para todas.
No Brasil, alguns fatos mostram que estamos distantes da efetiva participação da mulher em todas as esferas da sociedade, como, por exemplo:
1) O salário médio da brasileira com educação superior representa apenas 62% do de um homem com a mesma escolaridade, segundo relatório da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE);
2) 54% das pessoas conhecem uma mulher que foi vítima de agressão praticada pelo parceiro;
3) Segundo dados do Mapa da Violência 2015, 13 mulheres são mortas por dia no país, sendo que 50,3% das mortes violentas são causadas por familiares/ parceiros;
4) O Índice Global de Desigualdade de Gênero de 2015, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, fez uma análise de 145 países, entre eles o Brasil, que aparece somente na 85a posição do ranking.
São dados preocupantes que traduzem uma sociedade (ainda) desigual e que, essencialmente, se mostra hipócrita na maioria das vezes. Há um discurso recorrente de que as profissionais ganharam certo espaço no mercado de trabalho, mas seus salários ainda são inferiores quando comparados aos dos seus colegas. Infelizmente, essa não é uma exclusividade do Brasil: o relatório “Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016: Transformar as economias para realizar os direitos”, divulgado pela ONU Mulheres, mostra que no mundo, em média, os salários das mulheres são 24% mais baixos que os dos homens na mesma função.
É preciso, portanto, reconhecer que essa desigualdade reflete-se muitas vezes em problemas de autoestima para as mulheres, que não se veem representadas numa sociedade ainda dominada pelos homens. É preciso também que esse assunto seja discutido em casa, na sala de aula, nas escolas e universidades, nos fóruns, congressos e encontros, nos órgãos de governo, pela sociedade civil e por seus representantes, em todas as faixas etárias e classes sociais.
Fica aqui um desafio: no momento em que não for mais preciso debater a igualdade de gênero, saberemos que o mundo mudou quando sentirmos na pele essa mudança. Até lá, todo dia é dia da mulher e toda e qualquer discussão será absolutamente necessária.