A diferença que faz a empatia

A diferença que faz a empatia

Todo texto sobre liderança fala sobre a importância da cultura e o exemplo. Sim, exemplo carrega, principalmente se for inspirador. E uma cultura inclusiva e aberta entre times e lideranças, também faz milagres. É simples fazer uma cultura menos vertical, mas nem sempre uma realidade.

Mas quero abordar outro aspecto da liderança: a liderança gentil e empática. E empatia é um aspecto muito pessoal.

Tive a sorte de cruzar com um chefe, que depois virou coach e amigo – até hoje. Além de ele me desafiar a ser mais flexível e, como ele dizia, “falar não sem dizer não”, tinha doses cavalares de empatia por quem estava com ele. Dessa vez, eu tive de fazer alguns procedimentos médicos que não se sabia quanto tempo durariam até que funcionassem. A ordem dele era: “trabalhe de casa, fique tranquila, veja Cinderela na TV”. E tenho total consciência que só consegui resolver essa questão médica, por ter um chefe que me mandava assistir Cinderela. E porque tinha alguém, um time todo, segurando a barra para eu poder fazer isso. Obrigada, mil vezes obrigada.   

Anos antes, em 2005, tomei a decisão de voltar a São Paulo, considerando que o trabalho que fui fazer em Porto Alegre já estava cumprido. Acertei todas as pontas com os chefes e tive a missão de escolher uma pessoa para me suceder, dando sequência ao trabalho, que era bem importante numa região que preza muito por produtos e empresas locais.

Comecei a conversar com diversas pessoas e me fizeram uma indicação. Curiosamente, essa pessoa tinha sido totalmente “desrecomendada”, praticamente um ano antes – nem era para trabalho, fizeram muitos senões com relação a ela como pessoa. Mas segui o instinto e resolvi conhecê-la, para dar o meu veredito, tentando ser imparcial. Nunca me esqueço, a primeira “entrevista” foi no dia de uma chuva torrencial na capital gaúcha, no café da empresa. A pessoa chegou sorrindo, numa simplicidade de espírito invejável. E foi pura empatia. Agradeci a mim mesma por ter respeitado meus sentidos e deixado de lado as opiniões alheias. Demos sequência ao processo de contratação e ela foi querida por todos.

Pouco a pouco, foi se entrosando - com sua gargalhada gigantesca – com a equipe e, a cada passo que dava, alinhava comigo e buscava informações para entender melhor temas e situações. Uma grande empatia dela, um respeito, por ter assumido algo que “era meu” (sim, era uma área que eu tinha começado). E ela dizia que eu me sentia responsável pelo destino dela dentro da empresa. E era isso mesmo. Se não desse certo seu trabalho eu me sentia responsável – tanto pela escolha, quanto pela frustração dela. Felizmente correu tudo muito bem. Ela ficou na empresa até quando quis e decidiu tomar outros rumos.

Estudos científicos mostram que há relação da empatia com a genética. Mas não só ela é responsável por esse “olhar o outro”. Há que se treinar para apurar. Muitos líderes, por vontade própria ou não, acabaram apurando esse olhar durante a pandemia, quando crianças invadiam calls, marteladas de obras atrapalhavam apresentações. Minha contratação para a tual empresa foi um exemplo da "empatia da pandemia": eu considerei que minha entrevista com meu atual chefe foi um fiasco. O motivo? MInha filha, entendiada em casa tocava um pianinho durante a entrevista. E meu fone não ajudava em nada, vazando todo esse concerto musical. Eu terminei a entrevista com ela sentada em meu colo e conversando com o entrevistador. Para mim, um fiasco. Para a empresa, foi o sinal de ser multitask, segurando vários pratinhos ao mesmo tempo, com atenção a todos naquele momento.

Se o líder não é um dos beneficiados pela genética com esse “dom”, que saiba usá-lo em prol dos resultados. Reconhecer a individualidade de cada um é uma forma de engajar cada um na área e empresa em seu melhor.

 

Nelson Gonçalves Junior

Gerente de Comunicação l Gerente de Marketing l Gerente de Branding

9 m

Empatia é tão subjetivo, já que depende muito de como o outro vai receber o seu gesto. Mas o mais importante é reconhecer sua importância e praticá-la!!

Paloma Domingues

Analista Administrativo| Assistente Administrativo |Secretária Executiva CNN Brasil | McDonald’s | ISA CTEEP| FEMSA | Globosat | Demarest & Almeida Advogados | Baker Tilly do Brasil|CET Companhia de Engenharia de Tráfego

9 m

Ai Alê... "reconhecer a individualidade de cada um" esse é o segredo!

Hélio Muniz

Chief Communications Officer | Strategic Communications Leader, ESG Expert

9 m

Vc não se esforça para isso. Simplesmente você é assim.

Sílvia Bica

Press Relations | TIM Brasil | Especialista | Especialista em Comunicação Estratégica

9 m

💙💙🌷

Maria Mazzei

Head de Comunicação e Imprensa na Norte Energia | Gestão de Crise e Reputação | Membro do LiderCom

9 m

Ótima reflexão, Alessandra Ber . É uma via de mão dupla, como quase tudo na vida...acredito! Enquanto você procura 'calçar os sapatos do outro', também adquire habilidades para lidar com diversas situações e constrói seus próprios valores.

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