Dimensão social da qualidade da educação - participação, competências e um mundo sustentável, humanizado e vivo

Essa newsletter tem o objetivo de iniciar uma conversa sobre a educação humanizada e democrática, em que é possível o desenvolvimento das competências do Século XXI, por exemplo, a partir do paradigma da aprendizagem e da comunicação. Nesse contexto, trata-se de visão de educação e práxis, que leva à coerência e, de fato, honra os princípios e valores que constam de documentos, leis, propostas e projetos, como nos explica o Prof. José Pacheco. Em linha com esse pensamento, a dimensão social da qualidade da educação (Unesco) refere-se à dar voz às pessoas e seus valores, sejam da comunidade escolar, sejam da comunidade no qual a escola (ou espaço educativo) se insere, sejam as pessoas para as quais esses espaços foram pensados (alunos, famílias, funcionários, parceiros, etc), e demais atores/stakeholders. A participação é uma característica da Governança dinâmica e flexível que garante que todos possam ser ouvidos. Escolas democráticas, em que a Comunidade participa do espaço escolar, por exemplo, na construção do Projeto Político-Pedagógico, existem e permitem o exercício do diálogo, da colaboração e de outros dispositivos, competências e habilidades relacionais, sociais e emocionais. A ênfase da dimensão social na educação através da relação da comunidade com o espaço educativo e a intersetorialidade, representam diferentes níveis de interação, que igualmente estão conectados à participação e vivência de valores da educação humanizada. Em tempos de complexidade (Edgar Morin), é importante pensarmos que o entendimento dos problemas ou daquilo que emerge criativamente, precisa incluir os elementos da dimensão social, os valores e a voz de todos (atores, especialistas, etc), o engajamento, etc, e para tal, existem os dispositivos adequados. A vivência desses dispositivos levam às "melhores práticas", e principalmente, à evolução dinâmica desses dispositivos conforme emergem as necessidades ou potências. Por exemplo, no âmbito da inovação social, de impacto, sistêmica, os espaços educativos e as comunidades, em contextos em que a qualidade da educação é vivenciada, dinamizam esses movimentos que se espraiam para a comunidade ou ocorrem de forma integrada. O que acontece no espaço educativo se alimenta das ideias e práticas advindas da comunidade e vice-versa. Os casos de educação para paz e bairros educativos são exemplos concretos. Então, uma provocação seria: se desejamos que jovens (e todos) desenvolvam as competências do Século XXI, ou, se desejamos que todos sejam capazes de criar o mundo atual e futuro sustentável, humanizado e vivo, que mudanças e em quais dimensões precisamos colocar em prática?